Prólogo: Sonho Infinito

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Ano de 1352

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Ano de 1352

Caos. Destruição. Morte. Sangue. Corpos dilacerados e queimados; o cenário que se desdobrava diante de mim era de uma brutalidade que fazia o coração parar. O único ser ainda em pé naquele lugar de horrores, coberto de sangue, era eu. Minhas mãos tremiam, não apenas pelo cansaço, mas pela carga emocional que pesava sobre mim. Meus olhos cinzentos, geralmente tão serenos, agora analisavam o que restara da guerra — um campo de dor e desolação.

Suspirei, um som profundo e carregado de frustração. Tudo isso, por uma mulher? Onde o bom senso havia se escondido? Mesmo sendo um deus, não conseguia compreender a espiral de destruição que escolhera seguir. Havíamos vencido a guerra, mas a vitória trazia consigo um gosto amargo. No fundo, eu deveria estar celebrando, pois em breve me casaria com Sora Darkvillium... minha irmã.

Sora, a luz em minha escuridão, era a mais linda e formosa mulher que já conheci. Seus olhos, de um rosa exótico, lembravam as flores de cerejeira em plena floração; seu cabelo longo e branco reluzia como a neve sob a luz do sol. Seu corpo, com curvas perfeitamente moldadas, exibia uma beleza que deixava qualquer um em estado de êxtase. Ela era pura, doce, um pedaço de mal caminho, como muitos diziam. E agora, eu a desejava com uma intensidade que me consumia.

Como era apaixonado por ela. Essa paixão, a responsável por tudo — pela guerra, pela dor, pelo ardente desejo que me dominava. Sora, embora não tivesse sangue real, era considerada filha do antigo rei e seria coroada rainha ao se casar comigo. O trono dos deuses deveria ser meu, e eu estava determinado a conquistá-lo, mesmo que isso significasse destruir tudo ao meu redor.

Quando percebi que era o único sobrevivente daquele massacre, levantei-me com dificuldade, os músculos pesados e a mente atordoada. Caminhei, andei e andei, até chegar ao meu reino, Infinite Dream. Ansiava por reencontrá-la, por ouvir seu canto suave, aquele som que sempre me trouxe conforto em tempos difíceis.

O palácio, majestoso e reluzente em mármore, ouro e marfim, se ergueu diante de mim. Ao entrar, procurei por Sora. Encontrei-a no último andar, ao lado de um homem musculoso, com cabelos loiros e olhos cinzentos. Era Indus Starwalker, meu melhor amigo.

Sora, ao me ver, levantou-se da cama adornada e veio ao meu encontro, seu sorriso iluminando o ambiente.

— Orion! Você está vivo! — Sua voz era um bálsamo, e suas mãos acariciavam meu cabelo, oferecendo um carinho que eu tanto precisava.

— Eu sempre fui o mais forte, lembra? — Brinquei, tentando dissipar a nuvem pesada que pairava sobre mim.

Ela sorriu, e Indus a acompanhou, mas eu percebi que havia algo mais naquele sorriso. A curiosidade de Sora crescia, e então ela fez a pergunta que eu esperava, mas que ao mesmo tempo me deixou vulnerável.

— Você foi o vencedor, certo?

— Sim, eu serei o Rei dos Deuses, e você será minha rainha! — exclamei, o orgulho transbordando em minha voz.

Mas, naquele momento, o sorriso de Sora se apagou. Sua cabeça baixou, e um peso imenso começou a se formar no meu coração. Ela não queria aquilo. As palavras que saíram de sua boca soaram como punhaladas em meu peito.

— Orion... eu sinto muito, mas não posso me casar com você. Eu nunca quis isso. Eu não te amo desse jeito... quem eu amo é o Indus. É com ele que eu quero viver.

As lágrimas escorriam pelo rosto dela, enquanto eu ficava paralisado, incapaz de processar o que estava acontecendo. Como ela podia preferir Indus? Depois de tudo que havíamos passado juntos, ela escolhia outro? A raiva começou a ferver dentro de mim, e as palavras que saíram de meus lábios foram mais um eco da traição que eu sentia.

— Eu não acredito nisso... — murmurei, minha voz grossa e raivosa.

Sora se assustou, buscando abrigo nos braços de Indus, que a segurava, também apreensivo. Eles nunca haviam visto a ira que agora consumia meu ser.

— Dê-me uma chance, Orion! Eu prometo que farei Sora feliz! — Indus tentou intervir, mas sua voz soava fraca diante da tempestade que se aproximava.

— Não! — minha voz era fria e cortante, uma sombra do amigo que ele conhecia. — Se eu não posso ter Sora, então ninguém mais poderá tê-la!

As trevas que eu havia reprimido começaram a se espalhar, como uma névoa densa, envolvendo o ambiente. Meu ódio, minha dor, minha traição se manifestaram em uma explosão de poder que consumiu tudo ao meu redor. A energia que liberava não era apenas destruição; era uma declaração de guerra contra a traição que eu não podia suportar.

E assim, em um instante, Sora e Indus desapareceram, tragados pela escuridão que eu havia invocado. Com isso, perdi não apenas a guerra por amor, mas a parte de mim que ainda acreditava na bondade, na esperança e na luz.

 Com isso, perdi não apenas a guerra por amor, mas a parte de mim que ainda acreditava na bondade, na esperança e na luz

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