Somente meu

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•°Shivani Paliwal.

— Parece que um passarinho não dormiu em casa essa noite — Sina diz já entrando no quarto.

Hoje é domingo e Noah levou Harry e Molly para darem uma volta no shopping, agradeci porque não aguentava mais as perguntas dele.

"Mamãe onde você dormiu?" "Mamãe onde você estava", e muitas outras, ele é uma criança bastante curiosa, quer resposta para tudo.

Mas talvez eu possa explicar sobre isso a ele um dia.

Me deito na cama em um suspiro, parece que tenho quinze anos.

— E ainda chegou com um tal de Bailey May — ela se senta na ponta da cama, me observando sem deixar de sorrir — O que aconteceu?

Pressiono os olhos por alguns segundos.

—Eu não sei — digo — Quer dizer, sei, mas não sei — dou uma risada.

— Vocês conversaram? — ela pergunta.

— Sim — penso um pouco — Bem mais que isso na verdade — ela faz uma carinha de desconfiada, assinto.

Sina leva a mão até a boca, puxo um travesseiro me sentando também.

— Vocês se resolveram?

Sua pergunta me confunde, eu não sei muito bem o que aconteceu entre nós, se foi apenas contato físico, se estamos bem, se vamos nos ver de novo.

Mesmo que eu queira muito.

— Nós transamos — digo sem muitos rodeios.

— Shivani — Sina ri, um pouco espantada — Minha nossa, finalmente, eu não estava mais aguentando toda aquela tensão quando vocês se viam.

Nego, ela é tão observadora.

— Calma eu ainda estou processando — ela se levanta — É por isso que me parece mais leve, eu não te vejo assim desde que chegou na cidade.

— Talvez eu me sinta mais leve também — completo, sorrindo junto com ela.

— E agora? — Sina para no meio do quarto, seus olhos azuis me encaram como se conseguissem enxergar até o último fio de minha alma.

Me levanto, eu ainda não tinha parado para pensar nisso, no que vem depois, nas consequências.

— Eu...— faço uma pausa — Eu não sei — dou de ombros, isso deveria me deixar aflita, mas não fico.

Porque quando paro para pensar na noite anterior eu sorrio e sinto vontade de repeti-la, imagino ele me desejando e fazendo descaso de Any.

Eu sinto como se pudesse o controlar, mesmo com seu poder sob mim, sei que sou mais imponente.

— Isso é confuso, sabe, eu entendo essa transa é óbvio que ela iria acontecer, vocês tem uma química inconfundível, se desejam, é normal — ela começa a falar — Mas o que eu quero saber é o que ele foi fazer lá?

Minha mente volta na noite passada, me lembro da sua voz, seu corpo molhado, meu coração saindo pela boca.

Suas perguntas, suas duas perguntas.

Respiro fundo, merda.

— Ele desconfiou, na verdade pareceu que já tinha certeza — passo minha mão pelo rosto — Ele foi me perguntar se Harry era filho dele Sina.

Nós ficamos em silêncio por alguns segundos, a loira se aproxima.

— Me diz que você fez o certo, que contou...

Segunda chance |°Shivley Onde histórias criam vida. Descubra agora