34: Bombas

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ANDREW LAWRENCE

Esse foi o natal mais interessante que eu já tive em anos. Claro que fiquei mal por Mallory, sabia que ela sentia as dores desse dia por conta do falecimento da sua mãe e também porque sua irmã não cooperava muito, acho que esse dia foi o que mais ouvi Chasina falar, outroras ela falava monossilabicamente. Enquanto Mallory estava no andar de cima com sua irmã, eu fiquei no debaixo com Dora. Não me importava, gostava muito da mulher pequena ao meu lado que mostrava fotos de Mallory pequena com um sorriso orgulhoso no rosto como se dissesse "Olha só fui eu que criei essa criatura".

A maioria das fotos das meninas desde bebe até seus treze anos estavam todas juntas. Uma rindo com a outra, abraçando, brincando, fazendo careta... e em seus olhos eu pude ver o brilho que se extinguiu e que nunca mais voltaria. Nunca contei para Mallory, mas eu sabia muito bem como era perder uma mãe, mesmo a minha biológica estando viva nunca a considerei. A mãe de Reed, por outro lado, sempre foi mais mãe do que a minha e ela não mereceu o final que teve.

Na adolescência, não tinha mais fotos das meninas juntas. Era sempre Mallory com Dora ou com Alex, mas sua irmã nunca aparecia e também não foi difícil deduzir quem tirou as fotos.

— Por que Chasina não aparece nessas fotos? — quando vi a pergunta já tinha escapado por meus lábios. Dora não se incomodou em responder, logo com o semblante calmo disse:

— Mallory e Chasina tiveram lutos diferentes — suspirou. — Enquanto Lily gostava de ficar perto de nós, Sina se mantinha longe, para se distrair depois dos dezessete anos ela viajou. Passou a maior parte do tempo na Itália, por isso não aparece nas fotos.

Acenei com a cabeça, se Chasina tinha vivido na Itália desde os dezessete ela brigou com Alex nessa mesma época já que os dois têm a mesma idade. Mallory sempre disse que Alex a deixou, e sei que foi verdade, ele fugiu do seu pai porque ele é um psicopata louco. Mas Chasina tinha um ódio muito maior por ele, e segundo Mallory ela foi a que ficou mais devastada. Teriam eles se relacionado amorosamente?

Balancei a cabeça dispersando os pensamentos voltando a prestar atenção na mulher à minha frente.

— Gosto de você, Andrew — me virei para a Dora que tinha um sorriso fraternal no rosto. — Foi o homem que eu sempre desejei para a minha menina, e não sou besta, sei que ela sabe se cuidar melhor que você se brincar — eu ri junto com ela. — Mas Mallory precisa de um amor, diferente do nosso. E você proporciona isso a ela, vi a maneira como a minha menina está apaixonada por você. E queria te fazer um pedido.

— O que quiser — murmurei, ela olhou para escada vendo se Mallory não estava à vista.

— Cuide dela com sua vida, por favor. Ame ela, paparique ela, dedica-se a ela, fala que sua comida está boa mesmo quando não está — um sorriso nostálgico abriu em meu rosto quando eu lembrei que Mallory não sabe cozinhar. — Prometa cuidar dela quando eu não puder, por favor. Prometa estar ao lado dela quando aquela mente brilhante for para o seu lado escuro. Sei que ela já fez coisas horríveis, mas não nascemos escolhendo a nossa família e nem nosso legado.

— Não, não podemos — desviei o olhar para a escada ouvindo seus passos, e quando ela apareceu no último degrau com um sorriso no rosto eu sussurrei: — Eu prometo.

Ela parou ao meu lado enganchando seu braço ao redor do meu torso, coloquei uma mecha do seu cabelo para trás.

— Gostou? — apontou para a caixa de Dora, onde tinha um livro de receitas em italiano e uma caixa de chocolates que foi Mallory que escolheu, eu já dei um anel dourado com uma rosa pequena em cima porque o vermelho me lembrava dela.

MADE IN HEAVEN (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora