ᴍʏ ʟɪᴛᴛʟᴇ ᴀɴɢᴇʟ (ᴜᴍᴀ ғᴀɴғɪᴄ ᴅᴇ ʟᴏʀᴇᴅ- ɪɴᴠᴏᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴏ ᴍᴀʟ)

Shit, Ed

-Droga, Ed!- Lorraine esbraveja olhando para o homem, e tirando o telefone da tomada.- Você soltou um DEMÔNIO na nossa casa. Não só um: você soltou vários! É um espírito que atraí outros.

-Que tipo de pessoa guarda espíritos em casa?- Ed pergunta, chacoalhando a filha que agora chorava com tanta gritaria.-Isso não é o tipo de coisa que se faça.

Lorraine andava de um lado para o outro pensando no que fazer- então era por isso que eles estavam brigando tanto. Por isso que coisas ruins estavam acontecendo uma em cima da outra. Por isso que a casa se encontrava destruída

-Eu vou sair.- Ed diz, e bate a porta de entrada, levando consigo a pequena Judy em seus braços.

Saindo de seus pensamentos, a morena decide sair também, atrás do homem que mal sabia ir ao mercado, que havia saído com a filha recém nascida e não vacinada para a rua.

-Ed!- Ela chama, ao ver o homem sentado da calçada, observando a menina que tinha nos braços.- Volta lá para dentro.

-Você... Está brava. Quero esperar você se acalmar.- O rapaz fala, de costas para ela, nem olha-la- A Judy está assustada.

-Bebês veem espiritos por motivos de não terem terminado de reencarnar.- Lorraine sussurra, se sentando ao lado dele. Não queria sujar a roupa, mas por eles seria necessário.-Volta para casa e grita comigo. Volta para casa e brigue comigo também. Volta para casa e parte meu coração, se for preciso. Apenas volta para casa.

-Mas...

-A gente pode prender aquele demônio. Juntos. Eu... Só vou conseguir se você me ajudar.- A mulher suspira, passando a mão entre os fios lisos do cabelo de Ed.- A verdade, Ed... É que... eu preciso de você. Eu posso viver sem você, mas eu não quero...porque a minha vida seria tão dolorosa sem você. Mesmo você estando assim, eu tenho certeza que uma hora você vai se lembrar. Uma hora você vai lembrar de que nós ja fomos incríveis juntos.

-E então? Então a gente segue a vida como se nada tivesse acontecido?- Ele pergunta, entregando a menina nos braços da mulher.

-Sim. Porque nós já superamos coisas maiores. Já passamos por coisas mais difíceis do que isso.- Ela suspira, se levantando.

-Espero poder lembrar disso.- Ele ri, se levantando também, e logo, acompanhando a mulher de volta para a casa.

...
𝐌𝐄𝐈𝐀 𝐇𝐎𝐑𝐀 𝐌𝐀𝐈𝐒 𝐓𝐀𝐑𝐃𝐄
𝐂𝐀𝐒𝐀 𝐃𝐎𝐒 𝐖𝐀𝐑𝐑𝐄𝐍
-

-Judy já dormiu...- Ed suspira, chegando na sala, e olhando a esposa.

A mulher estava sentada no chão, com a cabeça entre as pernas. Estava claramente assustada, por mais que já tivesse estado em cenarios demoniacos piores, agora era diferente. Agora era a casa deles. Haviam espiritos a solta na mesma casa que a filha dela... Seu bem mais precioso.

-Você está bem?- O homem sussurra, se abaixando ao lado da mulher.

-A gente precisa achar ela, Ed.- Lorraine choraminga, escondendo a cabeça no pescoço de Ed- A gente tem que achar essa maldita boneca. Ela quer uma alma... Ela... Quer levar um de nós... E ela não vai descansar até conseguir.

-Então... A gente só precisa... Achar a boneca e trancar ela... De volta na caixa?

-Sim...- Ela respira fundo, controlando o seu choro e logo se levanta- E vamos acha-la.

-Por onde começamos?

- Por toda a casa. Ela está aqui, e eu posso sentir isso. A gente... só precisa saber onde.-Lorraine diz.-Eu vou subir no sótão, e você... Procura... Onde quiser.

...
𝐒𝐎́𝐓𝐀̃𝐎
𝐏𝐎𝐔𝐂𝐎𝐒 𝐌𝐈𝐍𝐔𝐓𝐎𝐒 𝐃𝐄𝐏𝐎𝐈𝐒.
-

Lorraine havia subido pela escada de madeira que era presa a portinha do sótão.- o lugar era repugnante.

Era parcialmente escuro, somente iluminado pela luz do sol que entrava por uma pequena janela ao canto. O lugar todo estava lotado com pilhas de caixas que o casal foi guardando ali ao longo dos anos. A maioria era papelada de casos que eles haviam investigados juntos ou roupas usadas.

O cheiro de coisa velha e mofada havia ficado pior nos ultimos segundos-agora o cheiro era de carne podre, quase como se um corpo estivesse se decompondo.

Sentia-se observada, além de poder ouvir respirações pesadas por ali... Mas não havia nada. Olhando em volta, podia apenas ver caixas e mais caixas.

A porta do sótão bate, fazendo com que Lorraine se assuste. Estava apenas começando, e tinha muitas caixas para examinar.

𝐐𝐔𝐀𝐑𝐓𝐎 𝐃𝐎 𝐂𝐀𝐒𝐀𝐋
𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐈𝐒𝐒𝐎.

Lorraine havia acabado de subir, e Ed foi em rumo ao quarto que sabia que sua outra versão havia compartilhado com Lorraine.

-Isso vai ser fácil.- Edward suspira, adentrando o quarto.

A janela estava aberta, deixando a brisa entrar acompanhada da luz do sol. Sobre a cama havia apenas a camisola que Lorraine usara para dormir e os travesseiros. Fora isso, não havia quase nada no quarto além da cama, penteadeira e guarda roupa.

Ed se abaixa ao lado da cama, ajoelhando-se afim de procurar a boneca em baixo da cama.- ato falho e totalmente desnecessario.

Afinal, era um espirito inumano, que por passar por tantas gerações e ser muito antigo, tinha conhecimento o suficiente para saber que, caso se escondesse de baixo da cama, seria encontrado facilmente.