Capítulo 37

5.7K 490 88
                                    


DIA SEGUINTE

Estou na construtora, agora não sei o que fazer... eu era a secretária do senhor Leblanc, secretária do meu pai, e agora?

— Lua, você veio... — Juca se aproxima com um copinho de café.

— Vim saber do meu destino. Não sei como vai ficar e quem vai assumir a construtora daqui pra frente? — Antes que Juca pudesse responder, ele encara para trás de mim e eu giro meus pés encarando a esposa do falecido Bernardo.

— Eu e você está demitida! — A velha me encara com um sorriso sarcástico e vitorioso nos lábios. Nem parece que perdeu o marido a dois dias.

— A senhora? Mas... que eu saiba a senhora não entende nada de engenharia, de paisagismo, nada. Até me perdoe se estou sendo rude, mas... — Juca responde ainda confuso. Ela dá de ombros.

— Vocês irão me ajudar com tudo isso. Meu filho ainda parece recluso, mas tenho a certeza que logo ele assume isso tudo aqui, afinal de contas, ele é o herdeiro. — Ela diz orgulhosa.

— Agora você, pode passar no R.H para assinar a demissão. — Assinto me sentindo derrotada.

— Pra mim é até um alivio que ter que trabalhar com a senhora. Passar bem. — Me retiro dali as pressas deixando Juca e a velha pra trás.

Passo no R.H pra assinar as folhas e volto para casa com um misto de tristeza e impotência por não revelar que ela não poderia me demitir, afinal eu também tenho direitos.

— Eu não posso acreditar. Então você foi demitida? — Minha mãe sorva um pouco de café quente e eu assinto deslizando a mão pelo rosto.

— Sim mãe, quem vai assumir a construtora é a velha. Ela vai afundar aquilo lá em dois tempos. — Minha mãe assente.

— Ainda bem que você não falou que é filha dele. Assim evita perder a sua paz com essa mulher, a melhor coisa é ficar distante. — Faço um muxoxo com decepção.

— Mas e agora, mamãe? Voltamos a estaca zero. — Minha mãe sorri.

— E agora que você vai pegar seu salarinho, compra uma batedeira profissional e algumas coisas e vamos vender doces. Simples. — Assinto com esperança.

— Obrigada, mãe a senhora é um gênio. É isso mesmo que eu irei fazer. — Beijo sua testa animada e decido retirar a roupa de trabalho.

— Será que a Monique está em casa? — Pergunto pegando um short jeans pra vestir.

— Não sei meu amor, a essa hora ela costuma sair pra vender perfume, mas vai lá quem sabe. — Assinto terminando de colocar a regata e calçar os chinelos e saio.

Bato a porta de Monique e nada... É, ela não deve estar aqui... Bato de novo e a porta se abre revelando Nando com os cabelos bagunçados, vestido com um lençol em volta da cintura e a respiração ofegante. Ele me encara assustado.

— Lua, branquinha! O que faz aqui? — Eu me ergo tentando olhar para dentro da casa e ele fica na frente tentando esconder alguma coisa.

— Eu vim ver se a Monique está em casa, mas pelo visto... acho que não. — Vejo um braço com as unhas enorme pintadas de vermelho circular o peito de Nando que se sente constrangido por ter sido pego no flagra.

— Amor, você me deixou esperando toda peladinha... — A mulher fala. Arregalo os olhos e meneio a cabeça.

— Bem. Deixa-me ir, acho que estou te atrapalhando. — Me viro para sair dali e Nando me grita tentando se afastar das mãos da mulher.

A Carona do Prazer - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora