[Frente a frente /pt2]

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°Shivani Paliwal

Eu acordo chorando, as lágrimas são quentes e fazem meus olhos arderem.

Fazia tempo que eu não sentia essa sensação.

Fazia tempo que o meu passado não me atormentava.

São três da madrugada, e eu só queria estar dormindo, mas um pesadelo atrapalhou meus planos.

Sonhei com Jack, mas senti um alívio quando acordei e me lembrei do que havia acontecido com ele.

Porém o alívio durou pouco, quando me lembrei do dia de hoje, ter visto Bailey frente a frente, ter escutado meu nome de sua boca.

Deus, eu me sinto tão pequena.

Desço os degraus com cuidado, quero beber uma água, mas não estou em minha casa, então não posso fazer muito barulho.

O que é estranho pois posso jurar que escuto uma leve movimentação vindo da cozinha.

Mas ainda assim continuo andando com cuidado.

— Shivani? — Noah fica rapidamente amarelo, branco ou não sei como definir suas expressões quando me ver, elas só não ficam mais confusas que eu.

— B-bailey? — é a primeira coisa que sai da minha boca.

Apenas de ouvir o seu nome meu coração já começa a disparar.

Todos estavam na cozinha, Noah, Sina e o Bailey, sim, ele.

Droga, acho que atrapalhei a reunião de família, ou será que estou sonhando? Merda.

— Eu vou indo...— meu ex diz, baixinho, sem tirar os olhos de mim.

O que me causa um arrepio.

Quando o vi tão próximo na escola eu senti medo, saudades e mais medo.

Mas agora tudo o que sinto é uma grande confusão.

— Não — Sina é a primeira a falar — Fica — ela o olha e depois muda o olhar para mim — Shiv, o Bailey veio saber se você estava ficando aqui, mas agora acho que ela já tem uma resposta.

— Mas...são três da madrugada — digo baixo.

— Sim, me desculpa — Bailey puxa o cabelo para trás.

— Merda Sina — Noah diz — O bebê ficou sozinha lá no quarto.

— Deve está chorando — a loira continua — Vamos, vamos.

Os dois saem rapidamente, como duas crianças.

— Eles não tem um bebê, tem? — Bailey pergunta, eu nego.

E então nós dois rimos, é por pouco tempo, mas é o suficiente para me lembrar de como era bom sorrir com ele.

De estar com ele.

Respiro fundo, negando com a cabeça.

— Não acredito que eles deram essa desculpa ridícula apenas para nos deixar a sós — digo, indo na direção da geladeira.

Bailey ri e concorda.

Ele esta bem diferente de mais cedo, sem terno, apenas um camiseta preta e uma calça da mesma cor, seu cabelo continua bem cortado.

Traços fortes e músculos que parecem ainda maiores.

O tom de voz mais forte e invasivo.

Uma quentura percorre todo meu corpo, então percebo que eu estava o encarando.

Segunda chance |°Shivley Onde histórias criam vida. Descubra agora