[Pequena spring]

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Bailey May

— Giovanna, eu preciso apenas que faça o que te pedi — digo pela décima vez no dia.

— Tudo bem baby, mas você precisa entender que hoje eu tinha manicure — ela exibe as unhas feitas.

Respiro fundo.

Se não fosse por Any essa garota já estaria bem longe daqui.

— Vai fazer uma semana que me trás o café errado — ela faz bico — Quer realmente começar uma discussão?

— Bay, só preciso que me entenda poxa — ela abaixa os olhos, se fazendo de sonsa — É o melhor expresso de canela da cafeteria.

— Eu não gosto de canela droga — dou um leve soco sob minha mesa, ela se assusta — Apenas vá e envie os papéis que estão parados a quase dois meses, não me faça pensar na ideia de demitir você pela milésima vez.

Giovana revira os olhos, se levanta com sua roupa justa e antes de sair ela me manda uma piscadinha.

Passo a mão pelo rosto ao ouvir o bater da porta.

Porque ainda dou chances a essa garota de ser minha secretária?

Você é um idiota Bailey.

Me levanto e ando na direção da pequena mesa em que deixo minhas bebidas, encho um pequeno copo de um whisky qualquer.

É segunda feira e tudo já está me deixando estressado, só o fato de já ser uma segunda me enoja.

— Bailey? — Giovanna coloca o rosto para dentro da minha sala novamente.

Respiro fundo, qual o problema dessa garota?

— O que? — viro o último gole, que queima minha garganta me fazendo ajustar a gravata.

— Any ligou, disse que houve uma mudança de planos e não vai poder buscar Jasmine na escola — ela dá uma pausa — Disse para você fazer isso.

Rapidamente a porta é fechada e ela sai,  provavelmente já esperaria que eu iria gritar ou coisa do tipo.

Aperto o vidro em meus dedos, porque pensei que poderia contar com minha esposa? Ela nunca está disposta a me ajudar mesmo.

A não ser quando voltamos, aí sim, ela deixava o mundo aos meus pés.

Mas agora que já estamos casados, que ela conseguiu o que queria, tem atitudes bem diferentes.

Viro mais um pouco da bebida em meu copo.

Observando o dia pela janela de vidro do meu escritório.

É, parece que sou dono de um império agora.

[💙]

Estaciono o carro em frente ao colégio de minha filha, são quase seis da noite, e talvez eu esteja atrasado.

— Ei — chamo quando desço do carro, e após dar alguns passos á frente a vejo.

Meu mal humor do dia horrível vai embora quando ela abre um sorriso imenso, como se acabasse de ganhar o melhor presente do mundo.

Sorrio de lado.

— Papai — a pequena vem correndo até mim, me abaixo até sua altura e damos um abraço forte — Você demorou — ela diz assim que se afasta e me olha.

— E você pode me desculpar por isso? — peço e a vejo aperta os olhinhos, os deixando ainda mais pequeninos do que já são.

— Sim — uma risadinha fofa vem dela — Mas não era a tia Any que ia me buscar? — Jasmine não chama Any de mãe, ela disse que não se sente confortável ainda, eu compreendo e Any não está nem aí.

Segunda chance |°Shivley Onde histórias criam vida. Descubra agora