[Montanha russa]

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>Bailey May

Poucas vezes eu vi Shivani tão decidida como hoje, ela sempre se afasta quando acha que está incomodando alguém.

Mas no meu caso ela está imparável, como se não se importasse com o que eu penso.

Depois de alguns incansáveis minutos resolvi parar de pedir que ela saia do carro.

Um silêncio se estende, eu escuto sua respiração mútua, que acaba fazendo a minha acelerar, como se uma precisasse da outra.

Entrando em sincronia.

— Bailey — meu nomo sai baixinho de seus lábios — Olha Bailey eu sei que o que eu fiz foi péssimo, mas não dá de ficar assim, precisamos nos resolver, nem que seja pelo Harry.

Escuto suas palavras mas ela não fazem sentido pra mim.

— Não adianta fingir que não está me escutando — ela vira seu rosto e então me encara — Olha pra mim — pressiono os olhos, não posso olha-la, não posso porque não resisto ao seu jeito, ao seu rosto lindo — Por favor.

Seu tom atinge meu nível mais baixo, o nível que me faz virar e encara-la.

Seu cabelo na altura dos ombros, expressões suaves mas que me fazem tremer na base.

Solto o ar que nem sabia que estava prendendo.

— Eu sei que é difícil, sei que foi um baque pra você, e que precisa de um tempo — ela dá uma pausa, continuando — Mas não tem como fugir, não...

— Fugir? Assim como você fez? — os olhos dela tremem quando cruzo meu olhar ao teu.

— Não seja tão cruel comigo — sua guarda abaixa e a primeira vontade que tenho é de puxa–la para meu colo e beijar seu rosto lindo  — Você tem grande parte de culpa nisso.

Suspiro, talvez ela quisesse realmente resolver as coisas.

— Olha Paliwal — respiro fundo — Shivani, eu não estou com raiva de você ou coisa do tipo, se é isso que quer saber.

Ela dá uma risada irônica e nega.

— A única coisa que importa agora é o meu filho — ela fixa os olhos no meu — O nosso filho.

Suas palavras me desestabilizam, esperei tanto para ouvir essas palavras vindo dela.

Mas não imaginei que seria em uma situação assim.

— O que você quer? Dinheiro? — as palavras saem da minha boca antes que eu possa evitar — Quer uma pensão?

O rosto dela fica vermelho, as expressões extremamente fortes.

Sinto um calafrio por meu corpo, meus olhos vidrados nela.

Agora raivosa.

— Tem como parar de ser um baita de um filho da puta? — seu tom aumenta, ela se repreende — Eu não preciso do seu dinheiro sujo, o Bailey que eu conhecia odiava o pai dele, mas agora é presidente da sua empresa, isso é trágico.

— Quem é você pra falar alguma coisa? Você acha que tem esse direito? O direito de me julgar? Se não quer dinheiro então eu não sei o que quer.

Shivani acompanha minha fala com os olhos e então se aproxima mais.

Nervos a flor da pele.

— Eu sou a droga da mulher que você amou um dia e sem dúvidas alguma a única que te amou de volta — ela não deveria falar assim — A que te deu um filho, um que eu não fiz sozinha — seu indicador toca meu peitoral — Sei que ir embora da forma que eu fui foi errado, mas isso nunca anulou a sua responsabilidade de pai, então eu espero que faça algum caralho e assuma o teu filho, já que foi homem o suficiente para me trair...

Segunda chance |°Shivley Onde histórias criam vida. Descubra agora