A dor de Hermione

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Avisos: Temos Snamione nesse capítulo. 

Capítulo 34 - A dor de Hermione

Snape abriu lentamente os olhos e reconheceu o lugar de imediato, afinal era seu quarto. Como sempre antes de se mexer fez sua avaliação sobre seu estado, devagar tentou mexer seus membros descobrindo que estavam todos bem e inteiros, depois concentrou-se nas dores para saber onde elas estavam localizadas, mas para sua surpresa não tinham tantas quanto deveria ter. Ao se concentrar um pouco mais, lembrou-se da noite em que teve permissão de voltar e com muito sacrifício conseguiu aparatar em seu jardim arrastando-se para dentro. Mal conseguiu abrir a porta e já estava prestes a chamar Spook quando ela apareceu. A visão de seus olhos assustados não era belo, mas ainda assim era a melhor visão que tivera depois de tantos dias. Ele pedira para ela ficar, para ela o ajudar e ela o ajudou, o levou para o quarto e lhe deu a poção que sempre deixava separada para aquele momento, depois disso, tudo apagou e não se lembrava de mais nada.

Logo presumiu que fora cuidado por Harry, pois não sentia tanta dor quanto deveria e naquele momento o único lugar que o incomodava era sua cabeça latejante. Não teve coragem de se mexer mais, por isso ficou apenas respirando e olhando para o teto até que a porta se abriu e por ela entrou Hermione com seu jeito tímido. A luz se acendeu e Snape teve que fechar os olhos incomodado, mas logo os abriu e se encantou com o sorriso da menina. Porém o encanto passou logo quando se deu conta de que ela provavelmente já sabia o que deveria ter acontecido, afinal ela deve ter ajudado a cuidar dele junto com Harry. E agora? Como poderia olhar dentro daqueles olhos castanhos e grandes sem sentir vergonha por estar tão vulnerável?

- Boa noite professor Snape. Como está se sentindo?

- Boa só se for para a senhorita. – Respondeu ríspido desejando que ela saísse logo e o deixasse sozinho.

Hermione estacou por um momento com a grosseria de Snape, mas logo se lembrou que Madame Pomfrey avisou que o humor dele mudaria e ficaria bem instável, as vezes até mesmo impossível de se aturar.

- O que aconteceu depois que me trouxe para o quarto?

- Harry chamou o professor Dumbledore e Madame Pomfrey, que deu as poções certas para cuidar de seus ferimentos. Acredite, sem as pomadas o senhor provavelmente ficaria desmaiado por mais tempo.

- Não precisava ter incomodado ninguém, eu sei me cuidar muito bem. Agora se me dá licença senhorita Granger, eu gostaria de ficar sozinho.

- Está bem, eu vou mandar trazer sua comida.

- Não estou com fome. – Respondeu ríspido.

Snape nem olhava para Hermione, tinha em seu rosto uma expressão de completo desgosto. Queria que todos sumissem, inclusive ele mesmo. Hermione estava sentida com aquele tratamento, sabia que Snape teria o humor alterado, só não sabia que suas palavras a machucariam tanto.

- Mas, o senhor tem que se alimentar e...

- Já disse que não estou com fome, será que perdeu a capacidade de entender as coisas, senhorita Granger?

Hermione abriu a boca diversas vezes para tentar dizer algo, mas no final a fechou e saiu do quarto com o coração despedaçado e os olhos marejados. Seus pés a levaram até o belíssimo jardim e ela se sentou na grama recém cortada olhando para o céu escuro com as nuvens passando como vultos negros que clareavam com a luz da lua. Estava ventando bastante e sua capa esvoaçava atrás dela batendo em uma árvore perto enquanto a menina sentia o gelado vento cortar-lhe o rosto, mas seu coração estava mais cortado ainda. Somente quando o sol começou a ameaçar nascer no horizonte que ela entrou na mansão e se encolheu embaixo das cobertas de sua cama

As Coincidências de Nossas Vidas (Severitus)Onde histórias criam vida. Descubra agora