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Lorraine estava impaciente naquele momento. Os médicos haviam internado Ed por alguns dias, e aquele era só o primeiro.

Não queria ficar mais lá, já que ele mal conhecia ela.- não conseguia decorar seu nome de jeito nenhum, sendo que, na verdade, ele sempre disse que amava esse nome.- não tinham nem sobre o que falar: mal olhavam um para o outro. Quase como se fosse estranhos se encontrando em um metrô ou ponto de ônibus... Ele não a conhecia.

Mas, não queria ir embora. Ir embora seria abandonar Ed. Seria abandonar a esperança de que ele talvez fosse ficar bem. Abandonar a esperança de que Judy pudesse ter um pai amoroso que ela sabia que Ed seria-ou a versão dele que ela conhecia e havia se apaixonado teria sido.

Havia decidido ficar. Ele tinha que lembrar. Tinha que lembrar dela, de tudo que passaram, as risadas e lágrimas, investigações e casos... A Judy.

-Ed?- Ela suspira, recebendo apenas um olhar confuso vindo do homem deitado na cama.- Não se lembra mesmo? De nada?

-Não. E ainda não me explicaram como eu vim...-Ele começa, porém para e começa a se contorcer na cama como se estivesse sendo possuído.

Mas não, sua condição era apenas médica. E em poucos segundos a cama estava rodeada de médicos-Lorraine não havis tido nem tempo para processar o que houve, somente na voz de alguém dizendo "Vamos leva-lo para a cirurgia"

-Senhora Warren... Eu...sinto muito.- Um dos internos diz, de forma humana a mulher, depois de sairem com o homem da sala, deixando apenas Lorraine em uma poltrona, e três internos de pé.

-O que aconteceu?- Ela choraminga, com as mãos acariciando a barriga-havia começado a sentir um mal estar repentino.

-Bom... Seu marido teve uma convulsão, então, estamos com suspeita de uma hemorragia. Mas caso esteja, não da tempo de tomografia, então levaram ele direto para a sala de cirurgia.- O homem ruivo fala baixo, se abaixando a lado da poltrona e sentando no chão. Aquele homem definitivamente praticava medicina por amor.

-Mas... E se não for uma hemorragia? Vão abrir ele por nada?- A mulher pergunta confusa, olhando os olhos castanhos do rapaz com seus olhos azuis cansados e cheios de lágrimas.

-É melhor prevenir do que remediar, concorda?- Ele pergunta, conseguindo tirar um sorriso curto e singelo da mulher, que volta a chorar em seguida.

...

-Mamãe, o papai vai ficar bem.-Ela escuta, em forma de sussurro como se algo estivesse bem perto, mas não havia nada lá, nem ao menos um vulto.- Ele já esta voltando. E ele está bem, ele está vivo.

Lorraine respira fundo, ainda passando a mão na barriga, como havia feito essas horas todas para manter a calma.

-Nós vamos ficar bem. Nós três.- Ela sorri de lado convicta do que havia dito.- A mamãe e o papai já te amam muito, pequena Judy... Você não sabe o quanto.

-Nós também amamos você.

De novo aquela história de "nós"... Porque?... Era a Pergunta que Lorraine fazia pra si mesma frequentemente. Porém, seus pensamentos foram interrompidos por uma maca sendo arrastada para dentro do quarto, com um homem deitado sobre ela.

-Como ele está?- Lorraine Pergunta, se levantando de onde estava e sentando na ponta da cama.

-Nós... Controlamos a hemorragia, e pode ser que ele lembre de algo, por não ter mais sangue vazando pelo cérebro.- O médico diz.- Agora é só esperar que ele acorde.

ᴍʏ ʟɪᴛᴛʟᴇ ᴀɴɢᴇʟ (ᴜᴍᴀ ғᴀɴғɪᴄ ᴅᴇ ʟᴏʀᴇᴅ- ɪɴᴠᴏᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴏ ᴍᴀʟ)Onde histórias criam vida. Descubra agora