Peça Teatral

549 31 13
                                    

Farsa: substantivo feminino, ação ou comportamento ardiloso que induz ao engano, mentira. Farsa é um gênero teatral de caráter puramente caricatural. Geralmente possui apenas um ato, enredo curto e poucos atores.

Ponto de Vista do Narrador:

Até que ponto você iria por amor? Quão drásticas seriam suas ações por alguém que você ama? Vale à pena? Ela saberia reconhecer seu esforço? Ela valeria o seu dinheiro?

Negócios e amor são inimigos, um sempre sai ferido, nunca há o equilíbrio. Um triângulo amoroso que torna-se um elo doloroso, uma surpresa inesperada, um negócio perigoso. Uma promessa quebrada, um boato, uma vingança.

"Entre a vingança e o amor existem infinitas possibilidades." Pensou a mulher enquanto penteava os cabelos.

A Império das Joias por um fio, o casamento instável, a adoção inesperada, a prisão do filho mais velho, o novo sócio, a ganância, o orgulho e a mágoa. Quem resiste?

Não existe Império sem Imperatriz, não existe José Alfredo sem Maria Marta e não existe Maria Marta sem... Ana Helena.

"Maldita! Eu vou matá-la." Gritava o homem estridentemente enquanto jogava os papéis ao chão.

Ele estava apaixonado por outra, por uma menina, uma moça. Ele traiu. Traiu. Ela traiu também. Foi o troco.

Traição, "substantivo feminino", traição é uma mulher, é traiçoeira, mesquinha, é a maldita de uma mulher! Uma mulher, tinha que ser com uma mulher?

"Eu matei ela, por você. Eu comprei isso aqui, por você. É tudo por você. Seja feliz, por favor. Você está livre, nós estamos livres." Dizia com um copo de whisky na mão e um sorriso tirano nos lábios levemente avermelhados. Seus óculos na ponta do nariz, seus olhos amendoados olhando a sua amada.

O batom vermelho, tão vermelho quanto o sangue enraizado em suas mãos. Um tiro foi o suficiente. Pronto, acabou o problema! Os olhos azuis dela como o cheque milionário que foi usado para comprar sua liberdade e livrá-la da estupidez de por seu Império nas mãos de outro. Pronto, acabou o problema!

"Chega de orgulho, seja feliz. Eu imploro." Ordenava como a nova dona.

"O poder que nos levanta. A força que nos faz cair. Qual de nós ainda não sabe, que isso tudo te faz...Dona." Cantarolava distraída.

Eu resolvo, eu dou um jeito, eu faço, eu compro. Eu amo ela e odeio ele. A infinita possibilidade é amarga, ela não acaba, é como a intensidade do amor que eu senti ao te ver pela primeira vez, é a adrenalina que eu vivi quando matei por ela. É a paixão que senti quando te toquei pela primeira vez.

Para salvá-la, precisei tirar ele do abismo mesmo que internamente eu o empurra-se pelo precipício. Ela pensava nele enquanto me beijava, ela matava a saudade dele deitada na minha cama, eu preenchi a ausência dele no coração dela e mesmo assim ele é o amor da vida dela.

"Deveria ter me contado, Helena!" Reclamava ao ver o marido sair bravo pela porta. Ela foi atrás dele como sempre e a nova dona dava gargalhadas que escondiam sua frustração. Atriz. Ela é uma ótima atriz, ela era uma peça teatral da cabeça aos pés. Ela é arte e arte é instável. Arte faz chorar, faz gritar, faz emocionar.

Afinal, o que aconteceu?

Ponto de Vista de Maria Marta:

O novo sócio virá conhecer meu marido, não me dou ao trabalho de estar presente, prefiro ficar em minha sala, desde que voltei para a Apatithe a Império já não é problema meu. Estou aqui por ele, mas só hoje.

- Dona Marta! - Dizia Bruna abrindo a porta.

- Sente-se aqui e faça seus deveres, chega de passear pela empresa. - Falo enquanto assino alguns papéis que Amanda me enviou.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 02, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Olhos de Apatita - Malfred [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora