Capítulo 31

5.9K 483 37
                                    

 LUA

Me sento no sofá enquanto tomo um copo de água. Monique me encara incrédula.

— Cara, eu sabia que tinha alguma coisa errada com esse Rick. É muita perfeição sem defeitos, tinha que ser um cafajeste de marca maior. — Suspiro.

— Pois é... ele é um desses riquinhos que moram na zona sul.

— Sinceramente amiga, eu já desconfiava. Quando senti o perfume do boy e entrei naquele carrão dele, comecei a desconfiar que com grana de Uber é que ele não sobrevivia.

— O pior de tudo é que eu... gosto dele. — Confesso e Monique suspira se sentando ao meu lado e esfregando minhas costas.

— Ai amiga, e agora?

— Sinceramente eu não sei. Eu preciso de um tempo pra pensar, me acalmar e ver se continuo com Rick. Saber que ele mentiu pra mim, vou viver neurótica desconfiando de tudo, igual quando voltei com Nando da ultima vez e isso não é bom pra uma relação.

— Eu entendo, vida. Olha, se acalma, relaxa e pensa direitinho. As vezes ele realmente fez isso por medo, aí merece um desconto. Esse povo rico tem disso... achar que tudo é interesse. — Assinto.

— Sim, vamos encerrar esse papo, já, já minha mãe volta do mercadinho e vai me encher de perguntas se souber disso. — Monique assente e começa a falar do ficante dela da noite de ontem me distraindo...

RICK

Caminho de um lado a outro no hospital extremamente preocupado. Minha mãe está com um pequeno terço nas mãos rezando. Eu suspiro com as mãos nos bolsos e olho pra cima.

Já se fazem horas desde que meu pai entrou e até agora sem notícias.

Sinto uma mão deslizar por meu peito e olho para o lado e vejo a Bela com um olhar terno e um sorriso compadecido.

— Oh, meu amor. Eu liguei pra sua casa, já que não estava conseguindo entrar em contato e a empregada disse que o seu pai passou mal e foi trazido pra cá. Como está se sentindo? — Bufo meneando a cabeça.

— Péssimo. Isso tudo foi culpa minha. Nós dois discutimos e ele acabou desmaiando. — Bela assente com um olhar preocupado.

— Mas o que aconteceu? Por que discutiram?

— Olá Isabela, será que me acompanha para um café? — Minha mãe surge cortando a pergunta de Isabela e eu sinto um certo alivio por isso. Eu já não aguentava mais confusões por hoje e não queria discutir com Bela por causa de Lua nesse momento.

— Claro, vamos. Não quer vir, amor?

— Não. Podem ficar a vontade eu vou esperar aqui. — Bela assente saindo com minha mãe e eu me encosto na parede do hospital perdido em pensamentos. Por que meu pai teve que se apaixonar justamente na mulher que eu também estou me apaixonando?

Isso não é justo!

— Família do senhor Leblanc? — Um médico com aparência jovem surge nos chamando e minha mãe rapidamente volta.

— Olá, eu sou a esposa dele.

— Correto. O seu esposo ele sofre de cardiomiopatia crônica e infelizmente a pressão dele subiu em razão disso, sofreu uma embolia pulmonar. — Minha mãe cobre a boca completamente perplexa.

— Doutor, eu sou o filho... então isso tudo significa o que?

— O senhor Leblanc teve que entrar em coma induzido e está recebendo anticoagulantes, mas vou ser sincero... a chance de sobrevivência é de 20 a 30%. — Fecho os olhos cerrando o punho.

A Carona do Prazer - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora