Capítulo Cinco: Treinando para sobreviver

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Desde que meu mundo virou de cabeça para baixo, eu tinha total certeza de que aquele momento era o ponto mais calmo do meu aniversário

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Desde que meu mundo virou de cabeça para baixo, eu tinha total certeza de que aquele momento era o ponto mais calmo do meu aniversário. A dor da perda ainda ecoava em minha mente, como um eco insuportável, após ter presenciado a morte de meus pais na minha frente. A imagem de seus rostos, agora perdidos para sempre, seria uma sombra que me assombraria pelo resto da vida. No entanto, havia um fio de consolo na ideia de que existiam outras pessoas como eu, e essa esperança cresceu ainda mais ao conhecer Ashley. Ela era tão diferente das poucas garotas que havia encontrado antes, que perdi a noção do tempo enquanto conversávamos. O sol escaldante, que queimava a pele e iluminava a tarde, já indicava que devíamos estar perto do meio-dia quando Ashley, com seu sorriso radiante, me chamou.

— Vem, vamos voltar — disse ela, levantando-se e se espreguiçando. Estendeu a mão, como se me convidasse para um mundo novo. Hesitei por um momento, mas a energia dela era contagiante. Acabei cedendo e agarrei sua mão, permitindo que ela me arrastasse de volta para dentro.

— Ei, pra onde você está me levando? — perguntei, um misto de curiosidade e apreensão em minha voz, mas fui ignorado. Ela se movia com a leveza de quem sabia exatamente o que queria, seguindo para o lado esquerdo, em direção a uma porta decorada com a letra "A" dentro de uma estrela.

— Chegamos! Esse aqui é o meu quarto, vem! — Ashley puxou meu braço e me arrastou para dentro. O ambiente era um reflexo de sua personalidade vibrante. As paredes brancas, adornadas com pequenas flores coloridas, contrastavam com os pôsteres de bandas antigas e filmes clássicos. Uma cama de solteiro, coberta com um lençol lilás e acompanhada de bichos de pelúcia, ocupava metade do espaço. Um guarda-roupa cor de creme se destacava, e em uma escrivaninha, um tablet repousava ao lado de um vaso cheio de rosas laranjas. Uma TV de plasma estava suspensa na parede, e ao fundo, vislumbrei uma porta que parecia levar a um banheiro.

— Uau! — exclamei, verdadeiramente impressionado com o encanto do quarto de minha nova amiga.

— Eu sei! — Ela sorriu, com um brilho nos olhos. — Lana me ajudou com a decoração. Sempre quis um quarto colorido e bonito, mas sou bem diferente da maioria das garotas que adoram rosa, que é a cor que mais detesto! — Ela fez uma careta, e depois continuou: — Eu amo laranja e branco! — apontou para os detalhes do espaço.

— Ah, eu sou mais chegado no azul ou preto — respondi, acomodando-me na cadeira de rodas ao lado da escrivaninha, enquanto ela se jogava na cama, pegando um coração de pelúcia.

— É, vocês garotos são assim mesmo, preferem tudo escuro, né? Tenho certeza de que se eu perguntar a você sobre isso, vai dizer que é besteira — disse ela, levantando a pelúcia e me fazendo rir.

— Claro que não, é até bonitinho. Mas para as garotas... bem, tem outros garotos que gostam. Nada contra eles! Se um bicho de pelúcia traz felicidade para vocês, então fico feliz por vocês — respondi, dando de ombros.

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