Olhos de Apatita - Malfred [EM REVISÃO]

Indecisão

Ciúme: substantivo masculino, sentimento complexo e de difícil compreensão, provocado pelo medo de perder a pessoa amada.

Outono de 2015, 19 de Maio, 07 horas e 55 minutos.

Ponto de Vista de Maria Marta:

Acordo envolta pelos braços de meu marido, nossa noite foi impecável! Me entreguei a ele, em meio a taças de vinho e beijos apaixonados, pelo menos três vezes, na verdade, não recordo quantas vezes, mas três é um bom número. Esse homem é um cretino, um gostoso. O jeito que ele me toca é único, que saudade eu senti de tudo isso, estou nas nuvens. Foi uma das melhores noites da minha vida.

Sinto uma dor de cabeça terrível por causa do álcool, necessito de um remédio urgente. Ainda em êxtase e um tanto atordoada, me lembro da reunião que tenho na empresa! Inferno!

- Zé acorda! - Falo chacoalhando meu marido. - Zé!

- O que foi Marta? É cedo ainda. - Ele reclama ainda sonolento.

- Eu preciso ir para a empresa! - Digo, levantando-me da cama, cobrindo meu corpo desnudo com o lençol. - Se arruma rápido. Eu vou me atrasar!

O homem nada fala, apenas me observa desesperada procurando minha lingerie.

- O que você está esperando? Vamos logo! - Digo nervosa.

- Estou admirando a bela mulher a minha frente. - Ele diz com um semblante safado, me tirando um sorriso tímido.

Ele levanta da cama e me abraça por trás, beijando meu pescoço. Logo em seguida me dá um beijo.

- Ainda sinto o gosto do vinho em seus lábios. - Ele diz, ai que tentação!

- Sua sorte é que não posso me atrasar, se não você já era, comendador. - Digo mordendo os lábios.

Enquanto Zé se veste, eu aviso Heleninha que irei me atrasar alguns minutinhos. Tenho uma hora para chegar na Império, o relógio está contra mim. Hoje é o dia que Theodora e Olívia chegam, e eu não quero deixá-las esperando por mim.

- Você já está pronto? - Pergunto.

- Sim. Vamos passar em casa antes, não é? - Ele questiona.

- Não temos tempo, Zé. Preciso chegar antes das nove horas. - Explico e ele confirma com a cabeça.

Nos dirigimos até o carro, Zé abre a porta para mim e logo após seguimos em direção a empresa.

- Droga! Estou um verdadeiro trapo! - Reclamo ao me olhar no retrovisor.

- Você está linda, pare de reclamar. - Ele responde. - Já te falei o quão sexy você fica quando está estressada? - Ele diz me fazendo rir.

José Alfredo é irresistível, que diacho! Eu tento manter distância mas é impossível.

Eu deveria ter trazido um batom, espero que Helena possa me salvar. Meu vestido está amarrotado e meus cabelos despenteados. Um verdadeiro caos! E, do jeito que conheço Ana Helena, ela obviamente falará algo sarcástico sobre meu estado deplorável.

Ponto de Vista de José Alfredo:

Enquanto íamos a caminho da Império, reflito sobre nossa noite. E que noite! Fazia muito tempo que eu não sabia o que era prazer. Eu e Marta aproveitamos cada instante naquela cama, nossos corpos imploravam por mais, e a cada toque era uma sensação diferente. Ela me fez ir do céu ao inferno de tanto prazer. Seu corpo é uma tentação, a ver nua é como um retrato do paraíso, quero me lembrar dessa cena até o último dia da minha vida.

Nossa noite foi muito melhor do que eu imaginava. Que mulher!

Por mais atrasada que Marta esteja, dirijo com cautela, meus sentidos ainda estão sendo afetados pelas várias garrafas de vinho que bebemos essa noite. O álcool nos deu uma dose de coragem insana.