8: Prelúdio

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MALLORY CIRCE

Eu pisco atônita sem reação. Um carro cantando pneu sai tão rápido que eu dou um pulo saindo da bolha que eu estava. Andrew está encostado no carro com uma respiração fraca, como se até respirar doesse.

Como ninguém viu isso?

Apressadamente eu tiro a minha jaqueta e me ajoelho em sua frente ficando entre suas pernas. Minhas mãos estão trêmulas quando eu rasgo a manga da jaqueta e amarro no corte profundo em seu bíceps, Deus está jorrando tanto sangue. Com certeza foi faca.

— Andrew? — eu chamo, eu recebo um resmungo em resposta — Está me ouvindo?

— Porra... — ele geme quando eu amarro com mais pressão o tecido em seu braço.

— Eu sei que dói — engulo em seco tentando ignorar o cheiro de ferro em minha volta. — Mas se eu não fizer isso, o sangramento não vai parar.

Pego seu rosto entre minhas mãos. Oh deus, está muito feio isso. O seu olho está ficando esverdeado, vai ficar roxo. O nariz tem um pouco de sangue e seu lábio inferior está cortado, os nós dos seus dedos estão em carne.

Bem, ele provavelmente lutou.

Estou entrando em pânico.

— Não ouse desmaiar — eu sussurro com a voz falhando — Não quero que sua morte seja em minhas mãos. Bom, ainda não — ele ri, e eu suspiro aliviada de ver que ele ainda estava consciente. — Andrew... eu preciso chamar alguém...

— Reed — ele ordena.

Não sei como consigo digitar, mas eu mando uma mensagem a Kitty implorando a Deus que ela a veja. Quando recebo uma resposta, o peso sai dos meus ombros.

— Sabe — eu tento mantê-lo acordado, inclino sua cabeça para baixo para o sangue no nariz não se acumular e ele ficar com falta de ar. — Pensei que você iria me deixar sozinha lá dentro. — Rasgo a manga da jaqueta, envolvo no corte em sua coxa e faço pressão. Ele rugi de dor. — Andrew Lawrence não ouse fechar esses olhos — sai como uma ameaça mas eu acho que ele não percebe o quão trêmula e fraca minha voz sai, os cílios batem cansados e as pálpebras pesam.

— Eu não vou sair do seu pé tão cedo, princesa — ele responde e eu aproveito a oportunidade para fazer um nó com a jaqueta em sua coxa, seu gemido faz meu coração disparar.

— Mas que porra... — uma sombra paira atrás de mim e sua voz gutural sai furiosa.

Não preciso me virar para saber que é Kurt Reed com Kitty em seu encalço.

(...)

Estamos em algum tipo de escritório, Reed carrega Andrew até um sofá em com uma delicadeza incrível e o coloca lá. Olho para as minhas mãos ensanguentadas e para a minha camisa com respingos de seu sangue também.

Ignoro Reed e puxo a camisa de Andrew para fora de seu corpo, o abdômen está avermelhado mas sem nenhum corte. Seu braço parou de sangrar, mas tem que limpar e costurar para não pegar uma infecção assim como a sua coxa. Olho para Kitty que está com os olhos arregalados.

— Me acha um kit de primeiros socorros — ela assente, mas não se move. — Kitty?

— Hm? — ela olha para as minhas mãos, vejo sua garganta oscilar.

— AGORA! — Eu grito e ela corre porta afora, Reed examina os cortes e fala algo com Andrew. Estou tão aterrorizada que não ouço o que ele diz.

Kitty corre para dentro do cômodo com uma maleta preta em suas mãos, e eu vejo quando  Alex, Morgan, Cathy, Hayden e Denner disparam em direção ao loiro.

MADE IN HEAVEN (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora