🎯 - 10

793 71 11
                                    

»»NOVE««

ɴᴏᴀʜ


O que eu estou fazendo?

— Eu entendo um pouco sobre economia, sabe… então…

Any entende um pouco sobre economia. Certo… Melhor verificar se há porcos voando, agora mesmo.

Eu estava confundindo as coisas com Sina. Talvez, fosse só o período que estava passando, mas a sensação me consumia cada dia mais. A ponto de eu mal conseguir dormir em paz. Sina estava na ala do dormitório a poucos metros de mim.

Se eu ficasse...
Então, fiz a besteira de dizer sim a um convite de Any. Se pudesse morrer de arrependimento...

A beleza da minha Lochem me tirava a concentração facilmente. E era do futuro do clã que estávamos falando. Se eu falhasse, os planos do meu pai iriam por água abaixo, e eu, mesmo que pudesse tentar novamente em 100 anos, teria sempre o estigma do rei que falhou no primeiro desafio. Meus pensamentos estavam longe, mas Any seguia feliz, falando sobre seu primeiro grande projeto com o Duque de Merda: a construção em
Alabar, na região litorânea de Alkmene, que serviria para propósitos turísticos. Na época, a ideia foi muito apoiada por Astradur, e a sociedade vampírica de Alkmene vibrou com a possibilidade de expandir seus negócios.

Mas, para mim, isso seria o mesmo que convidar vampiros estrangeiros e não tão bem intencionados. Eles ficariam agitados com a quantidade de humanos suscetíveis.

Aí teríamos problema.

— Compreendo suas razões, Any. Tudo pela manutenção de Redgold, não é? Mas… temo que, talvez, trazer mais humanos para Alkmene não seja tão sábio. Isso atrairá vampiros que não pertencem a nenhum clã.

— Teme? Noah… — Descartou minha recomendação com um aceno, fazendo careta de pouco caso. — Eles são fracos, o que poderiam fazer a nós?

Ela não era tão ingênua assim, era?

— A questão, Any, não é o que fariam a nós, mas sim aos humanos — com o tom de voz mais baixo, retorqui.

Any piscou seguidas vezes.

Merda. E se isso tudo tiver a ver com o que o Duque de Merda queria pronto antes da coroação? Estava falando de Alabar? Isso seria loucura. Em tão pouco tempo, erguer uma estrutura daquele porte? Com que intuito? Claro, tudo estaria voltado para o turismo, mas, diferente de Labyrinth, o foco era o entretenimento humano, nos meses de sol, de escuridão e nas poucas semanas mistas que Alkmene tinha. Alabar seria um complexo
moderno, uma espécie de grande resort.

Meu pai via potencial na fundação de Alabar, com suas fontes termais e competições esportivas. Eu via um enorme banquete a céu aberto.

Any tentou me convencer do contrário, enumerando a movimentação financeira para Alkmene ― como se nós precisássemos tanto assim de dinheiro. Em dado momento, tagarelou sobre um lugar mais elitizado do que Labyrinth. Ela falou sem pausas. Eu podia ouvir o som da sua voz, mas realmente não escutei o que dizia.

Queria usar esse superpoder contra Sina, quando ela estava perturbando minha paz. O pior momento era quando Alte entrava na biblioteca, trazendo sempre um pouco de bebida e frutas. Era inevitável não perceber a beleza das presas de Sina, e ah… por todos os infernos, fiquei louco de vontade de fazê- la tomar novamente da minha taça. Eu não era capaz de ignorar aquilo.

De ignorar ela.

Que mantinha sua postura austera, deixando claro que estava ali apenas como minha Lochem, nada de confraternizações. Era uma merda, porque eu realmente queria voltar àquele momento, reviver o instante em que seus lábios estavam tocando a taça, mesmo que isso significasse ter outra vez pensamentos sobre como seria beijar sua boca, senti-la em mim…

🎯|ᴏ ᴘʀɪ́ɴᴄɪᴘᴇ ᴅᴏs ᴠᴀᴍᴘɪʀᴏs » sᴇɢʀᴇᴅᴏs ᴅᴇ sᴀɴɢᴜᴇ • ɴᴏᴀʀᴛ [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora