Capítulo Vinte e Nove: Vindicta

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𝑶𝒍á 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒊𝒅𝒐𝒔 𝒍𝒆𝒊𝒕𝒐𝒓𝒆𝒔 𝒑𝒂𝒔𝒔𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒔ó 𝒑𝒓𝒂 𝒂𝒗𝒊𝒔𝒂𝒓 𝒒𝒖𝒆 𝒆𝒔𝒔𝒆 𝒄𝒂𝒑í𝒕𝒖𝒍𝒐 𝒄𝒐𝒏𝒕é𝒎 𝒗𝒊𝒐𝒍ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒆𝒙𝒑𝒍í𝒄𝒊𝒕𝒂 𝒆 𝒂 𝒎𝒂𝒊𝒐𝒓 𝒑𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒆𝒍𝒆 𝒗𝒂𝒊 𝒔𝒆𝒓 𝒆𝒎 𝒕𝒆𝒓𝒄𝒆𝒊𝒓𝒂 𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂 𝒋á 𝒒𝒖𝒆 𝒔ã𝒐 𝒂𝒄𝒐𝒏𝒕𝒆𝒄𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 𝒔𝒆 𝒑𝒂𝒔𝒔𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒍𝒐𝒏𝒈𝒆 𝒅𝒂 𝒗𝒊𝒔ã𝒐 𝒅𝒐𝒔 𝒑𝒓𝒐𝒕𝒂𝒈𝒐𝒏𝒊𝒔𝒕𝒂𝒔𝑫𝒆𝒊𝒙𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒊𝒔𝒔𝒐 𝒃𝒆𝒎 𝒄𝒍𝒂𝒓𝒐 𝒕𝒆𝒏𝒉𝒂𝒎 𝒖𝒎𝒂 𝒃𝒐𝒂 𝒍𝒆𝒊𝒕𝒖𝒓𝒂! 𝑵ã𝒐 𝒆𝒔𝒒𝒖𝒆ç𝒂𝒎 𝒅𝒆 𝒗𝒐𝒕𝒂𝒓 𝒆 𝒄𝒐𝒎𝒆𝒏𝒕𝒂𝒓 𝒂𝒊𝒏𝒅𝒂 𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒂𝒈𝒐𝒓𝒂 𝒒𝒖𝒆 𝒆𝒔𝒕𝒂𝒎𝒐𝒔 𝒏𝒂 𝒓𝒆𝒕𝒂 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍!

Valle Del Crystal não era uma cidade violenta; muito pelo contrário, o povoado emanava uma paz serena. Raramente, eventos aconteciam que deixavam a população em estado de choque. Contudo, em 2022, uma série de situações perturbadoras começava a gerar inquietação nos cidadãos. A notícia do falecimento do neto do diretor da academia Krystallos ecoou pela cidade como um estrondo, deixando todos atordoados. Mal sabiam eles que Jacob Hughes era apenas uma das muitas vítimas do serial killer que estava à solta.

Donker Summers, no entanto, estava mais preocupado com a reputação de seu instituto do que com a tragédia familiar. Não que ele não amasse sua família, mas agora, restava apenas Sabrina, sua neta, que nunca fora objeto de sua consideração. A jovem adorava causar intrigas e encrencas em seu colégio para chamar sua atenção, mas ele optava por ignorá-la. À medida que a noite se aproximava, uma pesada sensação de cansaço o envolvia; a imprensa não lhe dava trégua, especialmente Lois Wasabi, que parecia ter um conhecimento detalhado sobre as mortes que Donker tentava ocultar. Ele sabia que, se mais um homicídio ocorresse, estaria em sérios problemas com o governo.

Um suspiro exausto escapou de seus lábios enquanto finalmente parava de caminhar, chegando ao seu destino. Ele adentrou o cemitério, que ainda estava aberto, e marchou entre as diversas lápides. Não demorou a chegar ao epitáfio mais requintado daquele lugar, cuja sepultura exibia uma mensagem gravada na pedra fria:

Sophia Smith Summers

✡ 20 de Janeiro de 1928

✞ 5 de Agosto de 1995

Donker, com um gesto cuidadoso, colocou as margaridas que carregava ao túmulo, passando os dedos pelo nome, limpando a poeira que se acumulava. Aquela mulher fora sua rocha em momentos de desespero, quando a pressão parecia insuportável. Ela sempre o incentivou, lembrando-o de que ele era o herdeiro de Kingsley. O casal havia aguardado ansiosamente pelo nascimento do filho, mas, para sua profunda tristeza, a criança levou a mulher que ele mais amava.

— Eu lamento, Sofia... não pude proteger nosso filho. — murmurou em um fio de voz, seu olhar perdido no céu salpicado de estrelas, como se elas fossem testemunhas de sua dor.

— Não se preocupe; eu vou cuidar do nosso legado... cuide de nosso filho aí. — Sua voz ecoou na memória, como um suave sussurro que agora parecia distante.

Arrumando a gravata vermelha que pendia em seu pescoço, Donker se levantou, sua postura ereta como um símbolo de determinação, e seguiu em direção à limusine que o aguardava. Ao entrar, pediu ao motorista que o levasse de volta para casa, uma imponente residência que não era exagerada a ponto de atrair ladrões, mas que também não parecia pobre.

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