Capítulo 38

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N/A: Vocês pediram e eu voltei com mais um capítulo! Não esqueçam de votar e boa leitura amores ♥



Eu engulo seco a observando. Ela entra na sala meia acuada. Suspiro lembrando da frase do meu pai que dizia que tinha que assumir a Lua... agora fazia sentindo. Ele queria assumir como filha, meu ciúme me deixou cego e não me fez ver dessa forma.

— Eu não admito! Essa mulher não é filha do Leblanc. Eu nunca soube disso! — Minha mãe vocifera e o tabelião a encara.

— A senhora tem que se acalmar senão serei obrigado a pedir que te coloquem para fora da sala. — Minha mãe bufa completamente revoltada e se senta ao meu lado. Lua se aproxima em silencio e se senta de frente pra mim.

— Com todos presentes, os interessados a herança, o advogado e as testemunhas, vamos fazer a leitura do testamento deixado por Bernardo Domenico Leblanc a um mês anterior ao seu falecimento. — Eu permaneço encarando a Lua que parece mais linda que antes. Seus olhos encontram os meus. Eu engulo o ar e ela desvia seu olhar para o tabelião.

— Deixo declarado que Branca Aguiar de Almeida é casada comigo por separação total de bens, por tanto não se torna minha herdeira necessária assim como seu filho Henrique Almeida que não é meu filho legitimo. — Aperto os dedos com força em meu punho. Sim, eu sou filho de um caminhoneiro que eu sequer conheço. Lua abaixa o olhar.

— Deixo declarado que Branca herdará a residência aonde vivemos desde casados e uma pensão de cinco salários mínimos, é o que eu posso fazer pelos anos de casados que ela se dedicou ao nosso matrimonio.

— Só? — Minha mãe interrompe com raiva. Eu a seguro pelo pulso a fazendo ficar quieta.

— Mamãe... — Sussurro e ela suspira ajeitando o penteado.

— Desculpa, prossiga. — O Tabelião assente voltando a leitura.

— Deixo declarado que para Henrique Almeida eu deixo o titulo de COO da empresa, bem como um salário e inicial ao salário médio nacional de vice diretor de uma empresa grande, com aumento devido ao seu crescimento dentro da empresa. Ressalvo que para esse cargo, ele se casará e se manterá casado por pelo menos dois anos. Se não aceitar, deixarei um cargo de inferioridade com o salário de acordo com a vaga. Faço isso para prevenir sua mente focada na seriedade e no desempenho do crescimento da empresa.

— Merda! Isso não pode estar acontecendo comigo. — Sussurro baixo entre os dentes.

— Declaro a minha vontade de assumir a paternidade de Luana Alves. Ela é minha filha legitima e faço questão de que façam uma exumação em meu corpo se caso alguma parte for contra e precisar de um exame de DNA comprovando a veracidade dos fatos.

— Deixo para a minha única herdeira legitima todos os meus bens que lhe é de direito. Ela assumirá o cargo de presidente da nossa construtora sendo intitulada como a CEO e todo o cargo de confiança será dela o direito de nomeação exceto o de COO se o senhor Henrique decidir assumir. — Lua suspira. Minha mãe parece que desmaiou acordada na cadeira e eu, estou perplexo e fodido ao mesmo tempo.

— Alguma parte protesta o testamento deixado pelo Bernardo Leblanc? — O Tabelião pergunta e todos ficam em silencio.

— Sendo assim irei outorgar a decisão e em breve vocês terão direito sobre o testamento. — Todos concordam inclusive eu. Não tinha muito o que se fazer, o velho foi esperto ao me colocar ao trabalho se eu quisesse manter a boa vida.

Sua filha, a Lua que minha mãe desprezou tanto, é de fato sua única herdeira legitima.

LUA

Após assinarmos o testamento, eu sinto meu corpo amolecer pela tensão. Não pode ser! Eu não consigo lidar com isso... De repente eu presidente e dona de tudo da família Leblanc!

— Parabéns, você venceu! — A viúva do meu falecido pai me encara com desgosto.

— Eu não venci nada, era apenas meu direito. — Ela solta um sorrisinho.

— De burra você não tinha nada. Se aproximou do Leblanc sabendo que ele estava doente. Só veio dar o bote se fazendo de filha perdida. — Abaixo o rosto e sorrio decidindo brincar com a situação.

— E se for? Eu acho que tenho todo o direito, que eu saiba a família do meu pai fez o inferno na vida da minha mãe porque eles eram apaixonados e ela era uma simples empregada. — A mãe de Rick me encara perplexa.

— A sua mãe é a tal da Marcia? — Assinto com sorriso no rosto.

— Tá vendo, a senhora sabe o que aconteceu... sabe de tudo. Então pronto. Tudo agora é meu e a senhora ficou com uma pensão de cinco salários e uma mansão... passar bem, senhora Branca. — Pisco para ela.

— Maldita! — Ela vocifera e eu percebo que Rick vem em nossa direção. Meu coração se aperta e eu saio apressadamente dali.

— Até loguinho. — Corro para alcançar o ponto de ônibus.

[...]

Chego em casa e conto toda a novidade a Monique e a minha mãe que parece estática ao saber que herdei tudo.

— Filha! Isso é verdade?

— Sim! Em breve estaremos milionárias. Só que... eu não me sinto preparada para assumir a empresa. Minha vontade é viajar por aí, estudar e crescer sabe? — Monique me segura pelas mãos.

— Então faça isso! Agora você tem dinheiro e deve fazer o que sempre sonhou, lembra que seu sonho era viajar para fora da país? Então! Você pode fazer isso agora, amiga! — Suspiro.

— Se eu fizer isso a empresa fica sobe a direção do Rick. Ele não é filho legitimo do senhor Leblanc, mas parece que o pai de criação teve compaixão por ele e deixou ele como vice presidente da construtora se ele se casasse. — Monique arregala os olhos.

— Se ele não se casar?

— Ele vira um funcionário com salário bem abaixo isso se ele quiser trabalhar né? — Monique fica boquiaberta.

— O homem o ferrou. Praticamente o obriga a trabalhar e casar se quiser uma vida melhor. — Assinto.

— E você filha o que está sentindo depois disso?

— Ai mãe, eu tô mal sabe, eu gosto daquele cafajeste, mas é impossível um relacionamento com ele até mesmo de amizade depois de tudo. Eu tenho certeza que ele vai se casar e meu coração se parte com isso. — Minha mãe e Monique me abraçam beijando meu rosto.

— Pelo menos agora você pode sofrer em Paris, Nova York, Inglaterra por aí vai. — Sorrio para a minha amiga.

— Eu já tomei minha decisão, irei embora daqui. Estudar, crescer... e quando eu me sentir preparada eu volto para assumir a construtora. Não vou deixá-la entregue de bandeja pra aquele cafajeste. — Digo com tom de ressentimento.

— Eu gosto da ideia, mas vou morrer de saudades, filha. — Franzo o cenho para a minha mãe.

— Como? Claro que não, você e Monique vem comigo! Eu não vou a lugar nenhum sem vocês, principalmente você, mãe. — Minha mãe bufa.

— A Lua tem razão tia Marcia. A senhora tem que ir. Ainda mais que ela vai ficar longe por muito tempo...

— Sendo assim, tudo bem. Eu vou! Vai ser difícil me acostumar, me adaptar, mas eu vou. Acho que não consigo mesmo ficar longe da minha única filha! — Mamãe sorri e eu sorrio de volta a abraçando.

— Agora sim! — Digo mais animada. Meu celular toca e vejo uma mensagem de Juca.

— Aposto que é o amigo bonitão. Ele é super afim da Lua. Eu até tive interesse, mas depois de ver o jeito que ele olha pra ela... — Rolo os olhos.

— Por favor, Monique! O Juca é só um amigo. — Ela sorri.

— Amigo? Basta tu dá brecha pra ver aonde essa amizade vai parar. — Mordo o lábio e meneio a cabeça para responder a Juca.

Confesso que estou com a cabeça nas nuvens depois de tudo. Era obvio que eu não queria essa herança, mas já que veio sem esforço é que eu não vou reclamar. Foi maravilhoso ver a cara do imbecil do Rick e da mãe dele...

A Carona do Prazer - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora