Capitulo 14

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- Caroline! - escutei uma voz me chamar do outro lado da porta do banheiro.

- Já estou indo! - gritei, colocando minha blusa. Abri a porta do banheiro, dando de cara com Mel - Que susto, Mel. - falei, colocando a mão no coração.

- Você anda muito assustada ultimamente. - ela falou, andando em minha direção.

- Impressão sua.

- Você está se sentindo bem hoje?

- Estou, por que não estaria?

-Você não foi à escola hoje, ficou trancada nesse quarto o dia inteiro e não comeu nada.

- Bem, vou sair agora. O que tem para comer? - falei, abrindo a porta do meu quarto.

- Eu fiz um lanche para você, um dos seus favoritos.

- Obrigada. Emily já foi trabalhar?

- Saiu cedo. Plantão.

- Claro.

- Você não vai fugir para sempre.

- Quem disse que eu estou fugindo? - falei, olhando para trás.

- Você evitou sua mãe o dia inteiro, você brigaram feio ontem.

- Estamos bem.

- Não. O que está acontecendo?

- Mel, é complicado. O melhor é você não ficar sabendo dessa história.

- O que é tão sombrio para você não querer falar?

- Minha vida, Mel. Eu carrego comigo uma coisa que me faz afastar as pessoas de mim, para o próprio bem delas.

- Até aquele garoto que você gosta?

- Mel, é o melhor para todos. - falei, andando até a escada.

- Você vai continuar indo para a escola? - Mel perguntou, acompanhando-me.

- Não. Eu vim para cá para cuidar da minha mãe, não dar uma de colegial. Minha mãe já está melhor, então eu já posso voltar para Florença.

- Você vai voltar para Florença?

- Florença é o meu lugar.

- E sua mãe? Digo, você vai deixá-la sozinha?

- Ela está melhor. Ela pode se virar sem mim, como sempre fez. - falei, andando até a sala, assustando-me - Melanie? O que você está fazendo aqui?

- Eu vim ver como você está. - Melanie falou - Você vai voltar para Florença?

- Eu... Eu não sei. Eu sinto falta de casa.

- Aqui também é sua casa.

- Nada mais me prende aqui.

- E seus amigos? E sua mãe?

- Minha mãe já está bem melhor, meu trabalho aqui acabou.

- E você encarou vir ficar com sua mãe apenas como um trabalho?

- Não, eu...

- Deus, você é igual a Lucy.

- Não fale assim de mim. Eu não tenho nada parecido com ela.

- Você é egoísta, igualzinha à sua irmã. Mas ela, pelo menos, mostrava. Você se faz de santa.

- Por que as pessoas continuam falando isso?

- Porque talvez isso seja verdade.

- Melanie, você não entende.

- Mas é claro que eu não entendo, você não me explica.

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