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-Achou?- Lorraine pergunta ao descer do sótão e observar o marido andando pela sala.

-Não. E eu já olhei pela casa toda. Dentro e atrás de tudo.-Edward suspira, se jogando no sofá- Onde ela está?- Ele pergunta a si mesmo, respirando fundo e fechando os olhos.

-Eu...não sei, Ed... Eu... Não sei.

Repentinamente o casal é interrompido pelo barulho estrondoso de uma porta batendo no andar de cima. O som foi tão forte que estremeceu as estruturas da casa e causou arrepios na médium, principalmente quando a filha começou a chorar de maneira desesperadora.

Os Warrens então subiram as escadas correndo, e ao chegar na porta do quarto da filha, descobriram que era ela mesma a qual havia batido. Estava fechada e emperrada.

-Ed... a porta não abre.- Lorraine choraminga, tentando de forma fracassada, abrir a porta.

-Eu vou... Arrombar a porta.- Ele diz, fazendo com que a morena agarrasse ele pelo braço.

-Não pode fazer isso! O berço fica muito perto da porta! Você vai machuca-la.- A mulher chora de maneira desesperada quando o choro da filha fica mais alto.

-O que a gente faz então??- Ele pergunta, ficando agitando pelo choro da mulher. Lhe partia o coração ve-la aos prantos daquela forma.

-Eu...não sei.- Ela afirma, mas logo dispara para fora da casa, correndo.

-O que está fazendo??- Ed pergunta ofegante, correndo atrás da mulher.

-Me ajuda. Me ajuda a subir que eu abro a porta do lado de dentro.- Lorraine fala, parada de baixo da janela da menina.- Tem alguem com ela, Ed. Eu...posso sentir isso. Posso sentir o medo dela... Ela esta sozinha e assustada... É só um bebê.

Sem demora, ele se abaixa, erguendo a mulher ao segurar seus pés delicados. Ela, por sua vez, se agarra na janela aberta e impulsiona seu corpo para cima, podendo entrar rapidamente no quarto, quase como se ele fosse no terréo.

Mas estava com medo. Estava com tanto medo do que via que mal sentia seu coração bater. Seus pelos se arrepiaram imediatamente e sua respiração ficou acelerada.

Pode ver, a alguns passos a sua frente, a boneca, sentada na cadeira de balanço que ela usava para ninar Judy— por sinal, a cadeira balançava com a boneca em cima— e, no berço ao lado, a bebê chorava, enrolada em panos ensanguentados. Estaria ela machucada??

Ela fica paralisada por alguns segundos, observando a cena desesperadora que era encontrar algo tão ameaçador e perigoso ao lado de sua filha delicada e frágil. Mas isso não dura muito até que Ed bata na porta com força, fazendo com que ela corra—sem dificuldade nenhuma— para abri-la.

-Ela...-Lorraine começa, porém se vê incapaz de terminar a frase.

-A boneca.- Ed fala, avançando para a cadeira e agarrando o objeto em suas mãos.

-Minha pequena...- Lorraine chora, pegando a menina nos braços e verificando delicadamente de onde vinha tanto sangue.- Está ferida?... De onde vem todo esse sangue?

-Que sangue?- O homem pergunta, olhando a mulher de forma confusa, e, quando a mesma olhou de volta para o berço, não havia mais nada la.

-Ah... Nenhum.- Ela diz, acolhendo a filha em seu peito.- Mamãe está aqui agora. E vai tancar a bonequinha malvada para ela não te machucar.- Lorraine sussurra para a menina de um jeito brincalhão, fazendo com que ela parasse de chorar.- Tive tanto medo de que se machucasse, pequena Judy.

-Eu vou...Trancar. Vou trancar a boneca.- Ed fala, com medo de que estivesse atrapalhando o momento mãe e filha.

Ela não ligou, apenas se sentou na cadeira de balanço com a menina nos braços enquanto Ed saia da sala com o demonio em mãos, diretamente para a sala de artefatos, onde ele trancou a boneca da mesma forma como ele havia encontrado antes, sem nenhuma interferencia.

ᴍʏ ʟɪᴛᴛʟᴇ ᴀɴɢᴇʟ (ᴜᴍᴀ ғᴀɴғɪᴄ ᴅᴇ ʟᴏʀᴇᴅ- ɪɴᴠᴏᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴏ ᴍᴀʟ)Onde histórias criam vida. Descubra agora