Capítulo 56

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RICK

Eu a encaro, seus olhos estão suplicantes, confesso que realmente me surpreendi ao vê-la no pagode, mas fiquei feliz por ter a companhia dela a noite toda, mesmo que a uma certa distância. Não sei se por eu estar tão próximo, mas Lua bebeu demais, o que me deixou preocupado e implorei a amiga dela para leva-las para casa.

Aqui estou eu, prestes a entrar no quarto da Lua, em sua nova casa.

— Lua você está... não posso. — Ela me agarra pelo pescoço e me guia para dentro do seu quarto.

— Fique quieto, Henrique! — Sinto vontade de rir, por ela tentar bancar a autoritária com a voz embolada e trocando passos.

— Ok, chefa. — Respondo com um gesto de rendido com as mãos. Ela tranca a porta e me guia até a cama, me desequilibrando me fazendo cair.

— Lua... — Ela cai sobre mim, colocando uma perna em cada lado do meu corpo. Eu levo minhas mãos em seu quadril.

— Preciso de você dentro de mim, Rick... — Ela beija meu pescoço, meus lábios. Se ergue saindo de cima de mim e leva a mão até minha barriga e desliza por dentro da minha calça. Meu pau lateja em busca de alivio. Mas não posso.

Ela está fazendo isso devido a bebida, e com certeza vai se arrepender amanhã.

— Lua, porra, tô cheio de tesão...

— Então me come, Rick. — Suspiro numa luta interna, eu quero muito estar dentro dela, mas não assim. Eu jogo contra a cama com cuidado e saio de cima dela.

— Não! Você bebeu demais e precisa descansar. — Ela rola os olhos.

— O que? Vai me dizer que aquela assistente te atrai muito mais do que eu?

— É claro que não, eu sou louco por você, Lua. Você nem imagina... Só não entendo o porquê você está fazendo isso? Você mesmo disse que não me queria mais. — Ela cambaleia, mas consegue se erguer na cama.

— Porque eu te odeio, mas eu te amo. Rick. Eu te odeio porque não consigo deixar de sentir o que eu estou sentindo. — Meu peito se enche de algo que não sei dizer, só sei que é bom. Eu me sinto exatamente como ela, eu a amo. Aprendi a amar a Luana acho que desde o nosso terceiro encontro.

— Eu também te amo, Lua. — Me aproximo dela e acaricio seu rosto.

— Então fica comigo, só hoje. — Eu suspiro, se eu ficar, amanhã ela vai me enxotar feito cachorro da sua casa. Eu tô cansado disso. Sei que a fiz sofrer e mereço o sofrimento, mas acho que já estou pagando pelo que eu fiz.

— Vou fazer o seguinte, vou ficar, mas vou sentar ali e esperar você adormecer, certo?

— Só se você não for embora. — Sorrio para ela. É óbvio que vou embora, mas ela não precisa saber.

— Tudo bem, eu não vou, mas agora deite. Descanse, você precisa. — Quando eu me ergo, ela me puxa pela camisa e me beija de forma apaixonada.

Preciso mesmo resistir e isso está me matando. Meu pau pulsa e goteja desejando-a desesperadamente.

— Deite meu amor. Deite e descanse. — Eu a ajeito sobre a cama e a cubro, depositando um beijo em sua testa. Ela sorri.

Eu me sento no divã que fica de frente para a sua cama e a observo cair no sono lentamente. Tão linda...

[...]

— O que você está fazendo aqui? — Acordo desorientado ouvindo uma voz que aumenta gradativamente até se tornar quase um grito. Abro os olhos e percebo que acabei pegando no sono no divã de Lua.

— Merda... eu acabei adormecendo.

— Some da minha casa! Você se aproveitou de mim, enquanto eu estava bêbada, é isso? — Franzo o cenho pra ela, ainda sonolento.

— Você está louca, Lua? Eu jamais faria isso. Você me implorou para que eu ficasse, disse até que me amava... eu disse que ficaria até você dormir, acabei pegando no sono também!

— Eu não disse isso! — Suspiro, cansado dessa negação dela.

— Disse, você estava bêbada, mas disse que me amava, não queria me deixar embora. Eu jamais tocaria em você com o estado que você estava. — Lua me encara, seu semblante nervoso.

— Obrigada por respeitar isso, mas agora por favor... — Ela aponta par a porta e eu assinto, com um suspiro derrotado.

— Tudo bem. Cansei dessa brincadeira de cão e gato. — Ela franze o cenho.

— O que está dizendo?

— Já deu pra mim, Lua. Essa semana vou me demitir da construtora. Acho que se deixarmos de nos ver, será mais fácil aceitar o fim e você poderá ser feliz com quem quiser, até mesmo com Juca. — Digo sério. Percebo que ela titubeia, mas apenas assente.

— Concordo. Acho que é a melhor saída. Você tem razão. — Assinto desviando o olhar.

— Até amanhã na empresa. Irei pedir baixa. — Ela assente sem jeito e eu saio rapidamente dali.

Ainda bem que está cedo e com certeza ninguém acordado, mas para o meu azar, ou sorte. A mão de Lua está na sala tomando uma xicara de café.

— Meu filho! Que surpresa boa você aqui. — Ela sorri para mim.

— Olá dona Marcia. Eu já estou de saída. Me desculpe me encontrar aqui. — Ela franze o cenho e assente.

— Que nada, meu filho. Quer tomar um cafezinho comigo antes de ir? — Fico pensativo.

— Venha! Vamos tomar um café. — Acabo concordando, e a sigo para a cozinha.

Após dona Marcia me servir, ela me observa com um sorriso no rosto.

— Eu sei que você errou feio com a Luana, mas eu sei que você a ama. Está escrito em sua testa. — Eu suspiro.

— A sua filha não me quer mais, dona Marcia. Eu preciso me afastar, não quero ficar fazendo mal a ela....

— Eu acho que vocês precisam de tempo, realmente. A Lua é bem indecisa e teimosa. Acredito que puxou o pai dela. — Sorrio lembrando do velho Leblanc com nostalgia.

— A teimosia com certeza... — Dona Marcia sorri de volta.

— Pois é, acho que para o seu bem, até mesmo o bem dela, a melhor coisa é vocês se afastarem. Se for pra ser, o que eu acredito que é, vai ser. — Suspiro pesadamente.

— De qualquer forma eu já ia fazer isso mesmo, mas sinceramente, não tenho mais esperanças. Ela tá saindo com o Juca e ainda guarda uma magoa muito grande de mim. — Digo com tristeza.

— A minha filha e o Juca são apenas amigos, parece que seu amigo, respeita a amizade tanto dele com ela, quanto dele com você. — Meu peito se alivia ao saber, mas não o suficiente.

— Bom saber, mas... — Tomo o ultimo gole de café. — É melhor eu ir. Não quero que a Lua me enxote daqui como um cachorro vira lata pela segunda vez. — Dona Marcia sorri e assente.

— Tudo bem meu filho, vá com Deus e saiba que o tempo trará todas as respostas... — Assinto, me despeço dela e saio.

É isso mesmo que irei fazer, meu carro vale um dinheiro, como eu gosto de instrumentos musicais, irei vender meu carro, alugar uma loja no centro comercial do subúrbio e vender tudo que for relacionado a música.

Irei abrir meu próprio negocio e isso me ajudara a manter a cabeça um pouco longe da tristeza de não ter a Lua mais em minha vida...

A Carona do Prazer - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora