Os Warrens entraram no carro, Lorraine como a motorista dessa vez. Iriam para a casa de Georgiana, talvez lá fosse mais seguro, para Judy pelo menos.
-Uma pergunta...-Ed diz, olhando pelo retrovisor, Judy deitada na cadeirinha.-Como você arrumou meu carro tão rapido, depois do tal acidente?
-Seu carro? Ele foi para o ferro velho.- Lorraine responde, com os olhos fixos na estrada.- Esse carro é MEU.
-Porque raios a gente tem dois carros?- Ele pergunta confuso.- Pra que?
-Não temos dois carros. Só temos um. Você viu outro carro na garagem quando a gente saiu?- A mulher ri, brincando, acelerando o automóvel.
-Muito engraçada.- Ele suspira, deixando a morena sem graça, e ela automaticamente para de rir.
Os minutos seguintes foram silenciosos. Judy estava dormindo de forma profunda o suficiente para ficar quieta e trazer o silencio absoluto ao carro. Estava tão quieto que parecia mais um velório.
Ed encosta a cabeça no vidro fechado, encarando as arvores do lado de fora, que se movimentavam bruscamente com o vento que possivelmente traria chuva. Não gostou do clima que se instalou, e sabia que a culpa daquele clima era dele. Havia visto fotografias espalhadas por toda a casa: Lorraine era feliz com ele. Mas não com ele, exatamente. Ela era feliz com a vida que tinha, e, aparentemente, esse acidente havia tirado tudo dela.
Então porque? Porque não conseguia se lembrar desse dia fatídico? Porque ela não contava a ele sobre o dia no qual o universo havia tirado dela tudo que havia de importante?
Ele fecha os olhos com força ao sentir a cabeça doer, talvez tivesse sido a pancada que levara mais cedo naquele dia, talvez fossem os pensamentos agitados que movimentavam seu cerebro enquanto o silencio se mantinha no carro.
Ele leva a mão direita a cabeça, fazendo com que Lorraine o observasse pela visão periférica.
-Ed? Tudo bem?- Ela pergunta, sem tirar os olhos da estrada, dando seta para alertar o carro de trás, que ela estava prestes a midar de faixa.
Ele permanece em silencio, assim, Lorraine decide não incomoda-lo de novo.-se fosse o Ed dela, ela certamente perguntaria novamente. Sabia que nunca o incomodava, nem quando era insistente, já que ele considerava isso como uma forma de carinho e afeto. Mas... Possivelmente o Ed sem memoria, não pensava da mesma forma, sequer tinha o mesmo carinho pela mulher.
A dor pesa ainda mais a cabeça do homem, fazendo com que ele pressione os olhos com ainda mais força, podendo se lembrar de algo.
Era uma memória nítida. Já havia passado naquela estrada antes, e estava escuro, o transito indicava um acidente logo mais a frente na rodovida, então ele havia decidido pegar um atalho- que por acaso ele não sabia onde ia dar.
Lembrou de suspirar ao olhar para o relogio e ve-lo marcando sete da noite. Não sabia exatamente porque estava frustrado com o horario, mas, em sua lembrança, pode perceber que a única coisa que tinha em mente agora era Lorraine. Estava grávida naquele dia, e tudo que ele queria era chegar em casa para cuidar da mulher que estava deitada de repouso após a descoberta de uma gravidez de risco. A barriga também estava rocando: não havia jantado naquele dia.
Logo mais a frente, na estrada, lembrou-se de um caminhão de tonalidades escuras, que se movia de uma lado para o outro, sem nem antes avisar, e aquilo era preocupante. Segundos depois, se lembrou de uma luz de tonalidade vermelha, que logo mudou para um verde, sinalizando que ele continuasse, e assim ele fez, deixando o caminhão para trás.
Alguns minutos mais naquela estrada e viu uma placa indicando que estava no caminho certo de volta a Connecticut, o que o fez sorrir por um milisegundo, e foi quando precisou freiar para fazer a curva.
Mas algo deu errado. O carro havia capotado mesmo em baixa velocidade, pois havia sido atingido pelo motorista imprudente do caminhão que vinha logo atrás. Lembrou-se novamente de Lorraine antes de fechar os olhos com toda aquela dor no corpo, pensou em se ela estaria bem. E se ficaria bem, caso lhe acontecesse algo.
Ele abre os olhos e percebe que o carro que Lorraine dirigia, ainda estava na estrada. O silencio ainda estava no local e Judy ainda dormia. Havia apenas se lembrado da fatídica noite.
-Falta muito tempo?- Ele pergunta, disfarçando sua lembrança recente.
-Pouco menos de uma hora. Porque não deita a cabeça e descansa um pouco?- A mulher diz, usando seus olhos azuis para desviar um pouco o olhar da pista e zelar para a filha adormecida no banco de trás.- Chegaremos logo.
MDS EU POSTEI ESSES CAP TUDO NA ORDEM ERRADA, VOU ARRUMAR SCR

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ᴍʏ ʟɪᴛᴛʟᴇ ᴀɴɢᴇʟ (ᴜᴍᴀ ғᴀɴғɪᴄ ᴅᴇ ʟᴏʀᴇᴅ- ɪɴᴠᴏᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴏ ᴍᴀʟ)
Fanfic-Não se preocupe. Eu 'tô' só seguindo meu papai.- A forma emite a frase, como um sussurro que só Lorraine era capaz de escutar. -Lorraine? Tudo bem??- Ed pergunta, estranhando a forma como sua esposa estava o encarando. Ele sabia que de duas, uma: O...