41: Epílogo 2

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ANDREW LAWRENCE

Giro minha aliança em meu dedo cautelosamente enquanto observo Reed me encarar. Ele chamou todos para vir à sua casa, mas depois de algumas bebidas ele apenas saiu da sala sem falar nada e apenas me olhou e virou com a cabeça para eu segui-lo. Eu conseguia sentir que algo estava errado pelo seu olhos.

Apesar dele tentar transparecer de toda a maneira seus olhares e suas feições igual um psicopata, eu conseguia ler as entrelinhas. O tique da mandíbula, o olhar levemente cerrado e os dedos inquietos. É isso que dá ao crescer com uma criança quieta demais como Reed, você acaba notando tudo apenas para chamar atenção. Meu irmão por parte de pai nunca foi de se expressar, me pergunto se um dia ele vai mostrar realmente o seu eu.

— Você vai falar ou vamos ficar nesse jogo de encarar — digo arqueando a sobrancelha. — Caso você tenha me chamado apenas para isso, vou voltar para a minha querida noiva que está bebendo demais por sua culpa.

— Eu não — respondeu por fim. — Foi Morgan que mostrou o armário de bebidas e decidiu fazer drinks.

— De qualquer forma, Reed — me ajeito no sofá. — Desembucha, porra.

Seus olhos pretos me encaram, com o olhar cerrado. Eu disse, Reed tem esses tiques que nem mesmo ele consegue esconder apesar de tentar.

— Você viu o que eu te mandei? Sobre pessoas aparecendo mortas?

— Sim. E eu agradeceria se você não mandasse isso no meio da noite, Mallory viu e ficou inquieta a noite inteira você sabe o quão difícil foi para ela parar de ter pesadelos? — falo indignado.

— Então ela sabe — franzo o cenho.

— Que pessoas estão morrendo por toda Itália? Sim. E que a maioria são filhos das putas ou estão envolvidos com merda? Sim — ele suspirou passando a mão por seus cabelos.

— O que tem de tão alarmante isso, Reed? Não é nossa área.

— Pegaram Maurice, Andrew — minha boca se fecha.

— O que cuidava da nossa sede na Itália? O braço direito do nosso pai?

— Esse mesmo. — Bem, merda. — Ele foi encontrado com um tiro na cabeça e jogado no porão de sua casa. Sem arrombamento, sem furto, nada. Tirando o seu anel, nada desapareceu.

Os pontos começam a se ligar.

— Não é Chasina, Reed — me alerto e arrumo minha postura. — Ela se foi há quase cinco anos e não conseguimos achá-la. E receio que talvez ela não volte, Mallory ainda tem esperança, mas sinceramente? Cinco anos sem qualquer ligação, mensagem ou carta? Acho que não. E por que ela estaria fazendo isso? Sei que ela tem tendências assassinas, mas Chasina não mata por matar. Sempre tem um objetivo por trás. 

— Apenas um palpite, Andrew — diz friamente.

— Espero que seu palpite esteja errado, não quero contar a Mallory que a irmã está matando gente por aí. Se é que nem sabemos se Chasina está viva — resmungo a última parte.

— Sua noiva desconfia — zomba se inclinando para frente.

— Pode até ser, mas ela não precisa ouvir isso de você. Não escondo nada dela, Reed, e antes que diga algo assim tenha certeza.

— Muito bem — diz, batucando os dedos. — Só queria atualizá- lo sobre minhas dúvidas.

Eu me levanto da cadeira e cruzo os braços parando em sua frente.

— Não mexa com quem está quieto, Reed — seus olhos escuros adquirem um brilho de malícia com minha fala. — O tiro sempre sai pela culatra. E se, se, realmente for Chasina você vai ser metralhado em um piscar de olhos e eu não quero uma briga familiar depois de tudo.

MADE IN HEAVEN (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora