4: Toca do diabo

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MALLORY CIRCE

O som de tiros de armas disparam fazendo um barulho alto em meu quarto. Eu enfio mais uma jujuba em minha boca voltando a mexer no controle, meus dedos agem rapidamente e miro e atiro no meu adversário que morre na hora pelo tiro certeiro. O "End Game" aparece na tela sinalizando a minha vitória, eu pulo da cama e faço um dancinha feliz e constrangedora. A porta é aberta rapidamente e eu caio na cama de volta fingindo que nada aconteceu, um sorriso maroto cresceu em meus lábios quando visualizo a cabeleira rosa.

— Mallory! — Kitty entra no quarto.

Engraçado como pegamos uma intimidade nesses últimos dias, como se conhecêssemos há anos.

— Sim? — respondo, tirando os fones grandes dos meus ouvidos. Kitty adentra com seu avental de pintura, seus cabelos estão presos para trás deixando alguns fios curtos caindo em seu rosto. Seus óculos estão manchados de tinta vermelha, e eu me levanto andando em sua direção passando a manga do meu moletom na lente para tirar a tinta.

Ela dá um tapinha na minha mão e acena em gratidão. Cruzando os braços fala:

— Você vai para o Devil 's Den? — ela questiona levemente brava. Coloco os óculos em seu rosto novamente, e me sento na cama cruzando as pernas.

— Quem te contou? — Kitty dá um passo à frente.

— Louro José — ela resmunga e eu faço uma careta confusa.

— Quem?

— Denner Miller — ela revira os olhos se sentando na minha cadeira de gamer, o garoto de cabelos escuros e olhos avelãs de mais cedo passa rapidamente por minha memória.

Denner Miller — degusto o nome em minha boca, zombando dela suas bochechas coram. — Ele é o que? Um namorado? Um ficante? Seu P.A?

Ela gargalha jogando a cabeça para trás.

— Com certeza ele não meu pau amigo.

Mas você queria que fosse — aponto em sua direção.

— Louro José é apenas um conhecido que não larga do meu pé — diz, batendo o pé no assoalho sem parar. — Mas você vai?

— Vou, desculpe não avisar a você. Não vou festejar ou algo do tipo, vou para pegar uma coisa com um conhecido e colocar pontos nos is com Alex.

— Fico feliz — ela admite. Eu dei um resumo bem básico para Kitty de como eu e Alex nos conhecêssemos e nossa história. Não tudo, é claro, mas apenas o básico. — Vou com você — dou de ombros. — Preciso falar com o meu chefe, não vou poder ir em um dia trabalhar — diz, bufando. — Ele poderia ter ido hoje ao campus — resmunga.

— Seu chefe estuda lá? — questiono, curiosa.

— Sim — ela desamarra o avental. — Herdou umas das empresas da família, sabe? — Oh, eu sei. — Seu pai lhe deu a boate para ver se ele sabe cuidar, também, falta pouco para ele terminar a faculdade. Um ou dois anos, eu acho. Vou tomar banho e você também. Levanta essa bunda linda e vai se arrumar.

Caio para trás na cama novamente. Suspirando fundo, enfio três jujubas na boca indo em direção ao banheiro.

Pouco tempo depois eu me olho no espelho.

O vestido vinho abraça as minhas curvas, curto, mas não tão curto. Apesar do corte reto o busto fica bem modelado parecendo que eu sou peituda — coisa que eu não sou — mas meus seios medianos ficam bem. Calço a bota preta de camurça com o cano baixo e me analiso no espelho.

MADE IN HEAVEN (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora