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»»DEZ««

sɪɴᴀ


Àquela altura, eu já sabia como o príncipe Noah Urrea ficava lindo quando sorria. Àquela altura, o perfume masculino dele, com fundo de canela e notas que eu ainda não havia descoberto, era a fragrância mais potencialmente sedutora que já senti. Àquela altura, o corpo do príncipe era o mais luxurioso que meus olhos já puderam ver. Àquela altura, as íris rubras, junto ao cabelo castanho, cheio e liso, eram o conjunto perfeito para causar reações físicas em qualquer espécie do sexo feminino. Eu via a maneira que olhavam para ele, e redobrava a cautela para não destinar a Noah o mesmo olhar.

O futuro rei do clã dos Redgold não era só um conjunto de corpo perfeito, sorriso de abalar estruturas, perfume enigmático e rosto irritantemente bonito. O problema estava no simples fato de ele ser… mais do que isso.

O príncipe guardou o meu elefante durante séculos. Indiretamente, teve alguma fé de que eu voltaria para casa, quase na mesma desproporção da minha, já que nunca pensei sequer na possibilidade de morar em King Castle mais uma vez. Naquela noite, Noah mostrou um lado seu que eu desconhecia. Disse todas aquelas coisas sobre seu nome, suas suspeitas de Astradur, sobre quem éramos. Causou-me reações físicas e emocionais, e me vi despreparada para mensurá-las. Isso sem considerarmos o cenário, um dos meus favoritos de toda Alkmene.

Então, foi embora para encarar seu primeiro debate político. King Castle ficou quase em silêncio absoluto. A presença do príncipe valia por dezenas ou centenas de almas. Quando percebi isso, um vazio desconhecido tomou meu estômago, quase como se estivesse vivendo em constante desnutrição.

O que foi ainda mais ridículo constatar que aquela sensação física era saudade.
Por mais que eu tivesse dito que não…
Eu senti falta dele.

E não uma lembrança casual e despreocupada. Senti a angústia agarrar-se à minha garganta.
Apenas dois malditos dias.
Não era um tremendo absurdo?

Terminei de moldar os cabelos em uma trança embutida e longa. A roupa que escolhi era uma calça de couro vinho e um corset maleável perfeito para luta, em tons de vinho e ouro branco, com rendas e arabescos que exibiam um pouco da pele. Encarei-me no espelho, percebendo que estava pronta. Só faltava uma coisa. Procurei sobre a penteadeira, e encontrei um batom na mesma tonalidade da calça.

Cobri o lábio inferior, e estava quase terminando o superior quando soou uma batida na porta.
— Entre.
— Senhorita Black, o príncipe Noah a aguarda. — Alte usou o tom de voz monótono e tranquilo. O buraco no meu estômago foi preenchido assim que escutei seu nome. — O príncipe lhe mandou um recado.

Foquei nos olhos de Alte pelo reflexo do espelho.
— Sim?
— Hum… O príncipe Noah mandou dizer estas exatas palavras: Diga à Sina que senti sua falta, e que mal posso esperar para revê-la. — Abaixei lentamente o batom e estreitei os olhos. Algo se agitou em mim, mas abafei o sentimento. Precisava buscar o lado profissional que tanto havia me faltado desde que reencontrei o príncipe, por mais que eu lutasse para não perder a minha essência.

— Diga a Vossa Alteza que o encontrarei na biblioteca.

Alte concordou, fechou a porta e eu voltei a focar no espelho, terminando de passar o batom. Demorou apenas um segundo para eu me observar: a roupa sensual, os cabelos presos e bem arrumados, a maquiagem…
Isso tudo era…
Eu passei um batom nos lábios apenas para reencontrar Noah?

Quase arranquei-o, até escutar o relógio do quarto sinalizar que já estava atrasada.
Maldito!

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🎯|ᴏ ᴘʀɪ́ɴᴄɪᴘᴇ ᴅᴏs ᴠᴀᴍᴘɪʀᴏs » sᴇɢʀᴇᴅᴏs ᴅᴇ sᴀɴɢᴜᴇ • ɴᴏᴀʀᴛ [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora