Abri os olhos e respirei fundo, puxando a maior quantidade de ar que eu podia. Parecia que eu estava me afogando, sem nenhuma chance de encontrar ar outra vez. Era o mesmo sonho pela quarta semana consecutiva - ou, para ser mais precisa, um mês - e parecia que não iria parar até que virasse realidade. Passei minha mão sobre a minha testa, sentindo-a completamente molhada, e olhei para o lado, vendo que Cassie ainda dormia.
As coisas em nosso alojamento estavam menos tensas desde meu ataque na fogueira; Cassie abaixava a cabeça todas as vezes que eu passava. Quanto ao meu treinamento, bem, continuava o mesmo, mas com um pouco menos de disciplina e ódio. Às vezes, eu achava que Cassie estava muito assustada para me olhar nos olhos depois do que eu confessei na fogueira do mês passado. Às vezes, eu até achava que ela tinha medo de que eu fizesse com ela a mesma coisa que fiz com Lucy, ou que eu cumprisse a promessa de transformar sua vida em um inferno. Mas o que Cassie não sabia era que eu nunca iria fazer algo tão maléfico com alguém, especialmente algo que eu disse em um ápice de ódio. Por mais que ela tivesse insultado a mim e a minha família, eu não teria coragem de lhe fazer mal. Algum tempo atrás, eu colocaria fogo nos cabelos dela só para ter um gostinho do que seria sua vida daqui para frente, mas, agora, depois de tudo que passei, vingança não era a solução.
Levantei-me, colocando meus pés gelados no chão. Calcei meus tênis, vesti um casaco e olhei para o relógio ao lado da cama, que marcava meia-noite. Revirei os olhos antes de andar em direção à porta do quarto.
Parecia que todo o meu mundo tinha virado de cabeça para baixo depois que cheguei aqui e, ao mesmo tempo, tudo fazia sentido. Meus pais e Lorenzo poderiam ter me colocado nesse acampamento apenas como uma forma de me mostrar que nem sempre ser uma princesa poderia lhe salvar de sofrer as consequências. Porém, agora, eu sentia que era mais que aquilo. Viver nesse acampamento tinha aberto meus olhos para a vida, além de ter me dado um motivo para avaliar o que eu havia me tornado e o mal que estava causando para todos aqueles que me amavam. E também quantas desculpas eu precisaria pedir depois que saísse desse lugar. "Desculpe" seria a palavra mais dita por mim nos próximos cem anos.
Abri a porta e coloquei os pés para fora, sentindo o ar gelado da noite. Desci a pequena escada e fui em direção à estrada de terra. Kyle, com certeza, estaria acordado me esperando no telhado de seu alojamento, já que seu companheiro de quarto havia decidido tirar-lhe o sono todas as terças. Olhei para cima e, ao ver o telhado de seu alojamento vazio, lembrei-me rapidamente de que hoje, além de não ser terça-feira, era o dia em que Kyle ficaria de guarda. Girei meus calcanhares de volta à estrada, olhando para cima e tentando vê-lo em cima da torre ao lado do portão. Assobiei, tentando chamar sua atenção e fazer com que ele se virasse para mim e acenasse freneticamente. Mas, antes que eu pudesse acenar de volta, Kyle estava sendo golpeado nas costas.
Abafei um grito e fui em direção ao arbusto mais próximo para me esconder. Escutei passos, mas não de simples botas, e sim, botas de cowboys que faziam aquele pequeno barulho desagradável e que só podia ser escutado em filmes de faroeste.
- O nosso espião disse que a princesa está no último alojamento. - um dos homens falou - Ele também disse que ela é dura na queda.
- Todas elas são no começo, mas aposto que ela vai chamar pelo pai dela rapidinho. - outro respondeu.
- E os outros guardas? O que nós faremos com eles?
- Quando eles perceberem, já vai ser tarde. Nossa princesa já vai ter virado churrasco até lá.
Engoli em seco ao ver os dois rirem enquanto andavam em direção ao meu alojamento. Esperei para que eles estivessem mais afastados para abrir a janela que estava ao meu lado e pular para dentro do alojamento.
Senti minhas costas baterem no chão e um cano de uma arma ser apontado em meu rosto.
- Que belo jeito de receber visitas, Lorenzo. Desse jeito, elas, com toda certeza, irão sempre voltar. - falei, empurrando a arma para o lado e conseguindo finalmente me sentar.
- O que você pensa que está fazendo aqui? E por que você entrou pela janela? Já esqueceu seus modos, princesa?
- Poupe-me do seu sarcasmo.
- E em alguma situação você poupou o seu? - ele perguntou. Revirei os olhos e dei um impulso para ficar de pé - Por que você está aqui?
- Porque estamos sendo atacados. - falei, limpando a poeira de minhas mãos - Nossa! Isso definitivamente soa bem melhor em filmes. - olhei para Lorenzo.
- E como você sabe disso?
- Bem, Kyle não está...
- Você não larga desse menino, hein, Caroline? - ele colocou a arma no ombro - Vocês vivem juntos para cima e para baixo, conversando todo o tempo... Não sei como vocês ainda têm assunto.
- Não gostei muito do tom da sua voz, mas não temos tempo para isso, então lidaremos com isso outra hora. Temos coisas mais importantes para fazer.
- Só devem ser um bando de outro acampamento. Eles sempre fazem isso. Eles vêm, pregam uma peça na gente e depois vão embora se achando os campeões, pensando que somos principiantes como eles. Não se preocupe, não há nada do que se preocupar.
- Nessa brincadeira, a frase "Nossa princesa vai ter virado churrasco até lá" está incluída?
- O quê? De onde você tirou isso?
- Um dos caras que está indo em direção ao meu alojamento tentar me matar falou.
- Mas se você está aqui, eles não podem te fazer nenhum mal. Nós podemos cuidar deles rapidinho.
- Mas Cassie está lá e aposto que, nesse escuro, eles não vão fazer perguntas.
Lorenzo olhou para mim com os olhos arregalados.
- Eu vou até lá. - ele andou em direção à porta, mas eu o impedi - Me larga, Caroline.
- Nós precisamos de um plano e, para o seu alívio, eu tenho um.
- Você tem um plano? Desde quando você pensa tão rápido?
- Acho que o treinamento da Cassie está fazendo efeito, afinal de contas. - falei, largando seu braço - É o seguinte: você vai atrás dos outros pedir ajuda. Eles, provavelmente, não vieram sozinhos e sabem que você irão me proteger acima de tudo. Então, sugiro que você saia pela porta dos fundos para ser mais discreto. Depois que você chamar os outros, certifique-se de que o acampamento está em nossos cuidados outra vez e que não exista nenhuma opção para eles fugirem, aí nós pegamos eles.
- E quem vai salvar a Cassie?
- Eu vou.
Lorenzo prendeu o riso.
- Melhor você chamar os guardas, e eu vou salvar Cassie.
- Eles não confiam em mim e, muito menos, gostam de mim. É capaz de, quando eu aparecer em seus quartos, eles correrem pensando que matarei cada um deles. Se você não percebeu, aos olhos de todos aqui, eu sou uma aberração que matou a própria irmã.
- Caroline...
- Não temos tempo para isso. Vá logo antes que seja tarde demais.
- E como você pretende distrair esses caras?
- Não sei, usando meu sarcasmo. - Lorenzo riu pela segunda vez.
- Ou você pode usar algo que é seu por direito. - ele andou em direção ao guardarroupa.
- Nossa, Lorenzo, roupas vão nos ajudar agora com certeza. - falei, cruzando os braços. Ele olhou de relance e abriu o guardarroupa, mostrando o arsenal de armas que eles guardava ali dentro.
- Seu pai não queria te dar logo no seu aniversário de dezesseis anos, - ele começou a falar enquanto retirava algo de lá - ele dizia que você era muito delicada para, pelo menos, segurar uma dessas. - ele se virou para mim, mostrando uma katana - Ela foi criada por um mestre em espadas de samurais há muito tempo atrás. Seu tataravô tinha muitos amigos e o mestre Khami era o seu braço direito. Seu tataravô não gostava muito de armas, ele as achava um tanto quanto rústicas e deselegantes, então o mestre Khami fez essa espada para seu tataravô e o ensinou tudo que ele sabia. - ele colocou a espada em cima de minhas mãos que estavam esticadas - Ela deveria pular uma geração, já que seu pai teve apenas meninas, mas vejo que dessa vez não será o caso.
Segurei a espada pelo cabo, tirando-a da bainha de proteção, e a girei com meu punho. Ela não era tão pesada quanto aquelas que eu usava em meus treinamentos. Era leve, como se tivesse sido feita especialmente de acordo com o peso que eu deveria suportar.
- Por que você não me deu essa espada antes? As que eu treino são bem mais pesadas do que essa.
- Porque eu estava esperando o momento certo.
- Que momento certo, Lorenzo?
- Quando você voltasse a ser quem você era.
- Mas eu não sou a mesma.
- Eu sei, - ele sorriu e foi em direção à porta dos fundos - você voltou uma versão melhor de você. Da verdadeira você.
Ele saiu pela porta dos fundos, sem nem olhar para trás. Peguei-me sorrindo enquanto olhava para a espada. Havia algo escrito em sua lâmina, nada que eu pudesse entender, mas eu sabia que aquela frase me daria força.
Abri a porta da cabana, sentindo a fumaça invadi-la e o cheiro de queimado entrar por minhas narinas. Desci a escada do alojamento e pude ver o meu alojamento em chamas. Comecei a correr pela estrada de terra, mas, antes que eu pudesse chegar ao meu destino, os mesmos homens que eu vi antes vinham andando em minha direção.
- Hora, hora. Xena, a princesa guerreira chegou. - o homem mais alto falou, batendo suas botas de cowboy uma na outra. Um tanto desprezível e brega, devo ressaltar - Vai ser um prazer te mostrar que reinos não devem ser defendidos pelo sexo fraco.
- E vai ser um prazer te mostrar o quanto você está errado. - falei, vendo-o sacar uma arma e apontá-la para mim. Prendi a respiração e o vi puxar o gatilho. Com uma rapidez que eu mesma não sabia que tinha, eu me vi mover minha espada para desviar a arma.
Antes que ele pensasse em atirar outra vez, eu movi a espada, o que fez com que a arma caísse de sua mão e fosse para longe.
Eu vi a raiva em seus olhos quando ele olhou diretamente para mim e, logo em seguida, seu pulso vir em direção ao meu rosto. Consegui desviar e dei um soco em seu abdômen. Afastei-me dele e, segurando em seus ombros, dei uma joelhada no mesmo lugar. Eu o vi ficar de joelhos e minha mão se fechar e voar em seu rosto, fazendo com que ele caísse para o lado. Olhei para o lado, do qual seu parceiro já não se encontrava. Provavelmente, já tinha fugido, na esperança de não ser preso.
- Socorro! - escutei um grito vir da cabana. Corri até o local, que estava em chamas. Joguei a espada de lado e chutei a porta, o que fez com que ela abrisse. Pude ver Cassie presa a uma cadeira e toda a cabana pegando fogo ao seu redor.
- Eu vou te tirar daqui. - falei, desamarrando suas mãos e seus pés.
- Caroline, eu não... - ela tossiu e segurou em meu braço, fazendo com que eu olhasse para ela - Eu não consigo... - ela tossiu mais uma vez - Eu não consigo respirar. - ela disse, começando a tossir sem parar.
- Calma, Cassie, - falei, ficando em pé e colocando seu braço por cima do meu ombro - nós já vamos sair daqui.
Levei Cassie para fora da cabana e vi o fogo tomar conta da mesma depois que nós saímos. Lorenzo estava esperando do lado de fora e logo ele a pegou em seus braços.
- Deixe que eu a levo para a enfermaria. Kyle está lá perguntando por você.
Quando cheguei à enfermaria, Kyle estava sendo atendido pela enfermeira que se certificava que não havia ficado nenhuma sequela, enquanto Lorenzo colocava Cassie em cima de uma maca para que ela fosse atendida. Kyle afastou a enfermeira para o lado e olhou para mim. O mesmo se levantou e correu em minha direção, quase me esmagando em um abraço. Eu não tinha percebido, mas Kyle tinha um físico escultural e, sem a blusa, eu podia sentir os músculos do seu braço ao meu redor, além de um arrepio.
- Eu fiquei tão preocupado. - ele segurou em meus ombros e me afastou, o que permitiu que eu olhasse para seu rosto. Ele tinha um machucado ao lado da boca, um olho roxo e um corte perto da sobrancelha - Eles disseram que iam te matar.
- Eu estou bem. - falei, olhando para ele e sorrindo - Eles bem que tentaram, mas pegaram a Cassie no lugar.
- E se não fosse pela Caroline, eu não estaria aqui. - Cassie falou. Todos olharam para mim. Kyle fez o mesmo, surpreso. Antes que ele pudesse formular uma frase de desgosto sobre a situação, George entrou na sala dizendo:
- Conseguimos pegar os invasores.
Uma onda de gritos de comemoração tomou conta da sala e todos começaram a correr em direção à porta. Kyle passou o braço por meu ombro, o que fez com que eu olhasse para ele.
- Vamos.
- O que vai acontecer agora? - falei enquanto andávamos em direção à porta.
- Nós vamos maltratá-los um pouco.
- Maltratar? Isso não é certo.
- Vamos jogar bolas de terra, água, óleo, essas coisas.
- Eles sempre fazem isso?
- É. George diz que sempre que eles pegam prisioneiros, eles fazem essas brincadeiras e depois libertam eles. - ele disse enquanto andávamos em direção ao campo de treinamento, que estava lotado de homens. Quase todos com bebidas na mão e conversando alto - Prisioneiros também significam passe livre para diversão. Quando prisioneiros tentam invadir o acampamento e são pegos, significa que nosso treinamento, mesmo não completo, está avançado e, por isso, que devemos comemorar durante dois dias.
- As pessoas desse acampamento, definitivamente, não são normais.
- Começando por você. - sorri, olhando para ele.
- Não pense que essa vai ser a última vez! - um dos prisioneiros gritou, o que fez com que todos pararem de falar - Nós não vamos parar até que ela seja vingada!
- A ex-namorada o trocou por um de nós e o bebê aqui não aguentou ser trocado.
- Rosalie terá sua vingança.
- O quê? - falei um pouco mais alto. Andei em direção aos prisioneiros, que estavam amarrados a troncos. Um tanto rústico para o século XXI, mas quem sou eu para falar, certo? - O que você disse?
- Oh, Vossa Alteza, vejo que não foi dessa vez.
- Bem, quando você pretende matar alguém é aconselhado saber como a pessoa se parece.
- E quem disse que eu não sabia?
- Você tentou matar Cassie no meu lugar.
- Bem, não se deve deixar testemunhas quando se pretende cometer um crime. - ele sorriu - Devo dizer que você deixou a todos impressionados quando matou sua irmã má. Muitos acreditavam que você não conseguiria, mas eu sabia que você conseguiria. Eu sempre acreditei em você.
- Do que você está falando?
- Quando vocês duas rolaram no chão brigando para finalmente decidirem qual das duas deveria viver, isso não foi excitante? Oh, e quando vocês brigaram pela adaga e você a pegou e a deslizou pela barriga da sua irmã, antes de empurrá-la para o lado, onde ela caiu morta? - ele riu - Você nunca se sentiu mais viva, não estou certo? Ou devemos falar sobre suas aventuras em cima de uma Harley por toda a Londres? Aposto que foi aí que você percebeu que matar Lucy foi a melhor coisa que você fez.
- Não fale da minha irmã. - falei, colocando minhas mãos em volta de seu pescoço - Nunca mais fale da minha irmã desse jeito. - apertei mais minhas mãos em seu pescoço, vendo-o ficar sem ar - Ela poderia ser o que fosse, e eu posso até tê-la matado, mas isso não significa que eu não sinta falta dela e que eu não desejasse que essa maldição fosse uma lenda estúpida.
Soltei seu pescoço e o vi respirar ofegante. Girei meus calcanhares e caminhei em direção à multidão de guardas, que me olhavam boquiabertos. Antes que eu pudesse dar outro passo, ele disse:
- Ainda assim, você gostou. Eu sei que sim.
Virei-me para ele outra vez e levei meu punho até seu rosto, o que o fez cuspir sangue.
- Quem conseguir fazer algum deles comer cebolas, ganha uma semana de folga! - George gritou. Antes que eu pudesse dar outro passo, eu estava sendo esmagada por um bando de homens e seus portes físicos esculturais.
- Vem cá, pimentinha. - Kyle me puxou para outro abraço esmagador.
- Você acha que ele estava falando sério? - Lorenzo perguntou.
- Acho que não. - falei, afastando-me de Kyle - Qualquer um pode saber o que eu fiz em Londres. Não foi nenhum segredo.
- Só por precaução, vou pedir para alguns dos guardas levarem-nos para a prisão em Florença. Mas ainda temos um problema.
- Qual?
- Onde é que vocês duas vão dormir?
- Tem uma cama sobrando no meu alojamento. - Kyle falou - Caroline pode dormir lá.
- E a Cassie pode ficar com você. - disse, apontando para a Cassie, que estava calada.
- Por mim tudo bem. - Lorenzo disse, olhando para ela - E por você, Cassie?
- Tudo bem também.
- Então acho mais do que justo eu ir dormir porque a última vez que eu tive tanta ação assim foi quando Cassie me obrigou a pular de seis metros de altura para dentro da piscina olímpica.
- Sobre isso... - Cassie começou a falar.
- Não precisa se preocupar. Eu sei que faz parte do treinamento.
- Então vamos, pimentinha. - Kyle nos pegou nos braços - Você é mais pesada do que aparenta ser.
- Ou você não é forte o suficiente.
- Caroline, será que eu posso falar com você? - Cassie perguntou, o que fez com que Kyle me colocasse no chão.
- Tudo bem. - olhei para Kyle e Lorenzo, que continuavam parados nos encarando - Ela disse que queria falar comigo. Vocês dois podem se retirar.
- Que azeda! - Kyle disse, fazendo careta.
- Que intrometidos. - respondi, dando língua e vendo os dois se afastarem para a direção dos alojamentos - Então, Cassie, o que você quer?
- Obrigada por me salvar. Você não precisa fazer aquilo, principalmente depois do que eu fiz para você.
- E o que seria isso?
Ela me olhou com os olhos arregalados.
- Você realmente quer que eu diga?
- Eu sei o que você fez para mim, Cassie. Mas nada disso me deixa no direito de decidir se você deve viver ou não. Eu te salvei porque era a coisa certa a se fazer e, além do mais, se você tivesse me tratado como todos da burguesia me tratam, que graça teria esse lugar? - abri os braços - E melhor, o que eu teria aprendido?
- Uau! Você realmente não é quem eu pensei que fosse. - ela sorriu - Obrigada por me salvar e me desculpe por toda a dor que eu lhe causei.
- Valeu a pena. - sorri de volta.
- Espero que agora possamos ser amigas. - ela estendeu a mão.
- Mas é claro. - falei, apertando a mão dela - Agora me deixa ir porque eu realmente preciso de um banho e descansar.
- Vai lá. - sorri para ela uma última vez antes de correr e pular em cima de Kyle.
- Vamos, pimenta? - falei, descendo de suas costas.
- Vamos, Xena.
- Não apreciei o sarcasmo.
- E também não vai apreciar a poeira que vai comer. - ele disse antes de começar a correr em direção ao alojamento dele.
- Covardia! - gritei, começando a correr atrás dele - Você começou primeiro.
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Flawless Curse
Mystery / ThrillerMudar de cidade nunca é uma tarefa fácil. Mudar de país então, era a última coisa que ela desejava, porém, com tudo que tinha acontecido, alguém tinha que cuidar da sua mãe e, obviamente, sua filha estava no topo da lista. Tudo parecia uma tarefa f...