A Carona do Prazer - Completa

Capítulo 34

Me jogo no sofá completamente em choque com essa noticia vindo da minha mãe.

— Filha... — Meneio a cabeça.

— Mãe? Como assim? Sou filha desse homem! A senhora nunca me contou absolutamente nada sobre meu pai! — Eu respondo amargurada.

— Por favor, me escuta! Você precisa e tem o direito de saber de tudo. Eu juro que eu nunca ia abrir a boca pra falar sobre esse homem nem mesmo no meu leito de morte. Mas aí você me contou que está trabalhando para ele e agora... o filho dele? Você teve um relacionamento com seu próprio irmão porque eu nunca quis te contar as coisas... se você soubesse nada disso teria acontecido! — Eu suspiro soltando uma lagrima.

Eu estava apaixonada pelo meu próprio irmão e isso tudo era uma loucura.

— Mamãe! Eu estou desesperada! — Eu respondo.

— Filha eu preciso te contar tudo.

— Sim, a senhora me deve explicações. Preciso saber de tudo. — Minha mãe engole o choro e assente.

— Eu quando bem jovem, trabalhei na mansão dos Leblanc. Foi uma das piores famílias que eu já trabalhei, eles são preconceituosos com pobres, mesquinhos. O pai dele era a pior pessoa que eu já conheci. Menosprezava qualquer pessoa que fosse de classe inferior a dele... Enfim, o seu pai era um metido a galinha e sempre me cercava na cozinha da mansão quando me via, ou no quarto dele quando eu ia limpar... Eu vivia o negando porque eu sei que não existe relacionamento entre patrão e empregado. O máximo que existe é relação intima casual e um pé no traseiro depois que eles enjoam... — Assinto.

— Seu pai não desistia de me cortejar, me infernizava... até que um dia eu cedi... nós tivemos relações no meu expediente na mansão. Eu confesso que eu estava me apaixonando pela insistência dele... até que continuamos com esse caso umas cinco seis vezes até que ele enjoou de brincar com a empregada. — Minha mãe revela com um tom de amargura.

— Ele arrumou uma riquinha, metida e essa... eu acredito ser essa mãe do Rick. — Ela me encara e eu anuo.

— Se é metida, rica, e mesquinha sim. Deve ser ela. — Confesso com raiva lembrando das formas que ela sempre me tratou quando me via.

— Apesar de tudo eu ainda permaneci trabalhando na mansão. Aceitei que o Bernardo não era pra mim, nossos mundos eram diferentes.
Até que começaram a vir os enjoos, a pressão cair e a menstruação falhar. A Mirtes, governanta deles, ficou desconfiada e resolveu me levar para fazer um exame de sangue, foi aonde eu descobri que estava gravida do Leblanc. — Coloco as mãos nos rostos chocada.

— A senhora não contou pra ele? — Ela suspira assentindo.

— Ele estava de casamento marcado com essa Branca e um belo dia, eu arrumando o quarto dele comecei a passar mal. Ele entrou no quarto no exato momento que minha pressão caiu e eu deitei em sua cama para melhorar. Ele me perguntou com aspereza o que eu estava fazendo ali. Que sua noiva poderia ver e achar ruim e então eu revelei que estava grávida dele. — Minha mãe sorriu em descrença meneando a cabeça. — Ele teve a coragem de dizer que eu estava mentindo e estava fazendo isso para acabar com o casamento dele. — Engoli em seco.

— Deus! Como ele foi covarde! — Minha mãe assente.

— Eu entrei em modo desespero porque aqui nessa cidade eu não tenho ninguém por mim. Abandonei a minha família em outro estado para tentar melhor aqui, em um dos estados mais "evoluídos" era assim que eu pensava e realmente, logo consegui emprego quando cheguei aqui. Mas se eu soubesse que essa família seria assim, eu teria desistido... Enfim, eu fui até minha bolsa, voltei ao quarto e mostrei o resultado de exame ao Bernardo. Ele leu a folha e riu da minha cara dizendo que eu queria armar um golpe nele para receber pensão. Para a minha infelicidade, o pai do Bernardo ouviu nossa conversa, ele rasgou o teste da mão do Bernardo e disse que eu estava blefando que o filho que eu carregava em meu ventre era de um qualquer e não do Bernardo.