ᴡʜᴏ ᴀʀᴇ ʏᴏᴜ?

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𝐐𝐔𝐀𝐓𝐑𝐎 𝐌𝐄𝐒𝐄𝐒 𝐃𝐄𝐏𝐎𝐈𝐒

Edward Warren se encontrava atrasado para chegar em casa. Havia passado o dia com o vaticano para investigar uma possivel possessão demoniaca. Havia prometido a Lorraine que chegaria em casa antes das sete da noite- Ja eram sete da noite, e ele estava preso no trânsito, do outro lado da cidade.

Não demorou para que ele decidisse pegar um atalho, por uma saída escura ao lado da estrada, sabia que o pior que poderia acontecer, seria ele se perder e amanhecer ao som das ondas do pacífico.

A estrada estava sendo iluminada somente pela lanterna do carro que Ed dirigia. Era um carro velho, e das duas lanternas, apenas a da direita funcionada, então tudo estava relativamente escuro.

"O que..."- Ele sussurra para si mesmo, ao ver um caminhão a sua frente.

Estava desgovernado e mudava de faixa em faixa, sem dar seta e nenhum tipo de aviso prévio, aquilo poderia provocar um acidente gravissimo.

Ed foi salvo apenas por um semáforo que parou os dois, um do lado do outro e que, quando abriu, deixou com que ele ultrapassasse o caminhão, agora estava andando na frente.

Mais uns minutos a frente, conseguiu enxergar, proximo a uma ribanceira, uma placa sinalizando que estava indo pela direção certa á caminho de casa, freiou antes de virar. Não queria virar muito rápido para que seu carro não capotasse-precisava voltar para casa bem, Lorraine precisava dele.

Porém, o caminhão não freiou. Seguiu na velocidade normal, atingindo o carro em cheio e o jogando da ribanceira, fazendo com que ele desse varias piruetas antes de parar nas margens do rio, deixando Ed Warren gravemente ferido.

Havia sangue por todo lado, além do vidro que havia sido quebrado pela cabeça de Ed- haviam se chocado durante o capotamento. Demoraria para que achassem seu carro. Edward fecha os olhos, sentindo seu corpo amolecer.

...
𝐂𝐀𝐒𝐀 𝐃𝐎𝐒 𝐖𝐀𝐑𝐑𝐄𝐍
𝐔𝐌𝐀 𝐃𝐀 𝐌𝐀𝐃𝐑𝐔𝐆𝐀𝐃𝐀
-

A campainha toca fazendo um barulho estrondoso que ecoa por toda a casa.
Era uma hora da manhã, e diferente de todas as noites, Lorraine não estava dormindo.-estava apenas deitada na cama, preocupada com o marido.
Sera que Ed havia esquecido as chaves??

Ela se levanta, indo em direção a porta de entrada.

-Ed?-Ela pergunta, com certo receio de abrir a porta.

-Senhora Warren? Aqui é a polícia.- Alguem diz, do outro lado da porta, fazendo Lorraine gelar.

O que teria acontecido que provocou a presença da polícia aquela hora da madrugada? Teria Ed sido preso por alguma coisa? Excesso de velocidade talvez??

Não demora muito até que ela abra a porta, revelando, atrás dela, um homem negro fardado com o uniforme da polícia.

-Senhora Warren, sinto lhe dizer que precisa vir comigo até o hospital. Seu marido sofreu um acidente grave na estrada e foi levado para o hospital as pressas. Sinto muito.- O rapaz diz, como se fizesse isso todos os dias-e ele fazia.

-Eu...-A mulher diz, com uma lágrima de preocupação nos olhos pronta para cair.-Vou me vestir.-Ela fala, e fecha a porta, correndo de volta para o quarto para se vestir.

Ela não demora muito, pois quando percebe, ja está na viatura a caminho da delegacia, com a combinação de roupa mais sem noção que já havia visto.-porém naquele momento aquilo não importava. Queria saber se Ed estava bem. Não podia perdê-lo. De jeito nenhum.

...
𝐇𝐎𝐒𝐏𝐈𝐓𝐀𝐋 𝐌𝐔𝐍𝐈𝐂𝐈𝐏𝐀𝐋
𝐃𝐔𝐀𝐒 𝐄 𝐌𝐄𝐈𝐀 𝐃𝐀 𝐌𝐀𝐃𝐑𝐔𝐆𝐀𝐃𝐀
-

-Onde ele está? Posso vê-lo?- Lorraine pergunta para o primeiro médico que vê passando pelo corredor.

-É a esposa do rapaz que deu entrada mais cedo... Do acidente.- O policial diz, como se estivesse escoltando um criminoso.

-Ah sim...- O homem diz, tirando os olhos do papel que tinha em mãos e olhando no fundo dos olhos azuis da mulher.-Ultimo corredor, segundo quarto a esquerda.

Antes mesmo de ele terminar de falar, Lorraine ja estava a caminho do lugar indicado, correndo pelos corredores parcialmente cheios até chegar no quarto.

Era mais um hospital público qualquer: super lotado, mal higienizado e com atendimento horrivel. Então, ao entrar no quarto, pode ver Ed sentado na maca ainda, uma médica ao seu lado suturando um corte na testa causado pelo vidro estilhaçado e sangue... Bastante sangue para um corte tão pequeno.

-Como ele está?- Ela pergunta, se sentando na cama ao lado dele.

-Ele... Bateu a cabeça com muita força. Não há sinal de hemorragia nem nada grave, porém ele não consegue me dizer onde está, o nome dele, de onde veio, nem quantos anos tem. A suspeita é perda de memoria, porém não há tratamento para isso. Pode ser temporario e ele se lembrar de tudo futuramente. Ou, pode ser permanente. Nesse caso, ele não vai conseguir lembrar e começar a vida daqui.-A mulher afirma, cortando a linha que estava usando para a sutura.- Só o tempo pode nos dizer.

-Ed...-A morena fala baixo, em um tom calmo, acariciando os fios morenos do homem que a observava confuso. Aquilo era temporario. Aquilo passaria.—queria acreditar nisso pois não suportaria perdê-lo-Querido... Como você está se sentindo?

-Desculpe a pergunta mas... Quem é você?- Ele pergunta trêmulo, olhando a mulher de forma confusa. Realmente não sabia quem ela era, ou o porque de ele estar ali. Nem sequer lembrava o próprio nome.

Uma lágrima cai de um dos olhos de Lorraine. Como? Como Ed não conseguia lembrar de tudo que eles haviam passados juntos? Porque isso estava acontecendo a eles?

-Você...-Ela choraminga.-Não se lembra? Não lembra de mim?

-Eu...sinto muito.- Edward fala, tentando evitar contato visual com aqueles olhos que o prendiam— mesmo ele não sabendo o porque de tudo aquilo- Não sei quem você é.

ᴍʏ ʟɪᴛᴛʟᴇ ᴀɴɢᴇʟ (ᴜᴍᴀ ғᴀɴғɪᴄ ᴅᴇ ʟᴏʀᴇᴅ- ɪɴᴠᴏᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴏ ᴍᴀʟ)Onde histórias criam vida. Descubra agora