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»»DOZE««

sɪɴᴀ️

A música clássica me remeteu à infância, séculos atrás, e ao momento em que vi Noah Urrea sendo apresentado à sociedade vampírica, como príncipe, pela primeira vez. Inclusive, me provocando ao mostrar Eli entre suas roupas.

Abri um sorriso ao ver o salão de King Castle tão cheio de melodia e vida.Estávamos na primeira noite oficial do torneio, para o terceiro desafio de Noah Urrea: a luta. A cerimônia era no King Castle com bailes, jogos e jantar. Isso não importava muito agora, porque a meta era que Noah conseguisse vencer.

No tempo que passou, dividi as tarefas, falamos sobre as armas e posições defensivas. Dias longos de treinamentos, sem ser necessário o combate físico,tendo em vista que ele foi muito bem preparado para isso desde criança.

Noah já havia sido aprovado em outras fases, sendo a rota de comércio um de seus grandes feitos, elogiadíssimo pelo conselho. Agora, faltava pouco, e eu estava otimista de que ele seria capaz de passar pelo atual desafio com maestria.

Penteei os cabelos compridos. O vestido escolhido foi um longo e armado,com um tecido quente de veludo, corpete justo, decote ombro a ombro, não expondo meus seios, mas evidenciando o colo.

Optei por um colar de rubi e ouro branco, com um pingente em formato de coração.

E, agora, horas depois, eu estava pronta para descer as escadas.Segurei no corrimão e senti os olhos de todos sobre mim, mas quem magneticamente chamou a minha atenção não foi uma pessoa aleatória. O príncipe dos vampiros vestia-se formalmente: luvas negras, sapatos envernizados, camisa social preta com um colete na mesma tonalidade e um fraque ônix, que parecia brilhar sob as luzes do salão.

Ao invés de usar uma gravata, Noah estava com um lenço liso preso por um broche com o brasão dos Redgold, que brilhava em ouro. A única cor que se destacava de todo o resto era o dourado do broche. Respeitosamente, ninguém no salão deveria usar dourado e preto, todos sabiam que a combinação era o símbolo dos Urrea. O tecido preto, na perfeita ausência das cores, nunca foi tão sedutor.

Noah ficou ao pé da escada, para recepcionar-me como sua Lochem. Não era a tradição. Geralmente, pela relação Lochem-Príncipe ser apenas entre seres do sexo masculino, era pressuposto que não houvesse tanta cortesia.Mas Noah pareceu fazer questão de me recepcionar. Desci degrau a degrau, a sensação do Ta’avanut, que tanto tentei ignorar toda vez que estava perto do príncipe, vibrando em meu sangue, como uma chama que se acendia, e não havia nada que pudesse fazer para apagá-la.

Cheguei ao térreo e Noah foi tudo o que enxerguei. Ele estendeu a mão coberta para mim, oferecendo apoio.

— Senhorita Black — formalmente cumprimentou-me.
— Alteza.— Noah sorriu.
— Apenas segure a minha mão, Sina.
— Certamente.—Apoiei a ponta do meu indicador na palma de Noah, e escorreguei a mão pela dele.

Mas aí parei.
Encarei-o, chocada.
Mesmo com um tecido nos separando, senti um certo choque me alcançar.
Assustada, puxei a mão de volta.

— Acho que vou descer sem o seu apoio.—Noah ficou em silêncio, encarando sua mão, com o cenho franzido.

— Como quiser, Sina.— Ficamos lado a lado.
— Está pronta?—Abri um meio sorriso.

— Eu deveria perguntar isso.—Noah encarou seu povo. Eu vi o nervosismo cobrir seu rosto, quando mordeu o lábio inferior e, em seguida, suspirou fundo.

— Estamos prontos, certo?
— Você é o mais valente, inteligente e guerreiro dos príncipes dos vampiros, Noah. Não há nada esta noite que o impedirá de provar isso.—Ele me encarou, exibindo um sorriso de tirar o oxigênio da Terra.

🎯|ᴏ ᴘʀɪ́ɴᴄɪᴘᴇ ᴅᴏs ᴠᴀᴍᴘɪʀᴏs » sᴇɢʀᴇᴅᴏs ᴅᴇ sᴀɴɢᴜᴇ • ɴᴏᴀʀᴛ [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora