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Vinte e Nove

noah️

Sina levou alguns minutos me atualizando a respeito dos acontecimentos. Uma arma química dentro do castelo foi acionada. Um dos componentes era meu sangue. Kyle se fodeu para resolver quase tudo sozinho. Baía Cachalote estava sob ataque, e Alabar, incomunicável. Labyrinth estava a salvo. Em King Castle, meus pais estavam bem. Tio Vallen, Krystian e outros se recuperaram. O problema é que havia uma coisa naquela história que não
d

esceu pela minha garganta. E nem dez litros de O+ me fariam engoli-la.

Astradur poderia pegar o dispositivo silencioso e traiçoeiro que jogou sob meu teto e enfiá-lo... Muitas horas se passaram.

Não havia mais um minuto a perder.

Já de pé, calcei as luvas, afivelei o cinto e coloquei a katana na bainha.
Ajustei a farda, ignorando a sensação que zanzava em meu corpo.

- Obrigado pelas atualizações, meu amor. Mas você está bem, boozie?
— Analisei a mulher que o destino havia escolhido para ser minha. Na
superfície, o que mostrava era a dureza e o preparo de uma guerreira. Mas, por baixo disso tudo, estava minha Ma'ahev, a vampira que eu amava.

Quando acordei, a primeira coisa que vi foram seus olhos verdes preocupados. Eu não quis ser o causador desse sentimento. O instinto forte de proteção se misturou a emoções conflituosas.

- Sim, estou. - Sina me observou, atenta aos meus movimentos, curiosa.- E você, como está se sentindo?

- Tenho a energia de mil vampiros em mim. - Desci o olhar para sua boca vermelha, inchada dos meus beijos. - A sorte é que o Ta'avanut abrandou assim que me aceitou como seu Ma'ahev. Caso contrário, não teria
razão que me parasse.

- É, essa sua intensidade... - Sina pigarreou.

Poderia contar nos dedos da mão quantas vezes estive assim. Foram
poucas. Naquele segundo, sangue humano efervescia em minhas veias. A bravura perigosamente beirando a inconsequência. Fogo dançava sob minha pele. A energia serpenteava, quase impossível de ser contida. No milésimo de segundo em que segurei a katana, a sensação que veio foi que eu poderia quebrá-la se quisesse, trazendo à superfície a noção da minha força. Senti-me capaz de fazer tudo ao mesmo tempo. Minha pulsação estava acelerada. A perspectiva aguçada: textura, formas e cores.

Confidenciei em um sorriso a intimidade de conhecê-la profundamente.

De já ter provado a nossa química quando se misturava. De saber o que Sina quis dizer.

- Preciso ver meu pai. E, depois, a ideia é sair e lutar. Se estão brandindo
espadas na Baía Cachalote, é lá que o Príncipe de Alkmene tem que estar. -
Fiz uma pausa. - Quero dividir o campo de batalha com você. Seria fonte de honra e orgulho lutar ao seu lado.

Sina abriu um sorriso amplo, sincero, do jeito que eu gostava.

Ah, porra... suas presas.

- Mas não comigo vestida assim... - brincou, apontando para sua camisola hospitalar. Aproximou, colocou suas mãos em meus ombros, ficou na ponta dos pés e beijou-me. - Converse com o rei Callum enquanto me preparo. Prometo que volto em breve.

Sina saiu do quarto, e a acompanhei. Ela virou à direita e me olhou sobre o
ombro antes de desaparecer de vista. Caminhei pelo corredor da ala de
enfermagem, observando, aliviado, que os quartos estavam vazios.

Todos tinham se recuperado.

Conforme minhas botas pisavam no chão, fui acompanhado pelas janelas
de King Castle se abrindo para a noite absoluta. Descansei a mão sobre o
punho da katana, sentindo a segurança de tê-la ali.

🎯|ᴏ ᴘʀɪ́ɴᴄɪᴘᴇ ᴅᴏs ᴠᴀᴍᴘɪʀᴏs » sᴇɢʀᴇᴅᴏs ᴅᴇ sᴀɴɢᴜᴇ • ɴᴏᴀʀᴛ [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora