Por Branden.
- Caroline? - perguntei, entrando na sala e olhando para os lados. Aonde ela foi? - Caroline? - chamei outra vez, indo em direção ao banheiro - Caroline? - bati na porta, mas não obtive resposta.
- O que foi, Branden? - senhora Gillbard perguntou da ponta da escada.
- A Caroline, ela desapareceu.
- Você já checou o banheiro?
- Já sim.
- Eu vou ver se ela está aqui por cima. - ela disse, desaparecendo pelo corredor.
Coloquei o copo em cima do aparador, que ficava no corredor, passando as mãos por meus cabelos. Por favor, Caroline, não faça nada estúpido, por favor, pensei, encostando-me à parede e apoiando minha cabeça na mesma. Se Caroline tivesse fugido para ir à Florença com alguma esperança de tentar controlar Lucy, eu não me perdoaria por tê-la deixado sozinha, mesmo sabendo que ela, de algum modo, arranjaria um jeito de fugir. Caroline não é uma pessoa previsível, pelo contrário; você nunca sabe o que ela fará a seguir ou qual será humor pela manhã. Caroline era uma pessoa decidida e, quando colocava algo na cabeça, só continuaria em paz se resolvesse.
Eu havia sido estúpido de pensar que ela havia desistido e iria esperar que pensássemos em uma solução. Ela nunca iria esperar, não quando o assunto era seu pai e o seu reino. Por mais que eu a quisesse aqui e quisesse protegê-la, ela não iria se aquietar até ter certeza que seu pai estava bem e que Lucy estava em seu devido lugar.
Lucy. Eu ainda estava digerindo essa ideia que ela arquitetou apenas para fazer Caroline vir para cá cuidar de sua mãe e que ela pudesse finalmente tomar o reino. Essa era uma ideia óbvia, até um bebê entenderia. Eu não sou um bebê, eu era o melhor amigo de Lucy, e sabia do que ela era capaz quando colocava algo na cabeça. Ela iria passar por cima de tudo e de todos.
Mas, por outro lado, eu estava agradecido a ela. Por causa da estúpida história que ela inventou, eu havia conhecido a garota dos meus sonhos, aquela que eu havia pedido a Deus. Com maldição ou não, eu estava apaixonado por ela e nada iria mudar isso.
- Ela não está aqui em canto nenhum. - senhora Gillbard desceu as escadas - Ela deve ter ido com Lorenzo.
Um barulho de carro dando a partida pôde ser ouvido, e nos entreolhamos, correndo até a porta e abrindo-a. O carro já estava atravessando os portões quando chegamos a varanda. Eu vi Caroline olhar para trás, e uma lágrima rolar por seu rosto.
- Droga. Eu não deveria tê-la deixado sozinha.
- A culpa não é sua. - ela voltou para dentro de casa e eu a segui - Eu sabia que ela iria. Ela ama mais ao pai do que a mim.
- A questão aqui, senhora Gillbard, - segui-a até a sala - não é a quem ela ama mais. É o pai dela, aposto que ela faria o mesmo por você.
- Não contaria com isso, meu jovem. Caroline sempre preferiu o pai.
- Mas isso não quer dizer que ela não a ama. Você é a mãe dela.
- Eu nunca fui uma mãe para ela, ela mesma disse.
- Não importa o que ela disse, palavras são ditas em vão todo o tempo. O que importa é que dentro do coração dela, mesmo que não pareça, ela ama a senhora.
- Como você pode saber o que é amor, meu jovem?
- Porque eu sinto. Eu estou sentindo isso por sua filha.
- Oh, claro, um rapaz que se diz "apaixonado" - ela fez aspas com as mãos - pela minha filha. Era tudo que eu precisava agora.
- Por que a senhora não acredita que eu me apaixonei por sua filha?
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Flawless Curse
Mystery / ThrillerMudar de cidade nunca é uma tarefa fácil. Mudar de país então, era a última coisa que ela desejava, porém, com tudo que tinha acontecido, alguém tinha que cuidar da sua mãe e, obviamente, sua filha estava no topo da lista. Tudo parecia uma tarefa f...