should I call you that?

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-Hey...Ed.-Lorraine chama aos prantos. Estava tão cansada de tudo aquilo, só queria um pouco de paz com a filha recem-nascida e o marido...que se lembrasse dela.

-Meu deus! O que é isso??- Ele pergunta assim que adentra a cozinha e observa os riscos por todo o teto.

A menina Judy solta um gritinho fofo, segurando com força em sua mãozinha, uma mecha de cabelo de Lorraine enquanto a mesma chorava sem parar.

-Ed... Tem alguma coisa à mais nessa casa. tem alguma outra força maligna aqui... Eu sinto isso. Quem tirou aquela boneca da caixa? Se não foi você, quem foi? A boneca atraí outros espíritos... provavelmente chamou algum outro enquanto estava solta. Tem algum outro demônio solto, e ele quer uma alma, e ele vai fazer de tudo pra conseguir isso, e não vai nos deixar em paz até conseguir.-Ela fala, séria agora, mesmo sem evitar derrubar lagrimas de seus olhos que agora não tinham brilho algum.- E quer saber??- Ela levanta, falando alto-O que quer que esteja aqui, não pode levar a minha filha. Sabe porque?? A alma precisa ser oferecida ao diabo. E ela não pode fazer isso sozinha: então, a única que tem direito disso sou eu. Eu não vou oferecer ela á ninguém. Ela é minha e de Deus, tão somente! Um espírito divino.

Quando Lorraine finalmente para de falar, tem uma sensação estranha. A temperatura da cozinha havia despencado. Estava tão frio que Judy tremia em seus braços.

Um forte odor de enxofre se pôs ao local, fazendo com que Ed tampasse o nariz.

-O que é isso?-Edward pergunta frustrado ao não entender de onde vinha o cheiro repentino.

-Ele está aqui. Conosco.- Ela sussurra, olhando em volta até fixar o olhar na sombra de Ed.

Não era para a sombra ser mais alta que ele, uma vez que a luz estava em cima da cabeça, a sombra de seu corpo deveria estar no chão... Mas não. A sombra estava maior do que ele, na parede contraria.

-Mas você sabia disso. Não é...Ed? Será que eu devo te chamar assim?- Lorraine fala, erguendo uma sobrancelha. Sabia que o que quer que estivesse ali, em sua frente, definitivamente não era o seu marido.

Um sorriso maligno se forma em seus lábios enquanto o corpo todo estrala fazendo barulhos estrondosos de como os ossos estivessem sendo quebrados. Em poucos segundos, o espírito que antes se vestia de Ed, tinha o dobro da forma física e era apavorante: tinha um gorro negro como a noite, pele pálida como a neve, labios costurados com linha e agulha, assim como olhos negros profundos.

ᴍʏ ʟɪᴛᴛʟᴇ ᴀɴɢᴇʟ (ᴜᴍᴀ ғᴀɴғɪᴄ ᴅᴇ ʟᴏʀᴇᴅ- ɪɴᴠᴏᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴏ ᴍᴀʟ)Onde histórias criam vida. Descubra agora