Olhos de Apatita - Malfred [EM REVISÃO]

Poetisa

Imbatível: adjetivo, que não se consegue bater, que não pode ser derrotado, que não se consegue vencer, invencíve.

Ponto de Vista de Ana Helena:

Caiu a noite mais uma vez, faz dias que não saio na rua. No meu celular tem milhares de mensagens mas só tem uma pessoa nesse mundo que eu responderia, Maria Marta.

Me sinto vazia, fraca, me olho no espelho e não reconheço a mulher do reflexo, choro toda hora, tenho crises de pânico por causa do dia que Marta foi baleada e crises se ansiedade por ter matado aquela garota. Eu evito ler as notícias, evito assistir televisão e quase nem pego no celular.

Quem me dera voltar no tempo, o tempo é meu maior inimigo ultimamente.

Levanto para tomar meu calmante que está na cozinha, e ao chegar lá vejo meu celular vibrar sobre a mesa, por instinto vou ver quem é e levo um susto: é Marta.

Minhas mãos tremem ao pegar o aparelho, quase que não consigo desbloquear a tela. Meu coração acelera, e deixo escapar um sorriso ao ler seu nome, eu precisava tanto dela.

Mensagem:

Marta:
Helena?
Me responde sua cretina!
Ainda está viva?
Helena por favor me responde!
Eu sei que briguei com você, sei.             que deve me odiar agora, mas eu.   preciso saber se está bem.

Ana Helena:
    Eu nunca te odiaria, Maria Marta. Você sabe muito bem disso.

Marta:
Graças a Deus! Pelo menos sei que está viva.

Ana Helena:
Eu pensei que você estava morta! Marta eu preciso de você, sua cretina, eu to totalmente ferrada por sua causa!

Marta:
Como assim por minha causa? Eu estava em coma, esqueceu? Eu que estou ferrada por sua causa.

Ana Helena:
Ainda está no hospital? Que susto você me deu, te ver morta não foi nada bom pra mim, se não fosse aquela doutora aparecer e eu fazer um escândalo você estaria geladinha a sete palmos do chão! O idiota do seu marido ficou lá parado enquanto você estava MORTA.

Marta:
Você me salvou... Como é bom falar com você. E sim, ainda estou nesse inferno de hospital.
Falando em José Alfredo, que história é essa que você desapareceu? Tá maluca?

Ana Helena:
Marta eu fiz uma besteira MUITO GRANDE.
Mas não posso falar por aqui.

Marta:
Quem você matou Ana Helena Fonseca?
Eu morro por alguns minutos e você já faz merda!

Ana Helena:
Não é mais Fonseca... Eu me divorciei, Marta. Assinei os papéis e simplesmente desapareci. Estou sozinha nesse mundo, sem ninguém, faz uns dois dias que não consigo comer. E eu voltei a fumar... Eu não sei o que fazer, é horrível.

Marta:
Helena eu não acredito nisso, eu não posso sair daqui pra te ajudar agora! Como você acha que eu fico em ler isso? Por favor Helena não se mate desse jeito, enquanto eu viver você nunca estará sozinha.

Ana Helena:
Eu estou sozinha, Marta. Eu não consigo mais viver assim, estou cansada de viver de aparências, e quase perder você foi como um tapa na cara. Eu preciso me sentir viva novamente, eu me perdi.

Marta:
Heleninha, assim que eu sair daqui vou te ver, não posso te deixar nesse estado, eu sempre ganhei seu colo quando precisei e agora é a minha vez de retribuir. Não faça nada contra você mesma, por favor.