»»SEIS««
sɪɴᴀ️
Quando Warder me levou até o salão principal, percebi que o tempo que passei longe dali quase me fez esquecê-lo. A Ordem de Teméria me levou a lugares distantes demais da ilha para que pudesse pensar que sentia falta de ter um lar e, por mais destoante que fosse, King Castle era o mais perto que cheguei disso.
Tudo continuava como antes. As escadas extravagantes em ouro, o imenso lustre, além de toda a decoração em ônix e marfim negro. Ouro e preto em todos os lugares marcando o brasão dos Urrea e a tradição.
— Sente-se em casa agora? — Warder sussurrou. Alte manteve distância, respeitando nosso espaço.
Inúmeras lembranças me atingiram. Meu pai… minha mãe… quase pude sentir o aroma frutado dos seus cabelos, tão claros quanto os meus. Sempre seria muito difícil não tê-la por perto. Lembrei da última vez que estivemos juntas, pouco antes de eu integrar a Divisão Magna…
Ela segurou as laterais da minha cabeça, como fazia quando eu era criança, apoiando os polegares nas minhas bochechas, e me observou como se eu fosse seu maior feito pela eternidade.
— Ah, minha menininha! Eu prometi que não ia vê-la até que estivesse livre dos afazeres, mas não aguentei. Você está tão parecida com seu pai que me assusta. Tão independente… me sinto tão, tão orgulhosa de você.
— Mamãe… — Segurei a emoção. — É maravilhoso vê-la.
— Senti sua falta. Você sentiu a minha?
— Todos os dias.Aquela foi a última vez que vi minha mãe. Alte pigarreou, trazendo-me de volta das lembranças.
— Senhorita Deneirt… Se me permite e, se quiser, posso levar a sua mala para o quarto.
— Prefiro ficar com ela, Alte.— Ele quase sorriu.
— Pronta? — Warder questionou.
— Sim. —Era um convite tão honrado, uma chance que jamais pensei em abraçar tão cedo. Ser a Lochem de um príncipe… em nossa sociedade, era uma das oportunidades mais raras de toda a carreira pela Ordem de Teméria.
Ser uma Lochem mulher, a primeira da história.
Um calafrio percorreu minha espinha. Warder apenas sorriu.— Boa sorte, Sina. — Ele curvou um pouco a cabeça, cumprimentando- me de um jeito carinhoso.
Segurei minha mala com mais força e cheguei à sala do rei, na companhia de Alte. Assim que a porta abriu, percebi que o tempo passou devagar para ele.
O rei continuava tão bonito como me recordava, com cabelos castanhos cheios, além do mesmo sorriso largo, que combinava tão bem com os olhos de íris vermelhas. Isso me fez pensar… como estaria a aparência do seu filho?
— Deneirt, me sinto honrado em recebê-la novamente aqui, depois de tanto tempo.— Fiz a mesura respeitosa e ouvi Alte fechar a porta atrás de mim, enquanto eu observava Callum Urrea.
Os olhos do rei eram calorosos quando pediu para eu me sentar. Com a mala a tiracolo, fiz o que foi me pedido e, por um breve instante, tive a impressão de que, se o rei não fosse tão fiel ao protocolo, teria me abraçado. Era amigo do meu pai, acolheu-me com carinho, e eu seria eternamente grata aos Urrea por isso.
— Sinto-me honrada por estar em vossa presença, Majestade.
— Vou me liberar do protocolo e ir direto ao assunto — declarou, cordial.
— Como quiser, Majestade. —O rei respirou fundo.
— Meu filho não é nada ortodoxo — iniciou, enquanto guardava alguns papéis. Em seguida, olhou para mim, com um sorriso afetuoso. — Mas isso você já deve saber.
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🎯|ᴏ ᴘʀɪ́ɴᴄɪᴘᴇ ᴅᴏs ᴠᴀᴍᴘɪʀᴏs » sᴇɢʀᴇᴅᴏs ᴅᴇ sᴀɴɢᴜᴇ • ɴᴏᴀʀᴛ [✓]
VampirosCONCLUÍDA/REVISADA "Eu perguntei se você tem um vampiro para beijá-la. E para senti-la. Para saciá-la. Para satisfazê-la. Você está comprometida, Sina?" Quinhentos anos após a minha partida, eu retornei para o lugar onde nasci, a Ilha de Alkmene, co...