5: Escuridão

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MALLORY CIRCE

— Me lembre o porquê dele estar aqui sendo que essa conversa é entre eu e você. — Digo entredentes para Alex que leva um shot de vodka para a boca, ele se senta esparramado no sofá, acendendo o cigarro e dando uma tragada profunda.

Alex me direcionou para uma sala no andar de cima, onde é mobiliada por dois sofás de couro preto, uma mesa de vidro ampla com uma cadeira de um lado e outras duas do outro. O local não tinha quadros, fotos... sequer algum item de decoração. As paredes escuras parecem me sufocar de certo modo e eu me mexo desconfortável no sofá.

Odeio lugares que parecem uma caixa.

— Ah, merda. Eu tinha me esquecido. — Alex solta o cigarro passando para Andrew que me olha curioso. — Quer ir lá pra fora?

— Não, tudo bem — asseguro maneando a cabeça. — Por que ele está aqui?

— Sabe, princesa, assim eu me sinto ofendido — ele coloca a mão no peito teatralmente. — Estou na sua frente. Pergunte para mim. Eu tenho nome também.

— Por que você está aqui cópia barata do Ken? — Questiono meiga, ele revira os olhos e Alex se engasga em uma risada.

— O que é esse envelope? — Ele pergunta, sério. Franzo o cenho em uma careta ofendida.

Como ele viu?

— Que envelope? — me faço de desentendida.

— O que está na sua bolsa.

— Que bolsa? — retruco, mais uma vez me fazendo de sonsa como se a tal bolsa não estivesse ao meu lado, Andrew enruga o nariz em irritação e eu dou uma risadinha. — Por que quer saber?

— Porque você decidiu fazer isso na nossa boate. Ou seja, se isso for um risco — ele acena para a bolsa. Nossa boate... interessante.— Eu preciso saber. O que é que tem aí?

— Por que acha que é algo que o compromete?

— Eu não acho nada. Eu não sei o que tem aí — ele cruza as pernas, colocando o tornozelo direito em cima do seu joelho esquerdo e sorri mostrando os dentes brancos e enfileirados. A maldita covinha aparece, e eu finjo gorfar o loiro revira os olhos. — Por isso que eu quero saber. O sujeito era suspeito.

— Quem? Caleb? — estalo a língua. — Não é da sua conta, Ken. Pode ser aventuras sexuais, fotos, drogas, minha certidão de nascimento. Eu posso ter descoberto que sou adotada! — vou levantando os dedos. — Não é da sua conta — friso novamente.

— É nudes? — Alex enruga o nariz.

— Talvez. — Pondero, jogando a minha cabeça de um lado para outro.

— É? — Andrew perguntou sorrindo.

— Hum?

— Você não é uma pedófila, né? —

Fecho a cara, Andrew dá uma risadinha.

— Vá se foder.

— Ah, eu fodo. E muito — ele pende a cabeça para os lados, fazendo as madeixas loiras caírem em sua testa. Os olhos âmbares brilham em divertimento e eu faço questão de lançar olhares desinteressados. — No momento eu poderia estar, mas você está me dando trabalho. Empata foda.

MADE IN HEAVEN (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora