Capítulo 32

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Eu fico perdida encarando aquela cena que eu não consigo acreditar

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Eu fico perdida encarando aquela cena que eu não consigo acreditar. Rick é o filho do senhor Leblanc, o filho que ele sofre de decepção. O homem na qual eu acabei me envolvendo e me apaixonando...

A mulher olha para Rick e me encara como se eu fosse louca. Até que a figura imponente de Brenda Leblanc surge e me encara furiosa:

— O que essa mulher tá fazendo aqui? — Eu não consigo nem se quer responde-la. Minha mente não para de surtar ao saber que Rick é esse homem e aquela mulher da boate é realmente a namorada dele.

— Eu não posso acreditar que você mentiu pra mim! — Respondo a Rick o encarando e ele parece perdido. A velha bufa com desdém e encara Juca que permanece ao meu lado.

— Juca, meu filho leva essa mulher daqui ou vou chamar os seguranças do hospital. Ela não é bem vinda na família. — Me sinto ainda mais humilhada enquanto alguns curiosos observam a cena.

— Mãe! — Rick tenta repreender a mãe e ela o encara rispidamente.

— Fica quieto, Henrique! É melhor você dar atenção a sua noiva e deixar que eu cuido dos problemas. — Noiva, Henrique? Quantas mentiras mais esse homem contou pra mim?

Juca me encara com pesar e eu sinto meus olhos lacrimejarem. Respiro fundo e saio praticamente correndo de dentro daquele ambiente.

— Lua! — Ouço passos atras de mim e reconheço a voz de Rick que me grita, mas eu não paro de andar até sair de dentro do hospital.

Quando dou por mim, meus olhos estão embaçados de tantas lágrimas. Eu passo a mão trêmula pelo rosto e sinto o perfume de Rick ao meu redor.

— Lua, por favor! — Rick tenta me segurar, mas eu o afasto com um solavanco.

— Não encosta em mim! Você é um cafajeste, mentiroso! Mentiu sobre a sua condição financeira, mentiu sobre seu nome e mentiu sobre seu estado civil! Eu tô com nojo de você! — Grito pra ele como se isso fosse fazer com que eu me acalmasse um pouco.

— Eu... eu sei que eu menti. Me perdoa! — Sorrio de escárnio.

— Meu Deus! Você me fez de palhaça! Exatamente como meu ex, aliás, pior que ele porque você mentiu seu nome também. Como eu pude deixar me enganar! — Rick parece agoniado.

— Você também mentiu para mim. — Franzo o cenho querendo agredi-lo de raiva.

— O que?

— É isso mesmo! Eu cheguei em casa ontem e ouvi meu pai dizendo que ia assumir você. Você estava tendo um caso com seu chefe as escondidas! — Dou um tapa firme no rosto de Rick que apenas vira o rosto colocando a mão sobre a marca do tapa.

— Nunca mais você ouse falar isso! Eu nunca tive nada com o seu pai e nunca iria ter. Eu o tenho como um pai! Você deve tá me confundido com essas vadias interesseiras que você está acostumado a pegar, mas eu não sou assim! — Rick parece ficar reflexivo.

— Mas foi ele quem disse isso ao telefone. — Meneio a cabeça colocando as mãos sobre a cintura e encarando o céu enquanto as lágrimas insistem em cair.

— Eu não faço a ideia do que ele quis dizer com isso, mas diferente de você, eu não minto e minha consciência está tranquila... Henrique! — Digo o nome dele com desprezo. Rick suspira tentando se aproximar novamente.

— Por favor, Lua. Me perdoa! Eu fui um covarde. Tive a chance de contar a verdade e fiquei com medo da sua reação. Eu não queria te perder porque eu estou... gostando de você de verdade! — Eu sorrio com raiva.

— Gostando de mim? Eu acho que você quer um brinquedo de diversão enquanto pousa com a sua noiva chique pra alta sociedade. Afinal de contas deve ser vergonhoso um Leblanc assumir com uma mulher suburbana.

— Eu... — Eu o corto.

— Agora eu entendo porque o seu pai sofre de desgosto. Ter um filho como você deve ser uma cruz pesada. — Finalizo e Rick abaixa a cabeça.

Eu choro copiosamente até que vejo Juca surgir. Ele fica tenso e sem saber como reagir ao encarar Rick e a mim.

— Desculpa eu... fiquei preocupado. Por isso vim ver o que estava acontecendo. — Juca avisa e eu seco novamente as lágrimas.

— Eu preciso ir embora. — Me viro, mas Juca me cerca. Rick parece tenso quando nos ver tão perto.

— Lua, deixa eu te levar. Você não está em condições de ir sozinha...

— Eu não vou desistir de você, Lua. Escreve o que eu tô dizendo. Eu vou fazer o possível e o impossível para te ter de volta. — Rick diz e eu reviro os olhos de raiva e decepção.

— Se eu fosse você, desistia. Acabou o seu parque de diversões aqui. Procure outra para te divertir. — Eu caminho apressadamente pra bem longe dele, quando estou chegando perto da calçada, meu salto quebra me fazendo perder o equilíbrio.

Eu quase caio, mas mãos firmes me agarram e eu suspiro exasperada.

— Juca... — Ele me ergue.

— Está vendo porque eu quero te levar pra casa? Por favor Lua...

— Você também. — Ele franze o cenho.

— Eu também o que?

— Você sabia de tudo e estava se fazendo de amigo meu. Por que não me contou? Evitaria eu ter sido feita de palhaça. — Juca aperta os lábios.

— Lua, infelizmente era um assunto delicado. Querendo ou não o Rick é meu amigo de infância. Eu não podia me meter nisso, o máximo que eu pude fazer é tentar fazer com que ele te contasse a verdade. — Assinto ajeitando meus cabelos desgrenhados.

— Eu o odeio. Não quero ver esse homem nem pintado de ouro! Como ele pode? Eu acreditei que ele estava mesmo gostando de mim... — Fico perdida em pensamentos.

— Lua, eu conheço o Rick a anos desde que começamos a brincar juntos, e eu sei que ele realmente está apaixonado por você. — Eu sorrio sem acreditar no que eu ouço.

— Você também, Juca? Olha, não tente defender seu amigo pra mim. É perda de tempo e vai me fazer tomar pavor de você também!

— Eu entendo. Não estou tentando defender o Rick. O que ele fez não se faz, você não mereceu isso... mas eu sei que meu amigo a essa hora tá surtando e perdido. Ele se apaixonou por você e não soube lidar, acabou fazendo uma besteira atrás da outra. — Meneio a cabeça em contestação.

— Olha, eu não quero saber de mais nada sobre ele, tá legal? — Juca assente.

— Tudo bem, mas me deixa te levar pra casa. Você não está com cabeça pra trabalhar hoje e precisa pensar, descansar... — Assinto me dando por vencida e Juca solta um pequeno sorriso caminhando comigo de volta para o estacionamento.

A partir de hoje, o Rick, ou Henrique Leblanc, morreu para mim! 

A Carona do Prazer - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora