Capítulo 22

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GENTE PERDOE A BURRA AQUI MAIS UMA VEZ! SÃO CINCO RAINHAS, EU ESQUECI DAQUELA QUE MORREU. SÃO CINCO.

-Como é que é? - Aelin praticamente rosnava na cara de Rowan.

Fenrys e Cassian se seguravam pra não rir. A rainha de Terrasen estava na ponta dos pés, mãos na cintura, discutindo com seu marido consideravelmente mais alto e mais forte que, sob seu olhar, parecia uma criança emburrada. Eu também riria se a situação não fosse tensa demais.

-Aelin, você não pode vir. - Ele tenta. - Pense em nosso filho, por favor!

Ela vacila. Rowan tentava a todo custo impedir a esposa de procurar pelas rainhas, ela ficou irada, mas ele estava certo, tinha um bebê em seu ventre, protegê-lo seria prioridade. E por isso, Feyre também ficaria, ela e Rhys tinham conversado somente entre eles e ambos concordaram que seria melhor que ela ficasse com Orion. Além de Abraxos e Manon, Nestha e eu ficaríamos para protegê-las, encontraríamos Amren, Elain e Mor em Velaris. Os outros iriam com para portal, mais especificamente para o castelo do rei de Adarlan.

-Você não tem que se preocupar. - Rowan passa as mãos pelos braços de Aelin. - Ficaremos bem, coração de fogo, nosso reino e amigos também.

-Eu sei... - Ela finalmente cede, abraçando sua cintura. - Eu sei.

-Achei que isso nunca ia acabar. - Cassian sussurra para Fenrys.

-As vezes isso dura por horas. - Ele responde.

-O mesmo tempo que Fenrys leva se olhando do espelho. - Aelin rebate.

O illyriano ri enquanto o homem lobo faz uma careta para a loura que lhe mostra a língua.

-Preparem-se. - Rhysand chama nossa atenção. - Sairemos em alguns minutos.

Cada um seguiu para um canto, para preparar suas coisas, darem broncas ou se despedirem. Azriel e eu seguimos para o que estava sendo nosso quarto. Ele estava em silêncio desde o momento em que deixamos o estúdio, mais silencioso que o seu normal, isso me preocupava.

-Azriel o que houve? - Eu digo assim que projeto um escudo para abafar nossas vozes.

-O que pretende fazer, Lucille? - Pergunta cruzando os braços.

-Como assim? - Franzo o cenho.

-Não é possível que acredite mesmo que não reparei que o quadro virado tinha simplesmente virado pó em alguns segundos que estive fora.

É claro que ele não teria acreditado. Azriel era espião há muito tempo antes de eu ter nascido, nada passava despercebido aos seus olhos.

-Az... - Começo.

-Ela pintou você? - Ele me interrompe. - Pintou você não conseguindo fechar o portal? Pintou você morrendo?

Seu rosto é sério e sei que ele está lutando muito para manter a calma. Eu penso em negar, mas Azriel nunca escondia nada de mim, nós éramos parceiros, marido e mulher, não tínhamos segredos um com o outro.

-Sim.

-E por que você destruiu o quadro?

-Porque...

-Porque não quer que eu tente te impedir? Não queria que eu soubesse sobre o que vai custar?

Eu fico em silêncio, ele me conhecia, sabia muito bem o que eu pensava, havia deduzido tudo há tempos. Az passa as mãos pelos cabelos.

-Não percebe que está fazendo de novo? Tentando me deixar de fora de novo! - Ele praticamente rosna. - Nós somos casados, Lucille! Você é a minha parceira! Não passou pela sua cabeça as consequências disso?

-Eu não queria que se preocupasse com mais isso! - Grito.

-Mas eu me preocupo! - Ele grita de volta. - Toda vez que você me deixa de fora de algo você quase morre!

-Talvez seja por isso que eu te deixe de fora, para que você não morra também!

-E não pensou no que a sua morte faria comigo? Perder você me destruiria, Lucille!

As palavras ficam presas na minha garganta e eu paro com a boca aberta. Como eu pude ser tão egoísta? Como pude não pensar nos sentimentos de Azriel? Como pude simplesmente ignorar a reciprocidade de nossos sentimentos? Arrependimento toma conta do meu corpo e eu sinto meus olhos queimarem, tentando manter as lágrimas para dentro.

-Não pode querer que eu apenas assista enquanto você se mata para tentar salvar um mundo que nem sabemos se tem salvação. - Diz, seu tom saindo mais baixo.

Ele se aproxima vagarosamente, me dando a oportunidade de me afastar se eu quisesse, mas também me aproximo, jamais querendo ficar longe dele. Az segura meu rosto com as duas mãos.

-Se entrasse na minha cabeça, se usasse seus poderes em mim, saberia que o meu maior medo é perder você.

Eu não seguro a lágrima que escorre pela minha bochecha, meu parceiro se inclina e a limpa com um beijo.

-Não importa se eu não for seu carranam, quando chegar a hora, estarei ao seu lado.

Um soluço deixa meus lábios, meus sentimentos por esse homem quase explodindo meu peito. Ele puxa meu corpo contra o seu, me abraçando, abraço sua cintura, deixando que minhas lágrimas manchem sua camisa.

-Me perdoa... - Sussurro. - Eu morreria por você, Azriel. - Aperto seu corpo com mais força, desejando que nunca ficasse sem isso. - Eu morreria para que você tivesse uma vida feliz.

-Lucy... - Mais uma vez ele segura meu rosto e me afasta apenas o suficiente para encarar meus olhos. - Não existe vida para mim sem você.

Novamente, as lágrimas insistentes escorrem pelo meu rosto, mas eu não me importo. Afasto as mãos de Azriel e fico na ponta dos pés para agarrar seu pescoço, onde eu afundo o rosto, ele afunda o nariz em meu cabelo, seus braços rodeando minha cintura.

-Esse é o meu pesadelo, Lucy, que tem me acordado de noite. - Sinto-o me apertar mais forte. - A possibilidade não a ter comigo.

Eu permaneço em silêncio, sentindo seu cheiro tão bom e familiar, o calor de seu corpo, seu peito descendo e subindo, ouvindo seu coração bater descontroladamente. Não queria me afastar, queria ficar naquele abraço para sempre.

-Por que estão sempre separando a gente? - Murmuro.

-Me pergunto a mesma coisa. - Posso até mesmo sentir seu sorriso. - Quando tudo isso acabar, tiraremos férias longas e de preferência em um lugar bem longe.

-Só nós dois? - Sorrio também.

-Só nós dois.

-E se precisarem da gente?

-Eles conseguem se virar sozinhos. - Uma de suas mãos acaricia meus cabelos. - Seremos eu e você.

Me afasto o suficiente para encontrar seu olhar, subo minhas mãos para seu rosto e acaricio sua bochecha, ele inclina a cabeça em minha mão, aproveitando de minhas carícias.

-Prometa que vai voltar para mim, Az?

-Sempre. - Encosta sua testa na minha, os olhos fixos nos meus. - Prometa que vai me esperar, Lucy?

-Sempre.

A Corte de Mundos e Alianças (Vol.2)Onde histórias criam vida. Descubra agora