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Mais tarde naquele dia, Lorraine bate a porta do carro ao entrar junto á Ed. Era a primeira vez que se afastava da filha recém nascida, portanto estava relutante e com medo de o que quer que estivesse na casa deles anteriormente, pudesse ter seguido- os.

A menina ficaria com os avós enquanto Ed e Lorraine Warren resolveriam as coisas, e talvez tornassem a casa mais segura para a filha habitar. Caso contrario, teriam que tomar medidas cabíveis.

Ela da a partida no carro, e inicia sua jornada rumo ao destino, recebendo vez ou outra olhares de Ed vindos do banco do passageiro. A lembrança fresca de ter feito ela sorrir, ainda o animava.

-Seu pai... Não parece gostar muito de mim.- Ele diz, tentando quebrar o silêncio que havia se instalado no local.

-Não é que ele não goste de você... Mas gostar? Ele não gosta.- Lorraine pronuncia, confundindo a si mesma e Ed também.- Ele nunca gostou realmente de você. Na cabeça dele você foi o homem que tirou a filha dele de casa e desvirtuou ela. Ele já não gostou quando te conheceu, e passou a gostar ainda menos no dia em que ele me proibiu de te ver, e eu fugi de casa para passar três dias desaparecida com você. 

-Mas... eu fiz alguma coisa para ele? 

-Nada em especial. Ele não gosta de você, você não gosta dele, e os dois agem como dois adultos maduros quando estão juntos. Tão somente.- A mulher afirma, com os olhos atentos na curta estrada que teriam que seguir.

-Porque EU não gosto dele?- Ed pergunta, tentando compreender um pouco mais da sua "outra versão".

Lorraine o observa por meio segundo e logo volta os olhos para aquela estrada vazia, respirando de forma profunda e cheia de pesar.

-Bom... Minha infância não foi nem um pouco parecida com a sua. Mas, uma coisa que tivemos em comum, desde sempre, foram desavenças com o pai. O seu pai queria que você enfrentasse seus medo, apenas. Então, se você tinha medo de algo, ele te fazia enfrentar isso, o que quer que fosse. Isso te trouxe alguns traumas relacionados ao seu pai.- Ela explica, sentindo até os olhos pesarem naquele momento, realmente precisava de um descanso.- Meu pai não acreditava em nada do que eu falava. Me castigava pela maioria das coisas, coisas como usar o cabelo solto, ter alguma de minhas visões  ou pesadelos. Geralmente eu passava a tarde ajoelhada no milho ou no arroz, rezando algo que ele mandou até não aguentar mais falar... E eu era agradecida por ele nunca ter me batido... ou batido em minha mãe. Ele não tinha coragem. 

-Ele era agressivo, então?- O homem pergunta, atento as expressões da esposa enquanto a mesma dirigia.

-O tom da voz dele era agressivo.-Lorraine explica, pegando a saída 92 para leste- Enfim, essa foi a referência de homem que eu tive durante a infância. Então, para mim, isso que ele fazia era normal... Ai você apareceu na minha vida, e me tratava melhor do que ele jamais tratou a minha mãe.

- Admiração.- Ele afirma e logo sorri quando percebe ter feito ela sorrir, mesmo que por um milésimo de segundo.

-Eu... amo você.- Ela fala e o pega de surpresa.- Muito. Mesmo depois do acidente vejo que tem tentado melhorar e saber cada vez mais sobre nós e sobre si mesmo só para me ver bem... talvez parte de você ainda tem a consciência de que nunca me decepcionaria.

-Eu... Posso dizer que te amo também?- Ed fala com a voz baixa, quase como se estivesse com medo de levar uma bronca, e leva a sua mãos direita até a coxa de Lorraine.- Eu me lembrei de mais algo... O nosso casamento. Foi lindo e ao mesmo tempo simples e eu estava tão ansioso para te ver subindo ao altar.

- Eu estava atrasada porque só conseguia tremer de tão ansiosa que estava.- Ela sorri, mostrando todos os dentes branquinhos dessa vez.

Os dois fizeram alguns minutos de silêncio sorrindo quase como se houvessem esquecido dos problemas, lembrando apenas do passado que tiveram juntos e da esperança de um futuro ainda melhor. Logo, o carro cinza se estaciona na West Hartford frente a uma grande catedral antiga, forçando o casal Warren a descer do automóvel.

-Hey! Não esperava a visita de vocês hoje. O que os trazem aqui?- Um homem grisalho, de aparentemente sessenta anos fala ao ver Ed entrar acompanhado de Lorraine.- E... Como está a mais nova integrante da família?

- Ele está bem, graças á proteção divina.- Lorraine afirma, andando até o padre para receber a sua benção.

Ele molha o dedo na água que estava no frasco que tinha em mãos, logo fazendo o sinal da cruz na testa da mulher, e em seguida na testa de Ed.

-Que a paz dos senhor os acompanhe.- O padre abençoa, e, em seguida, ajeita a bíblia em baixo do braço.

-Então... sobre isso...- Ed começa, sem encontrar palavras para explicar os acontecimentos anteriores.

-Talvez a nossa casa precise de um exorcismo. Annabelle atraiu um espirito para nossa casa... e ele quer a Judy.- A morena afirma, abaixando a cabeça em sinal de preocupação.

-Me parece que precisam de ajuda.- Gordon enfim diz.

-Precisamos.- Ed sorri como se todos os dias acontecessem a mesma coisa. 

O que, Obvio não acontecia. Não é todo o dia que a sua casa é assombrada por um espírito, demonio, ou qualquer outra coisa. As casas raramente eram assombradas, geralmente havia uma explicação lógica.





Mds esse cap era antes do outro ;-;

ᴍʏ ʟɪᴛᴛʟᴇ ᴀɴɢᴇʟ (ᴜᴍᴀ ғᴀɴғɪᴄ ᴅᴇ ʟᴏʀᴇᴅ- ɪɴᴠᴏᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴏ ᴍᴀʟ)Onde histórias criam vida. Descubra agora