exausted

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Lorraine se despede do padre com duas promessas: de que Judy ficaria longe daquela casa e que ela e Ed esperariam a autorização do vaticano antes de tomar qualquer atitude.

Estava exausta, com tudo o que estava acontecendo. Mal comia ou dormia havia dias, a preocupação a dominara por completo. Tentar ser uma boa mãe e uma boa esposa ao mesmo tempo era cansativo.

Sem demora, a morena segue seu rumo para a cozinha, tomando coragem para organizar toda aquela bagunça que a infestação havia causado. A casa estava praticamente destruída, como se tivesse sido abandonada á anos. Decide começar pelos fracos vazios espalhados pelo chão, e, com a vassoura, para facilitar o processo, ela empurra todos os recipientes para uma pá de lixo e as descarta, já que não teriam mais utilidade nenhuma dentro daquela casa.

Em seguida, ela varre para dentro da pá, toda a louça, objetos de porcelana e vidro que haviam sido quebrados e estavam praticamente pela casa toda. Logo ela sorri ao ver que, pelo menos o chão estava limpo agora.

Sua mini - limpeza é interrompida quando ouve um barulho no andar de cima, que fez seu corpo pular com o susto, ficando ofegando imediatamente. Uma porta havia se batido e naquele segundo exato, todos os pelos finos do braço da clarividente se arrepiaram. Sabia que não devia subir, já que, estava certa de três coisas: Não havia sido o vento. A probabilidade de ser apenas Ed era mínima. E, a casa estava infestada por alguma força forte o suficiente para matá-la sem nenhuma esforço.

Mas, não conseguiu se conter em subir as escadas correndo quando ouviu um choro de criança, vindo do quarto de Judy. Subiu sem sequer pensar duas vezes, e nem se lembrar de que a filha não estava em casa. 

– Judy? – Ela chama, entrando no quarto de paredes amarelas, mas não vê nada além da cortina sendo balançada pelo vento.

Ela se aproxima do pequeno berço de madeira ao observar algo pequeno se movendo por lá. O choro era persistente e alguma coisa se mexia em baixo daquele lençol sujo de vermelho – sangue – fazendo os olhos de Lorraine marejarem em desespero.

A mulher estica a mão com seu crucifixo enrolado, agora trêmula, e puxa o pano que anteriormente ela usara para cobrir a filha. Não havia nada ali em baixo, mas ela se assusta mesmo assim. Dessa vez a porta batera novamente... Com ela dentro do quarto.

Mentalmente ela reza, pedindo a Deus que á protegesse, sabia que ele não a abandonaria em um momento como aquele.

As janelas se fecham sozinhas, deixando o quarto parcialmente escuro. Com pancadas fortes ela esmurra a porta, pedindo por ajuda, não só divina, quanto a ajuda de Ed, que dormia tranquilamente no quarto ao lado, como se não ouvisse: não ouvia mesmo.

Desistindo, ela se ajoelha com o crucifixo entre as mãos agora unidas e fecha os olhos, iniciando uma oração em Latim para que o que estivesse ali, recuasse. O que, de maneira óbvia, não funcionou, e a provocação religiosa somente piorou a movimentação do quarto.

Brinquedos e objetos eram lançados contra a mulher ali presente, mas ela não se movia: para onde iria afinal? Sua oração era cada vez mais alta, e vez ou outra, gritos de dor ecoavam por ali quando algo pesado a atingia.

Os sons em sua volta foram ficando cada vez mais baixos, e sua respiração cada vez mais controlada. Seus batimentos cardíacos retornam á velocidade normal aos poucos enquanto ela tentava criar coragem para finalmente abrir os olhos.

Quando pôde finalmente abri-los, se espantou com o que viu. Ou, o que NÃO viu. Não havia nada ali: sequer objetos espalhados. A janela estava aberta, deixando a brisa gelada correr pelo quarto, fazendo o corpo da clarividente ali ajoelhada, estremecer.

– Mamãe? – Uma voz ecoa pelo quarto, e a primeira coisa que vem em sua cabeça era Judy.

Judy não falava e nem sequer estava ali, então a mulher respirou fundo, se levantando, achando que sua mente estava pregando peças á ela... Pela segunda vez.

Mas, ao se virar, conseguiu ver uma sombra preta. A mesma que seguia Ed quando ela descobriu estar grávida. A mesma figura pequena e sem forma de sempre, permanecia parada próxima a ela, sem nem causar barulho algum. Seu cérebro se encontrava uma bagunça naquele momento. Afinal, por que a sombra estava ali novamente?

ᴍʏ ʟɪᴛᴛʟᴇ ᴀɴɢᴇʟ (ᴜᴍᴀ ғᴀɴғɪᴄ ᴅᴇ ʟᴏʀᴇᴅ- ɪɴᴠᴏᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴏ ᴍᴀʟ)Onde histórias criam vida. Descubra agora