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»»DEZOITO««

sɪɴᴀ️

A mansão nas ilhas Anell Angels era completamente branca por fora, grandes vãos e janelas imensas cobrindo o pé-direito duplo, que, segundo Noah, escureciam caso o sol surgisse repentinamente. O estilo arquitetônico
me fez lembrar da Grécia.

Não compreendia absolutamente nada de decoração, mas tudo era muito limpo, claro e acolhedor. Muitos cômodos, mas, pelo lado de fora, notei a luz acesa e a porta entreaberta.

Quando soltei a mala no chão, ouvindo o baque grave, percebi que não havia mais volta. Kyle sinalizou que sairia, dando uma desculpa qualquer. Pelo que entendi, ele ficaria em um local afastado, feito para o guardião pessoal de Noah, mas o fato de ser em outro ambiente me fez pensar que, sendo assim, ficaríamos juntos, sozinhos, e…

Senti um calafrio na espinha.
Por que eu vim?
Comecei a falar sobre a casa e as pequenas ilhas, mas Noah não mordeu a isca. Eu deveria saber que ele me questionaria quanto a estar em Anell Angels. Quando dei por mim, estávamos nos beijando e nos tocando como se não pudéssemos ter mais um do outro.

Eu me afastei, porque precisava impor limites a mim mesma, para começar. Noah levou um tempo, observando enquanto eu colocava um pouco de
distância entre nós. Ele olhou para a mala e deu um sorriso que não consegui decifrar. Me virei para pegar a pequena bagagem, mas ele se antecipou ao movimento.

— Deixa comigo. — Noah colou seu peito nas minhas costas, inspirou no meu pescoço e deixou um beijo ali, enquanto pegava a mala aos meus pés. — Você tem um apego a essa mala...

Ri e ele se afastou para o corredor, mas a sensação inquietante continuou até Noah retornar, sorrindo.
Ele levou a mão direita à manga esquerda da camisa social preta, e começou a tirar o botão da casa.

— Aceita alguma coisa, boozie? — Esticou o braço, fazendo o mesmo com a outra manga. De repente, Noah começou a abrir o botão do colarinho.

Eu estive em guerras que fariam os anjos chorarem. Estive em massacres e eu fui o próprio massacre quando precisei dizimar clãs inteiros para que o meu sobrevivesse. Vivi entre a insanidade e a solidão por incontáveis décadas. E nunca tive medo. Nunca estremeci em frente à batalha. No entanto, quando Noah me encarava daquele jeito, quando sentia a conexão entre nós deslizar como seda, me tornava o oposto do que sempre fui.

— Aceito, na verdade. —Noah ergueu uma sobrancelha, abrindo o resto dos botões da camisa. Ele arrancou-a do corpo, sem pudor algum, e abriu um sorriso sacana para mim.

Era como se estivesse se oferecendo.
Engoli em seco.
— Estou te ouvindo.
— Eu… quero algumas regras.
— Regras?
— Sim. — Inspirei o ar com força. — Um: vamos com calma. Dois: eu preciso que seja secreto, porque isso pode prejudicar toda a minha carreira que tanto lutei. Três…

— Uou, espera. — Ele veio até mim. Não consigo pensar com Noah sem camisa. — Eu jamais deixaria que o nosso relacionamento prejudicasse quem você é. Não entendeu ainda, Sina?

— O que eu… não entendi?
— A sua existência faz parte da minha. — Droga, o perfume dele me atingiu quando Noah segurou as laterais do meu rosto. Meu corpo se colou automaticamente ao dele, nossos lábios rasparam.

— Você é a minha Ma’ahev. Eu senti a Savach por você. É a minha prometida, a minha futura…
— Segura esse pensamento aí — interrompi e precisei me afastar, mais uma vez. Meus olhos foram para o peito dele, a barriga com gomos, o vão que levava a… — Não vamos conversar sobre o futuro, porque eu sinceramente não sei o que fazer com essa sensação dentro de mim. Sufoca até a morte e eu sinto que não posso respirar sem você por perto. E é por isso que vim, para tentarmos descobrir como vamos lidar com tudo, porque eu
aceito que é arrebatador, não impensado.

🎯|ᴏ ᴘʀɪ́ɴᴄɪᴘᴇ ᴅᴏs ᴠᴀᴍᴘɪʀᴏs » sᴇɢʀᴇᴅᴏs ᴅᴇ sᴀɴɢᴜᴇ • ɴᴏᴀʀᴛ [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora