14: Colapso

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ANDREW LAWRENCE

— O celular dela não para de tocar, Andrew! — fecho a porta da geladeira me virando para ficar de frente a Denner. Reed nem levanta o seu olhar do livro pelo tom grosseiro de Denner e Morgan me olha cética, como se fosse minha culpa. Dou o dedo do meio para ela, que em resposta sorri. — Caralho! O que faremos se alguém já deu falta dela nessas últimas 24h? — ele passa a mão no cabelo nervosamente.

— Mallory não tem família — é Morgan que responde jogando a barra de cereal para Hayden que pega no ar. Eu maneio a cabeça afirmando com ela.

— Ela tem sim. — Alex diz  entrando na porta da frente.

Eu deixo minha garrafa cair do chão, Morgan cai no sofá de volta, Denner xinga brutalmente, Reed levanta os seus olhos do seu livro e Cathy fica pálida.

— Como assim ela tem família? Ela não tinha, porra! Somente a irmã que está em outro país! — Morgan rosna.

— Eu não sei... eu não sei se eles estão com ela, ou se ficaram na cidade antiga, mas Mallory tem a sua governanta. Sua mãe de criação. Michael, que era o guarda da família... e responsável pelo treinamento das duas...

— Explica essa porra direito, Alex! — falo secamente. Se isso for verdade...

— Michael é ex comandante do exército. — Paraliso completamente. — Foi assim que o pai de Mallory o conheceu, no exército. Mas quando eles morreram Michael se assegurou que as duas soubessem se defender. Arma, com as mãos, com um taco, com uma caneta...

— Ela matou dois caras de Matthew! — Hayden que diz, se intrometendo. — Um se asfixiou no próprio sangue o outro teve morte cerebral por uma pancada na cabeça com uma tampa de lixeira e por um chute nas costelas que não o deixaria andar se tivesse vivo. Eles tinham o dobro do tamanho dela, e ela não levou vinte minutos para fazer isso. Sozinha.

— Quem matou o terceiro? — Cathy questiona se sentando no sofá.

— Eu — respondo brevemente dispensando o assunto com a mão, volto a olhar para Alex. — Continue.

— Michael ensinou tudo o que sabe para as garotas. Uma vez no ensino médio um garoto zombou da cicatriz da Chasina, ela enterrou a caneta na mão do menino, e fez tudo isso sorrindo como se tivesse ganhado uma caixa de chocolates. A professora ficou tão chocada que desmaiou, os alunos vomitaram por conta do sangue. Menos ela, e eu. — Arregalo os olhos. — Uma vez um casalzinho fez Mallory chorar por fazer uma piadinha de mal gosto sobre os pais mortos das duas. Chasina ficou sabendo horas depois, e, na saída, ela estava sentada no capô do carro do garoto com uma foto dele comendo a professora. Até hoje não sei como ela conseguiu a foto. Ela estourou a bolha de chiclete na cara da menina que tentou avançar para cima de Chasina, mas Mallory deu uma rasteira na menina fazendo-a cair no chão pisando no cabelo loiro da garota dizendo que se levantasse o dedo para a sua irmã novamente ela se arrependeria. Também teve a vez que a Chasina fez a professora chorar e a outra com a sua tia...

Todos estão com a boca aberta, menos Reed que está com um sorrisinho no rosto. Psicopata do caralho.

— Vocês não entenderam? — Alex vai para a geladeira. — Chasina e Mallory são como carne e osso. Elas foram treinadas, elas são como armas. Tudo o que as irmãs querem, elas conseguem. Você pode ser a pessoa mais maravilhosa do mundo, mas se ameaçar elas no outro dia vai estar empalado. Chasina está fora do estado, com certeza, mas se ela sabe se algo está errado com Mallory, o que está — ele aponta para a porta do meu quarto —, ela voltará e virá atrás da gente. E vocês não querem ver Chasina irritada. Vocês não tem noção do que ela faria por sua irmã.

MADE IN HEAVEN (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora