Capítulo 53

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Volto a minha sala completamente conturbada com as palavras de Rick, mas ele está certo. Eu preciso deixa-lo viver. Eu não posso mais voltar com ele, o amo, mas não posso...

Preciso fazer alguma coisa para distrair os pensamentos. Já sei! Uma viagem de final de semana...

Finalmente chego em minha casa e observo a enorme sala na minha frente e confesso que tem horas que esqueço que sou rica...

— Olha só quem chegou! — Franzo o cenho e observo Nando se jogar no meu sofá.

— O que você tá fazendo aqui? — Ele sorri.

— Ué! Minha irmã mora nessa casa com você, eu tenho o direito de vir visita-la... alias, você ficou marrenta e metida depois de herdar essa grana toda do coroa, hein branquinha? — Reviro os olhos.

— Nunca fui uma coisa e nem outra, Nando você sabe... — Ele se levanta e se aproxima de mim, em outros tempos eu estaria nervosa e rezando para não cair na tentação, mas hoje... não sinto mais nada.

— O que eu sei é que eu amo a minha ex, e ela me descartou e não quer mais nada comigo. Me trocou pelos playboys da zona sul... — Exaspero largando minha bolsa em cima do aparador.

— Quem descartou quem aqui foi você que me trocou pelas noitadas com os parceiros de futebol e as traições. Eu já disse, Nando. Pelo amor de Deus, me erra!

— Nando! Deixa a Lua em paz! — Monique surge e empurra o irmão.

— Já que não sou bem vindo, então vou embora. — Ele diz chateado e sai batendo a porta. Eu e Monique reviramos os olhos.

Nando e a mania de se fazer de coitado, graças a isso que ele conseguiu me engabelar por anos... mas agora, já deu.

— Que carinha de chateada é essa? Te conheço perfeitamente bem e sei que se estressou com algo.

— Cadê minha mãe? — Monique sorriu.

— A dona Marcia foi passear com o seu João. — Eu arqueio a sobrancelha.

— Preciso conversar seriamente com o seu João! Eu sei que ele é viúvo, mas se quer ficar com a minha mãe, tem que assumi-la. — Monique suspira e se senta no sofá.

— Lua... deixa sua mãe. Aposto que você não ia gostar se sua mãe se metesse na sua vida sentimental. Então nem pense. — Suspiro concordando.

— Eu só tenho medo, minha mãe passou traumas horríveis com o meu falecido pai, eu não quero vê-la sofrendo novamente.

— Dona Marcia já é cascuda e experiente, vai por mim. Ela aparenta estar bem feliz quando fala no seu João. Eu tenho a plena certeza que ela está bem, mas agora e você? Não me disse porquê de estar tão chateada.

— O Rick. — Minha amiga bufa.

— O que esse babaca fez agora?

— Nada. — Ela arqueia a sobrancelha.

— Nada? — Eu assinto.

— É justamente isso que está me incomodando... eu... eu sai com o Juca pra jantar, você lembra? — Ela assente em silencio absorvendo as informações.

— Nós dois acabamos em um... um club, uma boate e quando o Juca foi buscar a bebida, eu avistei o Rick. Ele me viu se aproximou e.... tentou me seduzir, eu acabei forçando a barra para afasta-lo de mim, usei palavras duras e o Juca ter se aproximado contribuiu com isso.

— Então?

— Então que eu pedi pra que ele saísse da minha vida e ele parece estar fazendo justamente isso. Desde o dia na boate que ele me evita, fala comigo de forma estritamente profissional e tem respeitado meu espaço. — Monique cruza os braços.

— E não era isso que você queria? — Eu me ergo abruptamente e levo a mão na testa sentindo uma dor de cabeça causada pela tensão.

— Sim! É verdade, mas hoje... eu o peguei de risada com a assistente de R.H. Aquilo doeu sabe? É como se ele estivesse seguindo em frente e eu não saio do lugar.

— Isso se chama ciúmes, amiga e você o ama. Acho que o ter feito trabalhar diretamente com você, só piora as coisas.

— Estou percebendo isso! Acho que tô precisando de férias, curtas. Um final de semana... — Monique assente animada.

— Que tal se fossemos para aquele lugar que todo rico vai que é frio? — Franzo o cenho.

— Existem tantos lugares, Monique! — Ela estala os dedos corriqueiramente como se isso ajudasse lembrar.

— Como é mesmo o nome? É... Jasper? Jaspion? Jaspiem? — Gargalho meneando a cabeça e Seguro o ombro de Monique.

— Aspen, Monique! — Ela assente.

— Isso! O que acha? Vamos! Vai ser o máximo! — Suspiro.

— Vou me programar, não pensei em algo fora do país... Que tal, mês que vem? É época de frio por lá, a neve vai estar melhor. — Monique assente.

— Isso! Vai ser muito divertido! Dizem que dá cada boy gringo lindo e rico naquele lugar...

— Vou ver se o Juca quer ir conosco. — Monique arqueia a sobrancelha.

— Sempre esse sonso no meio.

— Monique! O Juca não é um sonso, se você se tornar amiga dele, vai ver que ele é uma excelente pessoa. — Monique dá de ombros.

— Excelente pra você que ele quer comer.

— Acredite em mim, ele não é assim, Moni.

— Hum... sei! — Arqueio a sobrancelha para ela.

— Cuidado que implicância de mais vira paixão, hein? — Ela joga a almofada em mim enquanto eu gargalho.

— Para de coisa, Lua! Eu não pego boy de amiga!

— O Juca não é meu boy, Monique, ele é meu amigo. — Pisco para ela que dá de ombros.

— Mesmo assim, ele tem interesse em você, não em mim! Agora vamos parar de falar essas coisas, que tal um spar? Tá na hora de você gastar um pouco de grana com coisas que merece.

— Nunca fui num lugar desses... — Monique pisca apanhando o celular.

— Não se preocupe eu vou procurar um spar ótimo pra nós duas!

— Certo, enquanto isso vou retirar essa roupa e tomar um banho relaxante. Horas sentada naquela poltrona, tendo que resolver um milhão de coisas, cansa!

— Vai lá, vou procurar o melhor spar! — Me afasto dela e caminho em direção a escada.

— Confio em você... 

A Carona do Prazer - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora