ʜɪ ʟɪᴛᴛʟᴇ ɢɪʀʟ

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-Oi pequenina...- Ed sussurra ao se sentar ao lado de uma incubadora em uma sala cheia de bebês.- É... O Papai. Eu sou seu pai... Você já sabe...eu acho.

O lugar era parcialmente silencioso, já que la haviam somente bebês prematuros, não tinha nem sequer um bebê chorando.

A menina, a qual Ed se encontrava conversando, era pouco menor do que um bebê normal, era tão magra que mal devia pesar três quilos, mas ao contrario das outras crianças ali, ela era a unica que não estava ligada a fios e maquinas.

-Com licença?- Ed chama a uma enfermeira que passava por ali- Eu sou...o pai dessa bebê. Ela é prematura também, igual os outros bebês...Porque... Ela não usa aparelho nenhum?

-Ela... É surpreendente. Sua filha é extremamente saudavel, ao contrario dos outros bebês aqui. Foi muito bem avaliada em todos os exames...Vai poder sair logo se a mãe se recuperar rapido.-A mulher responde.- Se me da licença...- Ela fala, e logo se retira.

-Garota forte... Acho que pegou isso da sua mãe. Viu o tanto de coragem que ela usou pra te dar a luz?... Tudo que eu queria era lembrar como eu conheci ela...-O rapaz continua conversando com a filha, que dormia tranquilamente em seu berço.

Era uma menina linda, que tinha seus cabelos negros e as feições de Edward, mas tinha os olhos azuis de Lorraine... Era uma mistura perfeita deles. Naquele momento, tudo que Ed queria era pegar aquela pequena criaturinha em seus braços, porém, em sua incubadora havia um adesivo pedindo para que não encostassem no bebê.

-Espero poder te pegar logo.- Ele sorri, olhando com sinceridade a pequena criança.- Eu... Acho que eu te amo pequena Judy...

-Com licença, senhor Warren? Sua esposa acabou de sair de cirurgia, caso queira estar la quando ela acordar.- Um interno fala, surgindo dentro da sala.

-Ah... Tudo bem... Te vejo em breve, pequena.- Ed termina, se retirando da sala, seguindo para o quarto.

...
𝐐𝐔𝐀𝐑𝐓𝐎 𝐃𝐄 𝐋𝐎𝐑𝐑𝐀𝐈𝐍𝐄
𝐌𝐄𝐈𝐀 𝐇𝐎𝐑𝐀 𝐃𝐄𝐏𝐎𝐈𝐒
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-Hey...- Ed sussurra de forma delicada ao ver Lorraine abrindo os olhos devagar.

-Bem na hora!- A medica fala, entrando no quarto com um grupo de internos a acompanhando- Infelizmente, tenho uma noticia triste para dar a vocês dois...Bom... Lorraine... Senhora Warren... A senhora deu a luz a gemêas. Duas meninas. Mas infelizmente, uma delas não resistiu ao parto.

-Eu não vi você tentando fazer nada quando não ouviu ela chorar.- Ed afirma, com lágrimas em seus olhos.- Você apenas disse para seu interno tirar ela de la... Para onde ele levou ela?E porque? Porque você não tentou reanimar ela?

-Senhor Warren, sua filha nasceu com o cordão umbilical amarrado no pescoço... Ela se sufocou, não havia nada que pudesse ser feito.- A mulher fala, tentando acalmar a situação.-Sinto muito.- A médica diz, depois de contar a Lorraine, uma das piores noticias as quais ela ja houvera ouvido em toda sua vida.

-Eu...- Ela começa a falar, porém lágrimas escorrem de seu rosto sem brilho por conta da tristeza que a envolvia-Eu posso vê-la?

-Senhora, eu acho...- Uma das internas começa, porém é interrompida pela médica residente.

-Enrolem a bebê em uma coberta. A mãe só quer conhece-la.- Ela ordena, saindo da sala de forma estupida. Como poderiam todos agir normalmente? Como se fosse mais um. Apenas mais um bebê a morrer.

Um homem sai e volta minutos depois com algo nos braços. Segurava o pequeno cadaver com certa repulsa. Não era para isso que havia passado metade da vida estudando medicina.

-Tudo bem...-Lorraine suspira, derramando lagrimas por todo seu rosto e esvasiando os pulmões ao segurar a criança em seus braços.

Era tão linda. Uma cópia perfeita de Ed. Estava pálida por conta de sua morte recente, mas ainda era ela, ainda era um dos bebês que ela havia carregado dentro do útero. Ainda era a bebê que ela e Edward desejavam.

-Oi pequena...unmm- Ela murmura por alguns segundos.- Louise... Sinto muito, minha pequena...- Ela derruba lágrimas pelo seu rosto delicado e sem vida, passando o dedo em seus cabelos escuros.-podia ver a marca roxa que o enforcamento pelo cordão havia deixado em seu pescoço.-Sinto muito, filha. Eu...Sinto muito mesmo.

Ed permanece quieto. Não lembrava quem era Lorraine, porém sempre ia querer a presença dela. Ele havia acreditado quando ela disse que a bebê era dele- estava apegado a criança. Estivera ansioso pelo seu nascimento. Ed nesse momento se encontrava chorando angustiado pela morte da filha, mesmo sem ter a capacidade de se lembrar quando havia a feito.

-Mamãe ama você. E sempre vai amar.-Lorraine termina chorando terrivelmente, entregando o corpo sem vida de sua filha para o medico interno- Quando vou poder ver a minha outra filha?... a bebê que sobreviveu.

A situação do jovem casal era de partir o coração- estavam destruídos. Lorraine estava ainda mais. Não tinha o marido amoroso que Ed era. Tinha perdido uma filha e ainda nem conhecia a outra. Porque as coisas ruins pareciam acontecer somente a eles naquele momento?

-Eu vou busca-la.- A médica residente afirma de forma seca novamente— tinha o coração de pedra, e aquela não era nem a primeira e nem a ultima morte de bebê que viria em sua carreira.

ᴍʏ ʟɪᴛᴛʟᴇ ᴀɴɢᴇʟ (ᴜᴍᴀ ғᴀɴғɪᴄ ᴅᴇ ʟᴏʀᴇᴅ- ɪɴᴠᴏᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴏ ᴍᴀʟ)Onde histórias criam vida. Descubra agora