Capítulo 12

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- Você realmente se acha o valentão? - um homem de voz grossa falou, empurrando outro contra a parede a alguns metros de mim - Por acaso, você quer morrer?

- E quem é que vai matar? Você, gazela? - o outro falou, dando uma risada alta.

- Se eu fosse você, teria medo.

- Por quê? Por que a sua garota estava na minha mesa? Foi ela quem veio, cara. O que você queria que eu fizesse?

- Você gosta de mulher comprometida, por acaso?

- Pelo visto, é só o que me chama a atenção.

- Branden Grandville, você não deveria ter dito isso. - ele disse, levantando o punho na altura do rosto de Branden.

- Espera! - gritei e os dois olharam para mim - Quem você pensa que é para bater nele? - falei, andando até onde eles estavam.

- O quê? A pergunta certa aqui seria: Quem a senhorita pensa que é?

- Uma pessoa, idiota.

- Se você não fosse mulher...

- Você iria me bater? Ah, você pode tentar.

- Você se importa tanto assim com ele?

- Honestamente? Não muito, no momento.

- Então eu posso acabar com ele. - ele disse, levantando novamente o punho na altura do rosto de Branden, que fechou os olhos. E, por um momento, eu achei que aquilo seria um tanto quanto merecido.

- Espera!

- O que é agora?

- Ele pode ser um idiota, mas...

- Ele não é apenas um idiota, ele é um bêbado idiota.

- Que seja. Ele pode ser um bêbado idiota, mas foi sua garota quem foi atrás. Você já se perguntou se a culpa foi realmente dele ou da sua namorada que foi se sentar com ele?

- Ela...

- Aposto que ela não é a garota mais santa do mundo e que, enquanto você está batendo nesse idiota, ela está lá dentro com outro.

- Vadia. - ele disse, soltando Branden e voltando para dentro do bar.

- Vamos. - peguei sua mão, puxando-o em direção à rua paralela a do beco.

- Eu não posso ir. - ele falou, se apoiando na parede - Eu preciso voltar para o bar, ainda falta uma rodada para completar a vigésima.

- Você acha que vai voltar para lá? - apontei para o bar.

- Você é minha mãe, por acaso?

- Não, sua mãe não faria isso. - dei uma tapa em sua cabeça.

- Ai! Isso doeu. - ele massageou a cabeça.

- Nunca disse que faria carinho. - falei, pegando seu braço e colocando-o em meu ombro. Passei meu braço por sua cintura, ajudando-o a andar até a rua movimentada - Onde fica sua casa?

- Eu moro na próxima rua, virando à esquerda. Por aqui. - ele apontou para a direção oposta à do bar.

- Sua mãe está em casa? - falei, começando a andar pela calçada na direção que ele tinha apontado.

- Eu moro sozinho.

- Sua mãe te deixou fazer isso?

- Eu já sou independente, tenho dezenove anos.

- Só se for fisicamente, porque mental, parece ser que parou nos nove.

- Eu sou perfeitamente alienado.

Flawless CurseOnde histórias criam vida. Descubra agora