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»»VINTE E QUATRO««

sɪɴᴀ

Estacionamos em um pequeno declive entre as folhagens da vegetação alta, um pouco distante da estrada, mas perto o bastante se precisássemos fugir.

Gila era uma cidade pequena. Nos níveis fracionados, em salões subterrâneos com acesso pela casa do Governador, tudo acontecia. Não haveria outro lugar possível para prepararem uma arma, além daquele bunker.

O caminho menos óbvio para invadir o local seria através dos claustrofóbicos dutos de ar.

— Tem certeza de que não há outra opção? — Kyle falou baixinho, ainda olhando de um lado para o outro por cima do ombro.

Medi-o de cima a baixo, propositalmente.
Ele revirou os olhos, sabendo que, mais uma vez, estava implicando com sua altura e porte físico.

— Você consegue entrar ali? — indaguei.
— Adoro lugares bem apertados. — Esboçou um sorriso malicioso.

Foi a minha vez de revirar os olhos, e Kyle segurou uma risada antes eu entrar nos túneis.

— Estou logo atrás de você, senhorita Sina.
Conseguimos nos esgueirar para dentro das instalações subterrâneas. Não era o local mais agradável do mundo, e me senti aliviada quando meus pés tocaram o chão. Aquela parecia ser uma galeria de armazenamento. Escondi-me com Kyle atrás de algumas caixas, quando três humanos e quatro vampiros passaram pelo corredor. Contei por alto quantos homens estavam ali, notando alguns uniformes da Brigada Real, entretanto, aqueles… não pertenciam ao clã Redgold. Não tinham a postura militar de alguém treinado pela Ordem de Teméria.

Astradur e Bali realmente infiltraram pessoas para traírem a Coroa. Desviei rapidamente o olhar para Kyle, que expirou, suas narinas se alargando.

Estava possesso.
Mais homens de Astradur chegaram, levando e trazendo caixas grandes e pequenas. Ficamos ali não mais que dez minutos, arriscamos sair quando houve um período de silêncio. Entramos em uma galeria um pouco maior, abarrotada de caixotes de madeira, e nos escondemos. Com cuidado, levantei a tampa de um deles e descobri estar vazio, assim como os demais naquela seção. Além do fluxo, não encontrei nada significativo, até que Kyle apontou para sua direita.

Os tonéis que Alex viu… estavam ali.
Súditos de Astradur e Bali transportaram pelo bunker, em um carrinho de serviço, barris metálicos, cilíndricos, com algum material químico. O símbolo de uma caveira indicou que se tratava de um composto nocivo à saúde.

Ficou claro que deveríamos seguir aqueles homens e descobrir o destino dos tonéis. Avançamos, cautelosos. Eles descarregaram em uma área onde não havia caixas, apenas cilindros metálicos.

Fiz uma pausa, assim como Kyle, percorrendo os olhos rapidamente pelo lugar. Em um ponto cego, sobre um daqueles tonéis fechados, estava uma espécie de prancheta. Sinalizei que iria até lá.
Kyle assentiu uma única vez.

Agachada, me movi depressa e sorrateira, e puxei a prancheta pesada para o colo. Os homens estavam rindo de alguma piada interna, enquanto carregavam os produtos químicos, organizando-os em uma empilhadeira.

— Vamos logo com isso, cara — brincou o humano. — Não vai virar churrasquinho, hein? Nem passar a noite aqui.

— Eu me enfio em algum canto. Querem esse carregamento na estrada ainda hoje.

Estrada para Alabar, talvez? Ainda hoje?
Voltei para perto de Kyle. Em silêncio, folheei o conteúdo da prancheta.

A atenção dele alternou entre os guardas e os papéis que encontrei.As primeiras folhas eram de informações sobre logística que envolvia horário, lugar e nomes de, aparentemente,  funcionários de Astradur.

🎯|ᴏ ᴘʀɪ́ɴᴄɪᴘᴇ ᴅᴏs ᴠᴀᴍᴘɪʀᴏs » sᴇɢʀᴇᴅᴏs ᴅᴇ sᴀɴɢᴜᴇ • ɴᴏᴀʀᴛ [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora