-Mamãe... eu não consigo! eu quero ficar, mais dói!-O vulto sussurra, com uma voz de choro de criança, assim que o carro para na porta do hospital. Obrigando Lorraine e o Padre a descerem.
Ela caminha para dentro, logo sendo colocada em uma maca pelos socorristas em plantão. Sentia dores por todo o corpo... Aquilo era agonizante. Tudo naquele momento a incomodava.— talvez fosse porque estava em um parto doloroso e prematuro de uma criança que tem um pai desmemoriado. Ou talvez fosse porque a alma dessa tal criança, dizia que não conseguia ficar, e que ELES não queriam nascer agora. Quem eram 'Nós' afinal???
-Consegue me dizer seu nome?-Uma mulher, ruiva, ao seu lado direuto, pergunta a Lorraine enquanto dois médicos arrastavam a maca.
-Lorraine. Lorraine Warren.-A morena afirma, com a mão direita na barriga.
Qualquer um que visse Lorraine no momento, podia perceber que ela estava morrendo de medo de estar ali, sozinha do jeito que estava. Suas mãos, que repousavam em sua barriga, tremiam. Seus olhos azuis, que antes tinham um brilho que trazia esperança para quem os olhassem, já não brilhavam mais. Suas bochechas coradas, não tinham mais o rubor de costume. Estava pálida, cansada e assustada por passar por aquela situação sozinha.
Novamente pôde sentir aquele clima pesado... Era estranho. Quase como se algo ruim a acompanhasse. O clima era quase tão pesado quanto a sala que ela e Ed usavam para guardar artefatos.
-Tudo bem... E quantas semanas de gestação você está senhora Warren?- A voz era conhecida... Era o mesmo interno que havia dito que Ed não acordaria.
-Eu... Não conto semanas. Estou grávida de sete...meses.-Lorraine fala, com certa dificuldade e dor, enquanto uma mulher apalpava sua barriga, em uma sala do pronto socorro.
Naquele momento só podia se concentrar no fato de que estava sozinha. Nem o padre estava mais lá... Haviam apenas rostos desconhecidos. Sua filha chegaria ao mundo rodeada de desconhecidos.
-A minha bolsa já estourou...meu corpo está dolorido, quase não consigo respirar direito e meus dedos estão formigando.- A mulher diz, listando seus problemas como se esses fossem os piores que ela tivesse no momento—e definitivamente aqueles eram os menores dos problemas que ela tinha.
-Precisamos leva-la para o centro cirúrgico.- A médica diz.- A criança é prematura demais...por mais que dê para fazer um parto normal, precisamos estar prontos para que algo aconteça.
...
𝐂𝐀𝐒𝐀 𝐃𝐎𝐒 𝐖𝐀𝐑𝐑𝐄𝐍
𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐈𝐒𝐒𝐎.-Lorraine??- Ed chama ao ouvir passos na cozinha. A mulher ficaria orgulhosa dele lembrar o nome dela... Mas ele estava sozinho em casa.
Ele se levanta, com seus cabelos morenos bagunçados e com os olhos vermelhos de tanto dormir—foi uma noite confortável.
Segue seu caminho para a cozinha, a procura da pessoa que produzia som de passos e coisas batendo—se chocou ao chegar lá e não haver ninguém.
"Deve ser só coisa da minha cabeça."- Ele pensa, e suspira, andando até o lado da pia para fazer seu café.
Olhando bem o local, claramente o carpete havia sido molhado com quase um balde de água, o que fez com que ele chamasse por Lorraine mais uma vez, acreditando que ela estava acordada.— não obteve resposta.
Edward abre todos os armários a procura de uma leiteira para ferver água, porém não encontra nenhuma. Logo, coloca água para ferver em uma panela normal.—Quando ele se lembrava de algo, nunca, em hipotese alguma faria isso. Não havia nada nesse mundo que irritasse mais Lorraine do que água que não era fervida na chaleira.
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ᴍʏ ʟɪᴛᴛʟᴇ ᴀɴɢᴇʟ (ᴜᴍᴀ ғᴀɴғɪᴄ ᴅᴇ ʟᴏʀᴇᴅ- ɪɴᴠᴏᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴏ ᴍᴀʟ)
Fanfiction-Não se preocupe. Eu 'tô' só seguindo meu papai.- A forma emite a frase, como um sussurro que só Lorraine era capaz de escutar. -Lorraine? Tudo bem??- Ed pergunta, estranhando a forma como sua esposa estava o encarando. Ele sabia que de duas, uma: O...