33: Condutas

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MALLORY CIRCE

Essa foi a semana do inferno. Eu não poderia estar mais atolada com os estudos e com as preocupações familiares, agradeci ao universo pelas duas semanas de recesso que teríamos. Desde que Dora anunciou a bomba eu estou contando os dias desesperadamente e com o coração na mão para o natal.

Além de tudo... era o aniversário da minha mãe. Fazia exatamente 8 anos, 2160 dias, 72 meses, que eu não comemorava o aniversário da pessoa que me trouxe a vida e dizer isso parte o meu coração porque ela era a pessoa que eu mais admirava no mundo. Demi era conhecida por seus olhos azuis, por sua elegância, por seu carisma e amor. Minha mãe sempre foi muito amorosa, foi aquela que ia às minhas exposições da escola com o maior sorriso no rosto e uma câmera, aquela que disse que eu tinha virado mocinha, aquela que cantava para eu dormir quando não conseguia. Eventualmente, tudo isso se foi quando ela morreu.

E quem assumiu esse papel foi minha irmã.

  Eu queria dizer para minha mãe como foi o meu primeiro beijo, a primeira vez que perdi a virgindade, a primeira vez que me apaixonei... e queria mostrar a ela o homem incrível que eu tenho ao meu lado. Se eu pudesse, visitaria seus túmulos, mas eles estão na Itália no local onde meus pais nasceram, cresceram, se apaixonaram e casaram.

Estou tão nervosa que acordei cedo para o almoço, e não só isso como fiz Andrew acordar junto comigo. Escolhi suas roupas — a qual ele não ficou nenhum pouco feliz —, vesti mais de dez vestidos e todas as vezes apareci na sua frente perguntando se estava bom e ele sempre respondia "Princesa, se você vestir um saco de lixo vai ficar bonita do mesmo jeito" levei como um elogio e continuei importunando ele. Fiz até cachos no meu cabelo, pelo amor de Deus, de tão inquieta que estou. Passei a semana inteira comprando presentes para todo mundo.

Depois de finalmente escolher um vestido verde escuro de seda, coloquei saltos pretos com uma maquiagem leve, tirando o batom vermelho. Andrew já estava vestido com uma calça social cor chumbo e com uma camiseta de manga e gola alta preta, neste exato momento ele está sentado de frente ao seu computador com uma postura relaxada enquanto fala no microfone algumas vezes, tenho quase certeza que um dos jogadores é Denner devido a quantidade de risos que Andrew dá quando mata alguém.

Dando uma última olhada no espelho eu saio do banheiro e vou em direção a Andrew, sem falar nada eu me enrosco ao seu redor na cadeira, montando nele praticamente, eu descanso minha cabeça em seu ombro. Ele não se importou, rodeou minha cintura com os braços e continuou a jogar tranquilamente. Afundo meu rosto no vão do seu pescoço e respiro seu cheiro deixando-me mole. Dou um beijo em seu pescoço e falo baixinho:

— Desculpe se estou muito nervosa — ele para de jogar, e tira os fones da cabeça. Seus olhos parecendo lava derretida me fitam meticulosamente.

— Por que pediria desculpas?

— Hm... — dou uma risada. — Bem, eu te acordei cedo, coisa que você não gosta — apontei, e ele deu de ombros sorrindo. — Estou igual uma pilha, falando demais, questionando demais, duvidando demais.

— Não me importo, Lily — respondeu calmamente, suas mãos acariciando minhas coxas nuas. — Acordaria cedo todos os dias, responderia e conversaria com você tranquilamente igual eu faço. Você está nervosa, eu vejo, e estarei sempre aqui ao seu lado.

— Eu sei — dou um beijo em sua bochecha. — Só quero que isso acabe o mais rápido possível. Se sobrevivermos até o final do dia, te dou o que quiser — brinquei, jogando meus braços ao redor do seu pescoço. Ele sorriu maliciosamente, subindo as mãos para minha bunda e deu um tapinha. — Não — neguei abismada. Havia um tempo já que ele estava propondo isso e o maldito não desistia.

MADE IN HEAVEN (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora