ANDREW LAWRENCE
A frase "não é pecado se te faz feliz" nunca fez tanto sentido na minha vida como naquele momento. Porque quando eu vi aquela garota ensopada na soleira da minha porta, com um olhar tão quebrado que fez meu coração parar de bater por um momento, nunca quis tanto proteger alguém como ela naquele momento. Mas, nesse exato momento com ela nos meus braços, tive total certeza que não a deixaria sair de minha vida tão fácil.
Apesar de sua espontaneidade, de seus sorrisos alegres e olhares carinhosos, Mallory era tão quebrada quanto eu. Assim como seu passado.
A coloco delicadamente em minha cama, seus olhos vermelhos e inchados de tanto chorar olham ao redor com curiosidade. Da última vez que ela esteve aqui, não entrou em meu quarto, apenas no de visitas. E, para ser sincero, é a primeira garota aqui. Meu quarto é meu refúgio, um dos quais poucas pessoas entram. E ali estava a linda garota dos olhos cerúleos no meu refúgio.
Suprimo um sorriso quando ela abre levemente a boca em surpresa. É um quarto grande, com uma cama king size com forros azuis escuros, as paredes são pintadas de preto propositalmente por conta do led azul que rodeia a parede do meu pc com três telas. Eu era um grande nerd — ainda sou — e eu sei que não parece, mas em uma outra época fui um garoto que usava óculos de grau e lia mangás no recreio ou ficava jogando no celular. Seus olhos pararam na parede onde ficam meus desenhos de jogos que eu desenvolvo, um específico chamou sua atenção.
É o desenho de uma garota com cabelos escuros compridos, sentada em uma mesa olhando para o nada. Ela veste um vestido florido, com tênis e uma câmera pendurada no pescoço.
— Essa sou eu — afirmou, sua voz ainda rouca, eu sorrio levemente.
— Na verdade, essa é Callie — seus olhos desviam do desenho e se fixam nos meus. — A personagem principal do jogo que estou desenvolvendo no momento — explico. Uma meia verdade, mas o olhar me lança fica explícito que ela não acreditou nem um pouco.
— Hmm — murmurou simplesmente. Eu toco seus cabelos úmidos e passo meus dedos por sua pele imaculada.
— Vem — eu a puxo. — Você está fria e pode pegar uma gripe — conduzo-a para o meu banheiro, Mallory está levemente pálida e com uma bolsa arroxeada embaixo de seus olhos. — O que tem tirado o seu sono? — sussurrou. Seu olhar cruza com o meu, travados igual ela sempre fazia, foda-se mas eu amava aquilo.
— Meus demônios — respondeu simplesmente. Ela pisca, os cílios longos roçando levemente sua pele.
Ali estava uma pessoa completamente diferente da garota forte que eu conheci, da língua afiada e do humor alegre. Ali estava uma garota, que não consegue seguir em frente e extinguir seu passado. Tão pequena, tão frágil, mas ainda assim parece ser tão forte e inalcançável.
— Tenho pesadelos — ela continuou desviando o olhar, decido ficar em silêncio e ouvir. Meus dedos vão para a sua camiseta e eu começo a desabotoar. — Desde o assassinato, eu não tive noites dormidas inteiras por dois anos. Somente na minha adolescência que comecei a dormir direito, me acostumei com eles, mas ainda tem noites que eles me assustam ao ponto de eu não conseguir fechar os olhos.
Eu termino de desabotoar totalmente sua camiseta molhada, os seios empinados ficam a mostra cobertos com um sutiã rosa claro. Ela não se incomoda com sua semi nudez e nem eu levo isso para um lado sexual, era algo muito mais íntimo. Volto a olhar para o seu rosto.
— Remédios? —- questiono.
— Eles funcionaram por um tempo — respondeu dando de ombros. — Mas depois nem eles conseguiram fazer eu parar — aceno com a cabeça, tirando a blusa do seu corpo. A levanto colocando em cima da bancada de mármore, coloco minhas mãos ao lado de suas coxas e pendo a cabeça de lado fitando-a.
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MADE IN HEAVEN (FINALIZADO)
RomanceUma vez há sete anos atrás uma garotinha corria por sua vida. Aquela era a noite onde mil e um sonhos seriam destruídos. Onde a esperança seria extinta. E o medo se tornaria uma sombra constante. Sete anos depois de volta a Wilmington onde tudo com...