3- Cafeteria

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A noite de Spencer não foi diferente, no início a recém-nascida dormiu feito um anjinho, assim como ele. Porém antes das três da manhã seu sono foi interrompido por uma bebê chorosa.

E assim foi a madrugando tanto do pai como da filha, em claro. Spencer tentou de tudo, absolutamente tudo que ele havia lido sobre como fazer um bebê dormir.

Ele agradeceu mentalmente quando amanheceu, não que ele não gostasse de cuidar da filha mas estava exausto e cheio de olheiras, não que ele se importasse. Quando deu 7:30 Garcia estava animadamente em sua porta, ponta para cuidar da afilhada.

Spencer aproveitou que a amiga chegou e foi tomar banho se arrumar. Aproveitou também para seguir o conselho das amigas e fazer a barba o deixando um pouco mais apresentável.

Depois de Penélope fazê-lo trocar de roupa duas vezes, com o argumento de que ele estava parecendo um velho da terceira idade ele finalmente conseguiu sair do apartamento. Com o coração na mão mas conseguiu.

Essa era a primeira vez que ele saia sem sua menina, o que fez com que ele ficasse apreensivo. A cafeteria não era muito longe de seu apartamento, mas ainda sim resolveu ir de carro.

Ao chegar no local estacionou em uma das vagas e caminhou até a cafeteria, logo ao entrar analisou cada mesa até encontrar alguma mulher com algo vermelho. E para seu azar três mulher usavam algum acessório vermelho.

Já estava dando meia volta para sair o estabelecimento e ligar para Garcia quando seu corpo acaba batendo com de outra pessoa. Foi algo rápido, quando o gênio se deu conta a garota já estava no chão.

- D-Desculpa.- A garota da uma leve gaguejada no início enquanto se apoia na parede já se levantando.- Acabei me distraindo.

- Sem problemas, eu que tenho que pedir desculpas.- Spencer diz com um leve sorriso nos lábios.

- Na verdade a culpa foi minha, você estava se virando e eu como sempre não prestei atenção.- Ela diz enquanto enrola uma mecha do cabelo nos dedos. Está nervosa.

Agora a olhando melhor, Spencer pode analisa-lá melhor uma garota padrão na realidade. Em alguns aspectos ela o lembrou JJ, exceto pela cor dos olhos que definitivamente eram mais claros do que os da amiga.

- O senhor deve ser o doutor Reid, certo?- A garota pergunta, tirando Spencer dos seus pensamentos.

- Sou sim, e a senhorita quem seria?

- Louise Mountbatten, Penélope deve ter falado sobre mim para o senhor.- Ela responde fazendo com que Reid se surpreenda um pouca. Ela não aparenta ter 22 anos assim como estava escrito em seu currículo.

- Claro senhorita Mountbatten.- Spencer diz tentando organizar os pensamentos sem ficar hipnotizado com o azul dos olhos da garota.- Vamos nós sentar para conversarmos melhor.

A garota concorda silenciosamente e o acompanha até uma da mesas com vista para o lado externo da cafeteria. Assim que se sentam Spencer dá um dos cardápios para ela que rapidamente o pega e fixa os olhos nas opções.

- Já decidiram o que vão pedir?- Um rapaz com um bloquinho de anotações pergunta intercalando o olhar entre Spencer e a jovem.

- Um café preto sem açúcar.- Spencer diz e em seguida olha para Louise esperando a resposta dela.

- Quero um chocolate quente com chantilly extra e cookies.- Ela responde animadamente para o rapaz que anota tudo no bloquinho e após dar um sorriso para ela, se vira e se afasta da mesa.- Então senhor Reid, sobre o que quer conversar? Quer dizer...a o senhor entendeu...

- Bom a senhorita tem um histórico escolar perfeito, devo admitir. Com ótimas cartas de recomendação de professores, ajudou em muitos projeta sociais, fez trabalho comunitário, aluna do ano em diferente matérias no ensino médio.- Spencer fez uma pequena pausa para analisar a garota, que apenas ouvia tudo atentamente com uma expressão serena.- E muitas coisas que eu poderia citar, mas a real pergunta é: Por que?

Antes que ela pudesse responder o garçom trás os pedidos, uma xícara de café uma maior de chocolate quente e os cookies.

- Acredite senhor Reid eu entendo, afinal porquê alguém com a formação que eu tenho e a condição financeira que minha família tem eu aceitaria trabalhar como babá? É bem simples na verdade, por mais que eu me orgulhe muito do meu histórico acadêmico, não é isso que eu quero no momento. Sempre gostei de crianças, fiz um curso de psicologia infantil, mas isso o senhor já deve saber, e isso despertou meu interesse com crianças.- A garota dispara todas as palavras rapidamente fazendo com que Spencer ficasse surpreso, porém conseguiu entender absolutamente tudo.

Enquanto ela falava Spencer pode notar que não era apenas aquilo, tinha algo mais, algo mais profundo porém resolveu não questionar.

- Penélope deve ter dito um pouco sobre meu trabalho,muitas vezes exige que eu viaje por um certo tempo indeterminado.- Spencer fala olhando diretamente para a menina que também retribuía o olhar enquanto comia um dos cookies.- Isso exige uma grande disponibilidade de tempo, a senhorita está realmente disposta a isso? Quero dizer, muitas isso isso acontece nos finais de semana...

- Não sou do tipo de pessoa que gosta de sair, prefiro mil vezes livros e crianças do que festas e bares.- Ela fala atropelado o que Spencer estava dizendo e da um gole na bebida quente.

- Uma semana de teste, se ocorrer tudo bem a vaga é sua.- Spencer diz um pouco duvidoso.

- Sério? Muito obrigada de verdade mesmo.- A garota diz sorridente bebendo mais um pouco do chocolate quente.- Quando posso conhecê-la?

- Hoje mesmo se quiser.- Spencer diz terminando o café.

- Sim sim sim.- A loira diz animada e volta a comer, agora mais rápido que antes.

Spencer apenas a analisava, para ele de certo modo era engraçado. A forma com que a cada gole o canto da boca dela ficava com chantilly ou a expressão de satisfação dela ao morder um cookie.

Minutos depois ela terminar cada um pagou o que comeu e foram para o carro do Spencer, já que ela veio andando. Na hora de entrar Louise fez questão de ir no banco de trás, mais especificamente atrás do banco do motorista, o que infelizmente fez sentido para Spencer.

O caminho foi em silêncio, a garota não falou nada e Spencer também não. Assim que chegaram no destino final ela estacionou na garagem subterrânea e desceu abrindo a porta para ela que agradeceu em um sussurro.

- Em qual andar você mora?- A loira pergunta, tentando quebrar o silencio.

- Décimo terceiro.- E após essa resposta ambos volta a ficar em silêncio ao entrar no elevador.

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