Capitulo 17

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- Mas que droga! - falei, jogando meu celular na parede - Por que diabos meu pai não atende a droga desse celular?

- Vai ver ele está ocupado. - Mel falou, tentando me acalmar.

- Não, Mel, ele passa o tempo todo com esse celular. Alguma coisa aconteceu. - falei, andando de um lado para o outro.

- Você precisa se acalmar.

- Faz duas semanas que eu não falo com ele. Eu estou preocupada. - escutamos a campainha ecoar pela casa.

- Eu atendo.

- Deixa que eu vou, eu preciso me acalmar. - falei, andando até a porta - Deve ser o Alfred com meus potes de sorvetes. Eu estou precisando. - continuei abrindo a porta - Lorenzo? - perguntei confusa - Lorenzo! - falei, pulando em seu pescoço.

- Baixinha, que saudades. - ele se separou de mim - Vejo que está usando o que Betty chama de trapos. - Lorenzo era um dos guardas do castelo, eu e ele sempre íamos juntos a cidade para comprar utensílios para a cozinha, mesmo contra a vontade de Lauren, a cozinheira. Lorenzo era o meu melhor amigo, o único que eu tinha de verdade, que não ligava para meu título e me tratava como uma irmã mais nova. Lorenzo, além de meu melhor amigo, era meu treinador e havia me ensinado artes marciais, a como usar armas e tudo que ele havia aprendido no seu tempo de aprendiz no exército do castelo. Ele sempre dizia que uma mulher deveria estar preparada.

- Não são trapos, são minhas roupas.

- Eu sempre achei que você ficava melhor com essas roupas.

- Entre, Lorenzo. - falei, dando passagem para ele entrar em minha casa.

- É tão bom vê-la. Eu fico feliz que você esteja bem, mesmo depois do que aconteceu. - ele disse, entrando e passando pelo corredor, indo em direção à sala - Essa casa não mudou nada.

- Depois do que aconteceu? - perguntei confusa, fechando a porta. Segui-o com os braços cruzados e a testa franzida - O que aconteceu? - perguntei, parando no batente da sala.

- Você não sabe? - ele perguntou, virando-se para mim, confuso - Oh, você não sabe.

- Não sei do quê?

- Acho que eu não sou o melhor para lhe contar isso, mas eu sou o único que está na condição de fazê-lo.

- Eu... Eu não estou entendendo nada.

- O castelo. Ele foi invadido cerca de um mês atrás. - ele falou, olhando para televisão e andando em direção à mesma - As câmeras do palácio gravaram tudo. - ele disse, retirando um pendrive do bolso, embutindo-o na televisão. Ele pegou o controle ao lado da mesma e andou até mim, parando ao meu lado e apertando o play - Nós lutamos até não termos mais forças, - ele falava enquanto eu olhava, aterrorizada, para a televisão. Os portões do castelo tinham sido abertos como se fossem simples portas de açúcar, dando passagem para duas mulheres vestidas de preto dos pés à cabeça. Elas comandavam homens encapuzados, que faziam os guardas do castelo de reféns - mas nós estávamos em menor número. A maioria dos nossos homens está de férias ou em missões de caridade.

Continuei olhando para a TV, sentindo meu coração doer só de pensar o que poderia acontecer com meu pai e com o reino. Eles eram minha família, meu povo, eu não poderia negar que, mesmo estando em Londres e sendo feliz aqui, Florença era minha casa, e, como toda pessoa, eu amava minha casa e queria protegê-la de todo o mal. Eu nunca me perdoaria se acontecesse alguma coisa a meu pai; algo me dizia que eu nunca deveria ter deixado Florença, mas papai havia insistido. Mas uma coisa era certa, se algo acontecesse com meu pai, eu iria atrás do infeliz que havia feito mal a ele. E, acredite, ele iria pagar com sua miserável vida.

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